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Quase um ano depois, Cruzeiro reencontra CSA, agora pela Série B; veja o que mudou

Cruzeiro e CSA voltam a se enfrentar após quase um ano Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

POR JÉSSICA MAYARA E MATHEUS RIBEIRO

Quase um ano depois do confronto histórico entre Cruzeiro e CSA, que incendiou a crise financeira e técnica na Toca da Raposa e fez com que os treinadores de ambos os times caíssem, as duas equipes se enfrentam novamente, neste sábado (18), às 21h, no Estádio Rei Pelé, dessa vez, pela décima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Na campanha atual, o Cruzeiro vem de vitória, essa conquistada logo na estreia de Ney Franco no comando da equipe. Com oito pontos, o time celeste ocupa agora a 14ª posição na tabela de classificação, após sair da zona de rebaixamento.

O adversário e mandante da partida, por outro lado, amarga a última colocação no campeonato, com apenas quatro pontos. Além disso, o time alagoano entrará em campo após ter somente 72h de descanso, visto que jogou no meio de semana, também pela segunda divisão nacional.

O Cruzeiro, por sua vez, vem de uma semana intensa de treinamentos, já que não teve compromissos oficiais durante a semana. Porém, precisou fazer longa viagem para Maceió.

Neste duelo, então, cansadas ou não, ambas as equipes precisam buscar a vitória para melhor se colocarem na disputa pelo acesso à Série A.

A PARTIDA DA QUEDA?

O duelo entre Cruzeiro e CSA, naquele 28 de novembro de 2019, valia mais do que a simples vitória. O chamado “jogo dos seis pontos” se fez presente naquela ocasião, quando o Mineirão, sob chuva, recebeu as duas equipes brigando para fugir do rebaixamento.

Enquanto o CSA chegava à partida com 29 pontos conquistados em 34 rodadas, a Raposa estava estacionada na 17ª posição com 36 pontos – um a menos que o Ceará, que estava com 37 e havia jogado na rodada. Com mais de 34 mil pessoas presentes no Gigante da Pampulha, o Cruzeiro entrou em campo precisando vencer e, de quebra, sacramentar o rebaixamento do adversário.

Mas, isso não foi o que se fez acontecer em campo. O time alagoano atraiu a equipe celeste para o seu campo de ataque, buscando contra-atacar com velocidade. Enquanto isso, a Raposa, soberana em campo, tinha muitas dificuldades de infiltrar na defesa adversária e esbarrava em um esquema de jogo pouco eficaz para abrir o placar.

Fato que foi concretizado, mas a favor dos alagoanos, aos 43 minutos do primeiro tempo. Após boa defesa de Fábio, na cabeçada de Ricardo Bueno, Alan Costa empurrou para o fundo das redes. Em seguida ao gol sofrido, o Mineirão se tornou uma “imensa panela de pressão” para os jogadores celestes.

No segundo tempo, a torcida, sem acreditar no que estava vendo, começou a protestar nas arquibancadas, ateando sinalizadores para dentro do gramado. O clima se tornou insustentável após a cobrança de pênalti desperdiçada por Thiago Neves aos 19 minutos da segunda etapa.

Após o apito final, o resultado surpreendente dentro de campo, se alastrou para fora dele. Com o resultado negativo, Abel Braga foi sacado da equipe e, Argel Fucks, que havia vencido a partida, pediu demissão do CSA para assumir o Ceará, outra equipe postulante ao rebaixamento.

Na classificação final, após as 38 rodadas, o CSA caiu para a Série B e o Cruzeiro, também, terminou rebaixado, este de maneira inédita em sua história, para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.

POLÊMICA: ‘FALA, ZEZÉ!’

O polêmico áudio de Thiago Neves, camisa 10 do Cruzeiro à época, e vazado ao público, tomou as manchetes esportivas no dia seguinte ao jogo.

