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Opinião: Quatro nomes interessantes para assumir o comando técnico do Ceará após a saída de Tiago Nunes

Felipe Santos/Ceará SC

Com a eliminação para o CRB na Copa do Nordeste na quinta-feira (24), Tiago Nunes foi demitido do comando técnico do Ceará, e agora o Vozão busca um novo treinador para o restante da temporada.

Na reportagem, o Esporte News Mundo apresenta quatro nomes interessantes para assumir o cargo, visando a disputa das competições que ainda estão por vir na temporada.

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4 – Enderson Moreira

Foto: Vitor Silva/Botafogo
  • Idade: 50 anos
  • Títulos: 3x Campeão do Campeonato Brasileiro – Serie B, 3x Campeão Goiano

Figura já conhecida da torcida alvinegra, Enderson esteve no comando do Ceará por duas vezes, com pouco sucesso em ambas. Em 2019, assumiu o time após a saída de Lisca, e disputou 22 partidas, todas elas pelo Campeonato Brasileiro. O desempenho foi ruim, com apenas cinco vitórias e 34,8% de aproveitamento pelo clube. Saiu deixando o Ceará na 15ª colocação, próximo da zona de rebaixamento.

No ano seguinte, 2020, o treinador retorna ao clube após a saída de Argel Fuchs, mas tem passagem breve. Invicto na temporada, com seis vitórias e quatro derrotas, Enderson pediu demissão para assumir o Cruzeiro, na série B, onde fez um trabalho ruim e foi demitido com 12 jogos.

Ainda que não seja o candidato ideal para a vaga, o trabalho feito por ele no Botafogo em 2021 o credencia ao menos como um nome interessante para ser o plano B ou C. O técnico pegou um time desacreditado, na 14ª colocação da Série B e conseguiu entregar uma equipe competitiva, que com 13 vitórias em 22 jogos sob o seu comando, se sagrou campeã da Serie B.

Foi demitido em 2022, mas somente devido ao interesse dos novos investidores do Botafogo em trazer um nome estrangeiro forte para o comando técnico do time. É uma aposta valida e de provável custo baixo.

3 – Vagner Mancini

Foto: Lucas Uebel/Grêmio
  • Idade: 55 anos
  • Títulos: 1x Campeão da Copa do Brasil, 2x Campeão Baiano, 1x Campeão Cearense e 1x Campeão Catarinense

Outro técnico com passagem pelo clube, Mancini foi campeão com o Vozão em 2011, conquistando o titulo do Campeonato Cearense sobre o Guarani de Juazeiro.

Com boas passagens recentes por Chapecoense, Vitória, Atlético GO e América MG, o paulista de 55 anos vem sendo vítima de suas próprias escolhas ruins na carreira, que o levaram a abandonar trabalhos bem estruturados no Atlético-GO e no América-MG para ser “bombeiro” em times em má fase como Corinthians e Grêmio.

Nas passagens por ambos os clubes, conseguiu fazer um trabalho razoável, melhorando as equipes, porém, longe de conseguir cumprir com as expectativas. No Corinthians, chegou a flertar com a Libertadores em 2020, mas acabou terminando o Brasileirão em 12º lugar, e no Grêmio, ainda que tenha elevado o futebol do clube em 2021, não conseguiu evitar o rebaixamento. Foi demitido no início do ano seguinte em ambas as equipes.

Mancini tem capacidade de montar times encardidos e difíceis de bater. Não é dos mais autorais, geralmente escalando suas equipes no clássico 4–2–3–1, mas consegue entregar competitividade. A grande questão fica em relação ao seu comprometimento, já que o técnico tem um histórico recente de abandonar trabalhos.

2 – Fernando Diniz

Foto: Bruno Ulivieri/AGIF
  • Idade: 47 anos
  • Títulos: 2x Campeão da Copa Paulista, 1x Campeão do Paulistão A3

Controverso. Esse é o adjetivo ideal para denominar Fernando Diniz. Adorado por alguns, desprezado por outros. Desde que surgiu no Audax, em 2016, o técnico não fica no meio termo de maneira alguma. Seu estilo de jogo agressivo e propositivo agrada nas vitórias e gera um burburinho incessante nas derrotas.

A temporada 2021 não foi boa para Diniz. Fez um trabalho abaixo no Santos, sendo demitido com o time no 13º lugar no Campeonato Brasileiro, sem nunca ter convencido. Pelo Vasco, chegou a iludir nas partidas iniciais, animando a torcida com a possibilidade de um acesso à Série A, mas acabou sendo desligado do clube com 12 jogos, após derrota por 3 a 0 para o Vitória-BA, em São Januário.

O grande trabalho do técnico foi na temporada 2020, quando comandava o São Paulo. Liderando um time desacreditado, e recebendo somente um único reforço no ano (Luciano, vindo do Grêmio), fez o Tricolor disputar e liderar o Campeonato Brasileiro por grande parte das 38 rodadas, perdendo o fôlego no fim, principalmente por fatores extracampo. Acabou sendo demitido após derrota para o Atlético-GO, antes mesmo do fim do torneio, mas o seu São Paulo era um dos times mais difíceis de bater do país (se não O time) até a fatídica discussão com Tchê Tchê.

Diniz é um técnico que precisa de estabilidade e tempo para montar suas equipes, o que não teve em seus últimos dois trabalhos. No Ceará encontraria uma equipe estável e com uma ótima infraestrutura. Mas o seu sucesso dependeria bastante da confiança da diretoria em seu trabalho. É uma aposta mais do que válida, e a segunda melhor opção para o time nesse momento.

1 – Fabio Carille

Foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press
  • Idade: 48 anos
  • Títulos: 1x Campeão Brasileiro, 3x Campeão Paulista

Recém-demitido do Santos, Fábio Carille é, acima de tudo, um técnico competitivo. No que se pese os comentários em relação ao seu estilo de jogo, ninguém pode negar que todas as equipes comandadas pelo paulista são enjoadas de se encarar.

Desde que foi campeão brasileiro com um Corinthians desacreditado em 2017, Carille nunca entregou um trabalho sem competitividade. Pelo alvinegro, foi campeão em todos os anos que esteve no comando técnico. Na Arábia Saudita, assumiu o Al-Ittihad na zona de rebaixamento e levou o time até a Liga dos Campeões da Ásia, além de chegar a final da Liga dos Campeões Árabes, perdendo somente nos pênaltis.

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Pelo Santos, pegou uma equipe em crise que flertava com a zona de rebaixamento, e transformou em um time competitivo, que mesmo não sendo muito agradável de se assistir, não teve problemas para se manter na Série A. O principal problema de Carille é o estilo de jogo. Seus times jogam para vencer, e acima de qualquer coisa, o treinador não é adepto de sofrer riscos desnecessários.

Isso pode significar partidas maçantes e tediosas, com uma postura excessivamente defensiva, mesmo quando suas equipes saem com a vitória. Ele certamente transformaria o Ceará em um time competitivo, mas a recepção da torcida do Vozão ao estilo de jogo pragmático do treinador não seria das melhores. Porém, mesmo com esses pontos, é o mais capacitado para assumir o cargo de técnico do Ceará no restante da temporada.

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