Opinião

Opinião: no casal com Cristiano, Messi é o robô

Divulgação/Barcelona FC

Maior artilheiro da história do Real Madrid, da seleção portuguesa e da Liga dos Campeões. Cinco vezes eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, além de uma fatigante lista de outros recordes. Cristiano Ronaldo é um super-humano, com todas as emoções inclusas. 

Cristiano se irrita, esperneia, soca o gramado, se vê no telão. É vaidoso, garoto propaganda, empreendedor. Líder. Alfineta, como fez ao fim da temporada 2010/2011, quando ganhou a Chuteira de Ouro, deixando em Messi em segundo: “Esse prêmio não depende de votos”. É competitivo a ponto de aspirar à perfeição e tornar-se um dos maiores atletas que a história já viu. É uma “besta enjaulada”, diria o outro.

Messi, não. Messi é um robô, projetado pela Natureza Ltda., com o intuito único de jogar futebol. Messi, disse Xavi, uma vez, tem a melhor perna esquerda, a melhor perna direita, é o melhor defensor e o melhor atacante. O mais habilidoso e o mais goleador. E para o espanhol, provavelmente é também o melhor goleiro, mas isso nunca vamos saber. 

Raramente “trava”, “buga”. Não se irrita, não briga, não polemiza, não vai além do que foi programado para fazer: jogar futebol. Ironicamente, esta falta de rebolado é o que, muitas vezes, o afasta dos fãs do Robozão, personagem repleto de minúcias de humanidade. São essas as responsáveis por aproximar mitos e meros mortais. Heróis de quadrinhos não carregam tantos problemas familiares e amorosos por acaso. 

É verdade que o software “aprendeu” ao longo do tempo. Messi absorveu características, passou a falar mais e até se enfeitou. Mas a placa-mãe segue ali, intocada, programada para jogar futebol. E nada mais.

Repare, não é o objetivo eleger aqui o maior jogador entre os dois. Mas também não pretende-se buscar isenção e “desfrutar de ambos enquanto podemos”, como defende parte do colegiado.

Tendo a concordar com Bruno Formiga: hoje, Cristiano Ronaldo é maior para o futebol. Com os dois aposentados (pensar nisso dá calafrios), Messi assumirá a dianteira. 

Não, esta não é uma discussão ultrapassada. Afinal, se não for para opinar sobre os dois maiores jogadores da geração vigente diante dos nossos olhos, o que estamos fazendo aqui? 

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