Quadribol: Diogo Broda conta a história do esporte no Brasil

Imagem: Acervo ABRQ/Maria Laura Moura.

O Quadribol chegou ao Brasil há 10 anos. Diogo Broda de Vasconcellos, ex-presidente, ex-jogador do Rio Ravens e atual diretor financeiro da Associação Brasileira de Quadribol (ABRQ), conversou com o Esporte News Mundo e falou sobre a história de como conheceu o esporte e sua chegada ao país.

                 

CHEGADA DO QUADRIBOL AO BRASIL

“O Vinícius Mascarenhas, também conhecido como Lobinho, foi quem trouxe o quadribol para o Brasil. Em 2010 ele descobriu pela internet que existia o esporte e estava bem estabelecido nos EUA, onde foi criado em 2005. Descobriu que a International Quidditch Association (IQA) existia e teve a curiosidade de perguntar como poderia fazer para montar uma equipe para começar a praticar no Brasil, neste momento que o Rio Ravens é fundado sendo um time associado à IQA.”

A IQA aceitava a filiação de times e países, pois o quadribol ainda não possuía uma estrutura bem definida em muitos lugares, diferente da atuação atual que filia países e regiões específicas ao órgão internacional.

COMO CONHECEU O QUADRIBOL

“Conheci o quadribol em 2012 por um post do Facebook de uma amiga e não fazia ideia de que era um esporte, esta amiga apresentou um evento do Rio Ravens. Única equipe do Brasil até então. Fui a este evento e estou envolvido com o quadribol até hoje.”

Muito recente no Brasil, o esporte ainda não possuía estrutura e era praticado em eventos de fãs ligados a sequência de Harry Potter.

HISTÓRIA NOS RAVENS E CRIAÇÃO DA ABRQ

“Depois de um tempo treinando com o Rio Ravens, me tornei capitão e o esporte foi crescendo. Outros times surgiram, e representando os Ravens, me juntei com outros integrantes de equipes para fundar uma organização que pudesse representar o quadribol. A ABRQ surgiu para poder representar as equipes, direcionar pessoas interessadas na modalidade e organizar melhor as diretrizes que viriam da IQA para o Brasil, formada apenas por um pequeno conselho.”

O Brasil chama o esporte de Quadribol, porém a maior parte dos países que praticam a modalidade dão o nome de Quidditch. Uma curiosidade que ficou estabelecida, tendo em vista a tradução recebida nas citações do esporte bruxo ligado aos livros de Harry Potter em português.

Imagem: Acervo/Rio Ravens.

ATRIBUIÇÕES DA ABRQ

“A ABRQ possui pastas estruturadas dentro da Diretoria Executiva, a que ocupo atualmente é a de Financeiro, onde sou responsável pelo balanço patrimonial, fluxo de caixa, revisão de orçamentos das outras pastas. As outras pastas em resumo são: presidência, que coordena as pastas e representa institucionalmente; comunicação, responsável pelas mídias sociais e interação institucional; relações internacionais, faz a ligação com a IQA e Confederación del Sur Quidditch (CSQ); desenvolvimento e expansão, mantém de forma oficial o cadastro das equipes e jogadores e dá suporte para o crescimento e desenvolvimento de novas equipes; arbitragem, faz o treinamento e certificação de árbitros; esporte, garantir a realização das competições da ABRQ, supervisiona as competições que possuem a chancela da ABRQ, como por exemplo as competições regionais, além de ser responsável pela organização da seleção nacional.”

A ABRQ é filiada à IQA e a CSQ, órgãos que representam o quadribol no âmbito mundial e sul-americano respectivamente, possibilitando a participação do Brasil em competições internacionais.

OS TIMES NO BRASIL

“Como equipes ativas e filiadas a ABRQ, temos 21: oito em São Paulo, seis no Rio de Janeiro, duas no Distrito Federal, uma em Minas Gerais, uma no Paraná, uma em Alagoas, uma na Bahia e uma no Ceará.”

O sudeste possui uma base maior de equipes, mas a expansão do esporte para todo o país já acontece gradativamente com a visibilidade que a modalidade vem ganhando com o passar dos anos.

PRIMEIRA COMPETIÇÃO

“O primeiro campeonato foi o Carioca de 2017, organizado para acontecer em apenas uma data no campo da UFF em Niterói, o que foi surreal, eram 4 equipes: Rio Ravens, Araribolt, UFRJ e UFF. Houve dificuldade em não colocar as equipes para atuarem em sequência, programando intervalos e mesmo com a tentativa de ter tempo de descanso entre as partidas, este formato não funcionou bem devido ao calor. A UFF precisou abandonar o torneio por jogadores que passaram mal e elenco reduzido, inclusive a final entre UFRJ e Rio Ravens não foi realizada neste dia, precisando ser remarcada para semanas a frente no campo da UFRJ.”

O elenco das equipes no primeiro campeonato era bem reduzido, a campeã UFRJ (atual Minerva), jogou com apenas 8 atletas, por exemplo. O limite em uma equipe de quadribol é de 21 jogadores e as substituições são ilimitadas.

COMPETIÇÕES ATUAIS

“Atualmente no Brasil temos o campeonato carioca e paulista, regionais, e o campeonato brasileiro. Outra competição que equipes brasileiras podem atuar é na Copa do Sul, competição sul-americana que acontece todos os anos. Existe ainda a Copa do Mundo e o Pan-americano que acontecem a cada dois anos e o Brasil pode mandar sua seleção de jogadores. Do Pan-americano o Brasil não participou da única edição que aconteceu, mas da Copa do Mundo, a seleção atuou em duas das quatro competições. A estreia da seleção foi em 2016 na cidade de Frankfurt-ALE, com apenas sete jogadores que moravam fora do Brasil, já na segunda participação no ano de 2018 em Florença-ITA, houve uma mescla de jogadores que atuavam no Brasil e internacionalmente. ”

Os campeonatos estão crescendo no Brasil, o Campeonato Carioca conta com três edições desde 2017, o Paulista teve sua primeira edição em 2019, já o Campeonato Brasileiro passou por duas edições, ambas vencidas pelos Dragões da Tormenta.

Imagem: Claire Purslow Quidditich Photography

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