Ceará

Opinião: O que pode se esperar, taticamente, de Dorival Junior no Ceará?

Dorival
Rubens Chiri/Saopaulofc.net

Com contrato publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta segunda (4), Dorival Jr. fará sua estreia pelo Ceará nesta terça-feira (5), contra o Independiente, da Argentina, na primeira rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. O confronto não deve ser fácil, tendo em vista que o Rey de Copas é o adversário mais forte do grupo, com grande tradição em competições internacionais, e que o novo técnico teve somente uma semana de treinamentos com o time até agora.

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Com tão pouco tempo de treinamento, fica difícil imaginar de que forma o Ceará será escalado para essa partida tão importante, que com certeza terá um grande impacto na classificação do Grupo G. Mas, a partir da analise dos últimos trabalhos do treinador, é possível ter uma impressão a respeito do que teremos em campo no Castelão amanhã.

SÃO PAULO:

Quando assumiu o São Paulo em 2017, encontrou um clube em crise, na 17ª colocação do Campeonato Brasileiro daquele ano, e recebeu a missão de livrar aquela equipe da ameaça do rebaixamento.Bem, conseguiu com uma relativa tranquilidade. Depois da vitória contra o Athletico-PR, na 28ª rodada, o time saiu da zona pra não retornar mais, e terminou o campeonato na 12ª colocação. Não foi um trabalho brilhante, tendo em vista que os torcedores atribuem a manutenção do Tricolor na Série A a chegada de Hernanes, que perdeu somente 6 dos 19 jogos que disputou.

Ainda que tenha apresentado variações para o 4-1-4-1 e para o 4-3-3, o sistema predominante utilizado por Dorival em sua passagem pelo São Paulo foi o 4-2-3-1 tradicional, equivalente ao de Tiago Nunes porém com algumas alterações. Utilizando majoritariamente Petros e Jucilei como volantes, o treinador mantinha o esquema costumeiro de manter um meia defensivo na entrada da área e um meia de transição como segundo homem. Isso contrasta com as ultimas escalações de Tiago Nunes, que colocava Rodrigo Lindoso fazendo a função de regista na entrada da área, soltando Richardson para atuar sendo um meia defensivo mais adiantado, como o segundo homem de meio campo.

FLAMENGO:

Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Em um ano repleto de expectativas frustradas, o Flamengo contratou Dorival Jr como uma tentativa desesperada de se manter na disputa do Campeonato Brasileiro daquele ano, com somente 12 rodadas por se disputar. Com somente duas derrotas nesses 12 jogos, o desempenho foi muito bem visto pela torcida rubro-negra, porém não o suficiente para que ele fosse cogitado seriamente para continuar ocupando o cargo na temporada seguinte.

Durante quase todo o período em que comandou o Flamengo, Dorival escalou seu time mais uma vez no 4-2-3-1. Porém, dessa vez com um meio de campo que prezava mais a defesa do que em seu São Paulo de 2017. Escalando dois meias defensivos – Cuéllar e Willian Arão -, o treinador aspirava dar mais estabilidade defensivamente ao time, algo que conseguiu, com o time levando somente 6 gols em 12 partidas, passando 8 jogos sem levar gol algum. Mais uma vez, seu 4-2-3-1 se mostrava diferente do de Tiago Nunes.

ATHLETICO PR:

Foto: Fabio Wosniak/Athletico

Anunciado no final de 2019, Dorival Jr pegava uma equipe que vinha de dois títulos de grande importância (Copa do Brasil e Copa Sul-Americana) e em um ambiente estável que parecia ideal para o desempenho do seu trabalho. Não deu certo. Foram somente 16 jogos, e uma demissão melancólica após 4 derrotas seguidas no Brasileirão, em um período no qual sequer comandou o Furacão em alguns desses jogos, afastado em decorrência da COVID-19.

Diferente das passagens por São Paulo e Flamengo, Dorival escalou sua equipe majoritariamente no 4-3-3 e no 4-1-4-1 durante sua passagem pela baixada. Crendo que teria vida mais longa no cargo, o técnico variava bastante suas escalações no meio campo. Mas uma figura era constante: Em grande parte dos XI iniciais, Wellington se fazia presente atuando como meia defensivo na entrada da área. Seja com Erick fazendo a função de meia de transição, com Richard atuando como um meia defensivo mais adiantado, ou com Cittadini e Marquinhos Gabriel de armadores, Wellington sempre estava no time.

O QUE SE PODE ESPERAR?

Foto: Divulgação/Athletico

Pelo pouco tempo de treinamento, e por ter utilizado essa formação com frequência em seus últimos trabalhos, é possível imaginar que Dorival vá manter o 4-2-3-1 de Nunes, ao menos por hora. Não prevejo grandes alterações na linha defensiva ou no ataque. Mendoza e Vina devem se manter como titulares, e as duas vagas ofensivas que restaram seguem em aberto como estiveram com Tiago Nunes.

A dupla de volantes deve ser a principal alteração em relação a equipe de TN. Em todos os últimos trabalhos, Dorival prezou por um meia defensivo na entrada da área. Nunes vinha utilizando Lindoso, que passa longe de se encaixar nessa característica. Richardson deve ser recuado para a entrada da área, ou Richard deve recuperar espaço como titular naquela posição. Talvez até mesmo os dois joguem juntos, como Arão e Cuéllar no Flamengo, e o próprio Richard ao lado de Wellington no Furacão. Sobral também deve receber mais chances de mostrar serviço, e imagino que Lindoso deva perder espaço com o treinador, ao menos nesse inicio de trabalho.

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Se essas previsões vão se cumprir ou não, só será possível descobrir assistindo a equipe em campo.

Nesta terça, às 19h15, o Ceará recebe o Independiente na Arena Castelão, em jogo válido pela primeira rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana.

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