Isso porque, o jogador, em uma conversa com Zezé Perella, então gestor de futebol do Cruzeiro, após o saudar com o “Fala, Zezé!”, pediu que parte dos salários atrasados dos jogadores fossem pagos, como uma forma de incentivo em busca da vitória contra o CSA. No áudio, Thiago ainda afirmou:

— Se não ganhar (o Cruzeiro), do CSA pelo amor de Deus, né? —, diz o jogador desmerecendo o clube adversário.

Em campo, o Cruzeiro perdeu a partida por 1 a 0, com pênalti perdido por Thiago na segunda etapa – o que foi considerado por muitos como feito de propósito.

Thiago Neves perdeu um pênalti no decorrer da partida e foi alvo de críticas da torcida Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Após o resultado e, consequente áudio vazado, a zueira entre os torcedores se tornou marcante, tanto entre os próprios cruzeirenses, como por rivais. Fato que, em março de 2020, se consumou nas arquibancadas, no clássico entre Atlético e Cruzeiro, pelo Campeonato Mineiro.

Na ocasião, toda vez que o goleiro Fábio colocava a bola em jogo, em cobrança de tiro de meta, a torcida alvinegra ecoava o cântico nas arquibancadas do Gigante da Pampulha: “Fala, Zezé!”.

O QUE MUDOU?

De lá para cá, muita coisa mudou. O Cruzeiro, muito em função da crise financeira que assola o clube desde o ano passado, se reestruturou completamente, desde o elenco até a diretoria. Dos remanescentes daquele time, há apenas seis jogadores: Fábio, Léo, Cacá, Henrique, Ariel Cabral e Maurício.

Fábio e Léo são algus dos remanescentes no elenco celeste Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Muitos jogadores saíram e inúmeros chegaram, o que também aconteceu no comando da equipe. Hoje dirigido por Ney Franco, o Cruzeiro teve, desde o último jogo entre as duas equipes, três técnicos – contando com o atual treinador – à frente de seu elenco.

Além disso, o confronto agora se justifica pela disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. Anteriormente, as duas equipes se enfrentaram pela primeira divisão da competição nacional – quando caíram juntas para a atual categoria.

Entre tantas mudanças, a partida a ser disputada neste sábado, pela Série B, deve contar com o seguinte Cruzeiro: Fábio; Rafael Luiz, Léo, Cacá e Matheus Pereira; Jean e Jadsom; Airton, Maurício, Arthur Caíke e Régis.

SOBERANIA CELESTE

Relembrando a história do confronto, o Cruzeiro leva ampla vantagem sobre o CSA. Foram nove duelos entre as duas equipe, sendo que em seis deles o time estrelado saiu de campo com a vitória. Nos outros três duelos, tem-se um empate e duas derrotas estreladas. A Raposa marcou 15 vezes, enquanto que o time de Maceió balançou as reses apenas em cinco oportunidades.

A soberania celeste é ainda maior se levarmos em conta somente as partidas disputadas em território alagoano, mais precisamente no Estádio Rei Pelé, palco do jogo deste sábado. Lá, foram seis duelos. Em quatro deles, o placar foi positivo para o time mineiro e, em apenas uma vez, o marcador teve a vantagem atribuída ao CSA. O outro confronto acabou em empate.

Ao todo, o Rei Pelé teve suas redes estufadas 13 vezes no que se refere o confronto entre Cruzeiro e CSA. Em nove delas, a alegria foi cruzeirense. Nas demais quatro oportunidades, foi o time alagoano quem comemorou o gol.

Por outro lado, no último jogo disputado em solo alagoano, o time mineiro não conseguiu trazer a vitória para casa, já que o apito final se deu no momento em que o placar marcava 1 a 1. Na ocasião, a disputa se dava pela partida de ida do Campeonato Brasileiro e cada equipe somou um ponto na competição.

O novo resultado a ser acrescido neste histórico só os 90 minutos jogados dirão. E, para não perder nenhuma emoção deste duelo, acompanhe, em tempo real, todos os lances da partida aqui no Esporte News Mundo.

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