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Opinião: Flamengo de Renato é o que mais pode sofrer com estratégia de Abel desde Jorge Jesus

Flamengo e Palmeiras farão a grande final da Libertadores e irão colocar mais lenha na fogueira da rivalidade que vem assumindo a ponta do futebol brasileiro nas últimas temporadas. De 2015 até aqui são dois brasileiros para cada, duas copas do Brasil para o Palmeiras e os dois últimos títulos de Libertadores, em 2019 o Flamengo, e em 2020 o Palmeiras.

Mas, desde 2017, o Palmeiras não vence o Flamengo, nem em disputa de pênaltis. O que significa que o Flamengo entrará em campo no estádio Centenário no dia 27 com um tabu debaixo do braço.

Desde 2019, e mais profundamente desde 2020, o confronto se apimentou. Com Jesus no Flamengo, e depois com Abel no Palmeiras, o confronto ganhou tom de disputa de estilos e estratégias de jogo entre os dois melhores times do país. E até agora o jogo mais vertical do Flamengo vem levando vantagem.

Mas seria este Flamengo de Renato Gaúcho o melhor Flamengo para o Palmeiras de Abel? 

Afinal, o Palmeiras de Abel enfrentou o Flamengo quatro vezes. Três delas contra o Flamengo de Rogério Ceni, e apenas uma, recente, contra o Flamengo de Renato. No total, três derrotas e um empate, com vitória flamenguista nos pênaltis.

Mas o que faz o Flamengo de Renato o melhor para o jogo de Abel numa final de Libertadores? 

Em primeiro lugar o favoritismo, que, quando está com o Palmeiras, costuma atrapalhar o alviverde. Em segundo, a forma com que o Flamengo de Renato ataca, acelera a partida e ocupa espaços no campo.

O Flamengo deixou para trás algo que foi característica, em especial com Jorge Jesus, mas também, em menor grau, com Ceni. O domínio e o controle do jogo. Ou em termos de estratégia, a hegemonia. Exatamente aquilo que o Galo, mesmo atacando incansavelmente, não teve nas duas partidas contra o Palmeiras nas semifinais. Quem controlou o jogo foi a estratégia defensiva de Abel Ferreira.

O time de Renato, se por um lado, tem uma qualidade extrema ofensivamente com a bola no pé, já não tem a calma de Jesus nem de Ceni para construir jogadas e controlar o adversário durante 90 minutos. É um time que gosta da aceleração do jogo sempre que possível, muitas vezes de forma “irresponsável”, deixando com isso, espaços em sua defesa, e o controle das partidas. O Barcelona atacou, pressionou o Flamengo, que, especialmente na segunda partida, soube jogar sem bola, e sair rapidamente. Mas não controlou a partida com um elemento importante dos times de Jesus e Ceni: o controle da posse de bola. E, muitas vezes, a calma para aceleração das jogadas.

Para o Palmeiras de Abel, que, ninguém duvida, irá jogar fechado para sair ao contra-ataque, dando a bola ao Flamengo e esperando por saídas em velocidade, dessa vez irá encontrar um Renato com “menos estratégia” que Rogério Ceni e Jesus, e com mais “emoção”. Mais características de um futebol que ficou no passado para enfrentar um estrategista que gosta de equipes que não sabem controlar o jogo, e sofre com as que conseguem. 

Olhar para os erros da última vitória por 3×1 do Flamengo pode ser um caminho para Abel, assim como saber resgatar os pontos fortes do 2×2 pela SuperCopa do Brasil, quando o Palmeiras conseguiu igualar mais a partida.

Fato é que se o Palmeiras não se propuser a jogar mais para encontrar as brechas do time de Renato e impedí-lo de controlar o jogo, o Palmeiras sai muito atrás para a final. E se Renato não trabalhar seu time para um adversário milimétrico e muito habilidoso em destruir times construtivos e em não jogar futebol, pode acabar se complicando na decisão.

Um duelo e tanto.

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