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Rafinha quebra silêncio, fala sobre negociações com o Flamengo e crava: “Fui vítima de uma guerra política”

Rafinha - Flamengo
Marcelo Cortes/Flamengo

Depois da desistência oficial do Flamengo para repatriar o lateral-direito Rafinha, que segundo nota oficial foi motivada por motivos financeiros, o jogador resolveu abrir o jogo e contar sua parte da história. Em entrevista ao “Seleção SporTV”, o atleta revelou que a parte financeira não foi o problema, mas sim uma guerra política na qual ele teria sido vítima.

                 

“O treinador me queria, o departamento de futebol todo me queria. Os torcedores me queriam. A parte financeira já deixei claro que não era o problema. Vou repetir: flexibilizei o máximo que poderia para receber meu salário em 2022. Claro que eu fui vítima de uma guerra política. Não tenho culpa disso. Podem estar zangados com o Olympiacos, respeito. Tenho muito carinho. Não foi isso que alegaram. Falaram que era parte financeira. Eles têm essa guerra, eu não sabia também. Eu paguei o pato, fiquei 35 dias esperando tomarem decisão e não deu certo. Pula para o outro lado e tinha as pessoas que eu soube que não queriam minha contratação. É uma coisa que não é normal. Eu sei da situação, sei o que o clube está passando, por isso fiz isso (abriu negociação). Queria voltar para o Flamengo, jogar, deixei a flexibilização para fazerem a proposta para mim que coubesse no orçamento do clube. Foi o que fiz, e eu queria explicar que, da minha parte, eu fiz o que poderia fazer”, afirmou.

Sem revelar os valores envolvidos na negociação, Rafinha bateu novamente na tecla de que a questão financeira não foi o entrave para o acerto não acontecer, já que, segundo ele, flexibilizou o máximo os valores para caber no orçamento do clube. O lateral-direito manifestou seu desejo de jogar e afirmou que ficou no aguardo da proposta do Flamengo, que não chegou.

“Não seria, de jeito nenhum, o valor que ganhei na primeira passagem. Não tem comparação, afinal abri mão disso também, porque sei da situação, sei como é. O valor seria muito menor do que ganhei na primeira passagem. Todo mundo falando de dinheiro e luvas, o torcedor não sabe a realidade. Eu iria receber bem menos. Eu nem sabia quanto ia receber, porque estava esperando o Flamengo fazer uma proposta. O Flamengo sabe meu valor, o jogador que sou, o que represento. Esperei o Flamengo fazer proposta e claramente eu ia aceitar”, explicou.

Rafinha também explicou o polêmico episódio de 2020, quando optou por deixar o Flamengo no meio do Campeonato Brasileiro para acertar com o Olympiakos. Rafinha explicou que a proposta do clube grego era três vezes maior que a do rubro-negro e se tratava de uma ‘oportunidade única’ pela sua idade avançada.

“Eu recebi proposta para ganhar três vezes mais do que ganhava no Flamengo. Tem que ser realista. Era uma oportunidade única, com 34 anos, tenho mais quatro anos de carreira. Pensei na minha família. Qualquer jogador na minha posição iria fazer isso também. Sabia do meu prestígio, mas foi uma situação que não podia deixar passar. Eu tinha cláusula no contrato, porque, depois de 15 anos na Alemanha, quem sabia que ia dar tão certo no Flamengo? Caso não desse certo, eu poderia regressar à Europa. Nessa primeira passagem no Flamengo, o departamento de futebol sabe que, se eu tivesse olhado para esse lado, eu não tinha vindo para o Flamengo. Eu abri mão de muita coisa quando vim. Ninguém me questionou em 2019. O valor financeiro nunca foi o principal fator, e o departamento de futebol do Flamengo sabe muito bem disso. Faz 30 dias que só estou tomando pancada. E isso não é verdade. Não combina comigo”, relembrou.

Rafinha agradeceu publicamente os membros do departamento de futebol do clube, especialmente o VP de Futebol Marcos Braz e o diretor de futebol Bruno Spindel. Segundo ele, o setor lutou por sua contratação internamente, mas citou a vontade de outros departamentos para encerrar as negociações.

“Tenho que agradecer muito ao Braz e ao Spindel e a todo o departamento de futebol, que desde o início demonstraram toda a vontade de brigar e costurar minha volta. Fizeram de tudo que poderia ser feito. Nós conversamos com eles, o Lincoln sentou com eles umas 30 vezes. Eles brigaram por mim. Recebi a mensagem de que você não está sendo contratado agora por outras situações. Financeiramente, não é o problema. A gente tem que respeitar. O Flamengo tem a Gávea, o departamento de futebol, o departamento financeiro, e foi decidido desta forma”, agradeceu.

Mesmo claramente decepcionado com o fim das negociações, Rafinha afirmou que ninguém irá apagar sua história no Flamengo, mas por ser profissional, irá seguir sua vida e liberou seus representantes para conversar com outros clubes brasileiros. Sua ambição é clara: ser campeão.

“Eu sou profissional. Todo mundo sabe o carinho que tenho pelo Flamengo. Me tratam como ídolo, eu triunfei aqui, fui campeão aqui. Esse casamento deu certo, ninguém vai apagar essa história. Tenho mais alguns anos no futebol, estou muito bem fisicamente. Tenho muito para dar ainda. A partir de hoje, virei a chave e vou seguir minha vida profissional. Estou me preparando. Meus representantes estão liberados para procurar outra coisa melhor para mim. Não sou nenhum menino mais. Quero ir para um clube que tenha projeção de ser campeão. Quero buscar mais títulos e volta a jogar que é o que mais quero”, concluiu.

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