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Presidente do Cruzeiro defende gestão de Gilvan e critica trabalho de Wagner Pires de Sá

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro.

No cargo há pouco mais de um mês, o presidente interino do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, trabalha para desvincular a imagem do clube dos problemas deixados pelas gestões passadas. Prezando pela transparência na condução do time e para dar fim à uma pequena polêmica criada na segunda-feira passada (29), o dirigente publicou no seu perfil do LinkedIn um artigo compartilhando a sua visão dos trabalhos dos presidentes anteriores, dizendo que Gilvan de Pinho Tavares teve uma má gestão, mas que a diretoria de Wagner Pires de Sá agiu de má fé.

“Dei uma entrevista para o João Vítor Xavier, da Rádio Itatiaia, na segunda feira e ele fez uma pergunta sobre auditoria nas contas do Gilvan. Expliquei a ele, tecnicamente, a diferença do que precisa auditoria e o que não. Então, para encerrar este assunto, eu escrevi um artigo falando sobre má gestão, desonestidade, má fé e a distinção destes conceitos”, disse Sérgio Rodrigues na live de sexta-feira (03). “Isto que é importante para nós: esclarecer e não deixar as coisas mal explicadas”.

Na visão do atual presidente, o período de Gilvan (2012 a 2017) foi marcado por uma má gestão que era comum no futebol brasileiro, acumulando mais boletos do que receitas. Segundo um levantamento feito pelo Itaú, o valor total das dívidas do Cruzeiro saltou de R$ 143 milhões em 2013 para R$ 336 milhões em 2016. Já no cenário geral, de acordo com uma pesquisa da Ernst & Young, o endividamento líquido dos 20 maiores clubes do Brasileirão cresceu 150% entre 2010 e 2019.  

Leia mais: Dívidas de Atlético e Cruzeiro representam mais de 17% do endividamento do futebol brasileiro.

“Isso mostra o desequilíbrio nas gestões de um modo geral, porque os números são implacáveis. E o Cruzeiro é mais um clube que, infelizmente, não fugiu deste cenário”, escreveu o presidente no seu artigo. “Vejo que uma auditoria tem como um de seus princípios primordiais detectar se houve irregularidades nos processos. E eu particularmente não acredito que isso tenha ocorrido dentro do Cruzeiro no período da gestão do Gilvan.” 

Porém, o dirigente do clube não vê com bons olhos o trabalho do seu antecessor. “Após as gestões do Gilvan, sim, veio uma diretoria que agiu, no mínimo, de má fé”. Durante o período de Wagner Pires de Sá, a dívida do clube saltou para patamares históricos, totalizando quase R$ 800 milhões em contas para pagar. A gestão também colecionou diversos episódios polêmicos, como a venda dos direitos econômicos de promessas do sub-15, gastos do dinheiro do clube com pai de santo e jantar em casa de entretenimento adulto e pagamentos de salários de membros do conselho que chegavam até a R$ 40 mil por mês.

“Essas investigações (do Ministério Público) surgiram justamente a partir de auditoria que apontou práticas absurdas, algumas delas nunca antes vistas no futebol, como um mesmo atleta recebendo três aumentos em menos de um ano. Uma prática extremamente abusiva, que serviu primordialmente de pretexto para pagamentos de comissões a agentes que sabe-se lá de onde saíram”, escreveu o presidente. “Isso para mim é fruto de desonestidade e má fé, e difere de uma prática de gestão mal executada.”

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