Campeonato Brasileiro - Série B

Opinião: Náutico tem o melhor time da Série B, mas não o melhor elenco

Foto: Tiago Caldas/ Náutico

Líder e invicto. Sem dúvidas o Náutico faz um dos melhores começos de um time na Série B, em nove jogos o timbu não tomou nenhum revés, e está próximo de bater o recorde do Corinthians de 2008, que ficou sem perder nas 11 primeiras rodadas da competição.

A fórmula para tal feito está na manutenção do elenco. Dos 11 jogadores considerados titulares, 3 jogam juntos desde 2019, quando o timbu subiu da Série C para B, e 7 estão juntos desde o ano passado, quando o time pernambucano fez um campeonato brasileiro protocolar e se manteve na segundona.

A chegada de Hélio dos Anjos, sem dúvidas, também foi um dos fatores primordiais para o bom desempenho dessa temporada. O treinador fez na temporada passada, em um curto espaço de tempo, o que nenhum de seus dois antecessores, Gilmar Dal Pozzo e Gilson Kleina, conseguiu, deu um modelo de jogo ao timbu.

O ataque fulminante, a pressão na maior parte do jogo, as triangulações e a marcação cerrada são resultados diretos do bom trabalho de Hélio e do entrosamento da equipe.

Entretanto, apesar de ter o melhor time da Série B, o Náutico apresenta um elenco bastante limitado, o que pode ser um fator determinante para um fracasso na busca pelo acesso. Na Série B, é evidente que qualquer time está sujeito a sofrer com desfalques por lesões, suspensões e até saídas por transferências. Sendo assim, é uma necessidade ter um elenco robusto, não apenas em quantidade, mas também em qualidade técnica.

Tiago Caldas/ CNC
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O elenco do Náutico tem uma quantidade adequada de jogadores, 33, mas não tem peças que substituam seus melhores jogadores quando ocorre alguma eventualidade, seja por conta de característica diferente ou pela disparidade técnica elevada.

Prova disso ocorreu quando Erick, pilar do ataque do timbu, deixou o time para retornar ao Braga (POR), clube que é o proprietário dos seus direitos. O alvirrubro teve dificuldades para encontrar o substituto. Nas vezes em que Erick se ausentou até aqui na temporada, o seu suplente tendia a ser Bryan, lateral direito que jogava improvisado como atacante. Porém, Bryan se tornou titular da lateral-esquerda (jogando mais uma vez improvisado), e não pôde assumir a posição. A solução encontrada por Hélio dos Anjos foi mudar o esquema tático, alterando o 4-3-3 para um 4-4-2, que passou a ter Marciel como um 4º homem de meio campo. O resultado da alteração foi positivo, o Náutico venceu o Operário por 5 a 0, mas ainda não é sinal de estabilidade.

Outro exemplo da limitação do elenco se dá quando o artilheiro do clube pernambucano na temporada, Kieza, fica de fora por algum motivo. O Náutico tem apenas um centrovante de ofício no elenco, o paraguaio Guilhermo Paiva. Quando Jean Carlos fica impossibilitado de jogar também é uma preocupação para o timbu, as únicas opções de Hélio para substitui-lo são os jovens Lucas Paraíba e Junior Carpina, o inexperiente Vinicius Vargas, que está jogando a Série B pela primeira vez na carreira, ou Marciel, volante que assume a função de meia armador.

A diretoria do alvirrubro da rosa e silva corre para reverter essa situação, mas esbarra em algumas limitações financeiras. Iago Dias foi contratado para ser um postulante à vaga deixada por Erick, e Guilherme Nunes e Breno chegaram para dar corpo ao elenco.

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