Vôlei

Relembre a história de Serginho ‘Escadinha’, o maior líbero de todos os tempos

Serginho
Foto: Divulgação/CBV

Nesta sexta-feira (15), Serginho Escadinha, o maior líbero da história do vôlei brasileiro, completa 46 anos. Dono de quatro medalhas olímpicas e diversos títulos nacionais e internacionais, o ex-jogador é considerado um dos melhores líberos do mundo. O esportista não esconde as dificuldades que enfrentou para chegar no topo e inspira jovens a seguirem seus passos. 

Serginho nasceu no dia 15 de outubro de 1975, na cidade de Diamantina do Norte, no Paraná, mas se mudou com apenas nove meses para a capital de São Paulo, onde cresceu na periferia do estado, em Pirituba. O craque enfrentou muitos obstáculos na sua infância, desde cedo o líbero foi obrigado a aprender a lidar com a pobreza e a violência da sua região e precisou ajudar com as despesas de casa.

O líbero já trabalhou como empacotador, office-boy e vendedor de produtos de limpeza. O seu primeiro contato com o vôlei foi nos recreios da escola. Escadinha logo se destacou e aprendeu a amar o esporte. O jogador, que tinha 1,84m, começou sua carreira como atacante, mas não via futuro por conta da altura considerada baixa para os parâmetros do vôlei. Em 1998, a FIVB introduziu a posição de líbero no regulamento, que é o fundamento especializado na recepção e na defesa. Assim, o atleta conseguiu o espaço necessário para crescer no profissão.

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Serginho começou sua carreira no Palmeiras, onde ganhou o apelido que viria a ser conhecido. No clube, a maior parte das pessoas com quem se relacionava tinham melhores condições, e o líbero vinha de família humilde. Por falar diferente e com muitas gírias, seus colegas de equipe o apelidaram de “Febem” e “Escadinha”, alcunha de traficante famoso do Rio de Janeiro. Nunca se importou com os nomes, porém. 

Aos 21 anos, passou pela peneira do São Bernardo, onde disputaria sua primeira Superliga, em 1996. O destaque do atleta no cenário nacional foi rápido, Serginho não demorou para se aprimorar e ganhar cada vez mais espaço nas competições. Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira foi em 2001 e conquistou seu primeiro Campeonato Mundial em 2002. 

Serginho é colecionador de prêmios individuais e conjuntos com o grupo brasileiro. O ex-camisa 10 coleciona quatro medalhas olímpicas, dois ouros e duas pratas. O líbero é um dos únicos jogadores de vôlei que já participou de quatro olimpíadas seguidas e subiu no pódio nas quatro ocasiões. Seu primeiro êxito foi em 2004, em Atenas, onde conquistou o ouro. 

Já em 2008 e 2012, em Pequim e Londres respectivamente, Escadinha ficou com a medalha de prata. Depois da conquista na Inglaterra, Serginho fez sua primeira aposentadoria da Seleção Brasileira e decidiu parar de jogar pelo país. O ex-jogador, porém, voltou à equipe em 2016, a pedido de Bernardinho, e disputou as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Em um Maracanãzinho lotado, o camisa-10 conquistou sua última medalha de ouro com o Brasil. No evento carioca, conquistou o prêmio de MVP, jogador mais valioso da competição. Após o triunfo, confirmou sua aposentadoria da Seleção.

Serginho é referência no esporte mundial e é o jogador de vôlei com o currículo mais vitorioso do país. O ex-camisa 10 acumula dois títulos  do Campeonato Mundial e sete Ligas Mundiais, além de outros troféus com a Seleção Brasileira e diversos prêmios com clubes do esporte. Em 2009, Escadinha recebeu o prêmio de MVP da Liga Mundial, depois de ganhar o ouro em Belgrado, e se consagrou como o único líbero a ganhar esse prêmio no torneio. 

Em 2017, o ex-atleta lançou uma biografia escrita por Daniel Bortoletto chamada “Degrau por Degrau”, que conta a história da sua vida e trajetória. Em 2020, aos 44 anos, Serginho anunciou sua aposentadoria das quadras. Seu último jogo foi em março, atuando pelo Vôlei Ribeirão, na última rodada antes da Superliga ser parada por conta da pandemia do coronavírus.

Hoje em dia, com 46 anos, o ex-jogador ainda vive no estado de São Paulo e se dedica a sua família. Apesar do sossego e de estar fora das quadras, Escadinha não parou de fazer pelo país, criou o Instituto Serginho 10, um projeto voltado para o vôlei, pedagogia e projetos sociais, que visa criar oportunidades para jovens humildes através do esporte e da educação.

Serginho deixou um legado para o Brasil e o mundo. Menino de lugar humilde que jogou com excelência e é amplamente considerado o maior líbero de todos os tempos e com mais prêmios que qualquer outro em sua posição. Com muita habilidade na recepção e no passe, o ex-jogador não é craque apenas no esporte. Com muita humildade, o camisa 10 percorreu um caminho difícil para chegar no topo, e hoje, inspira muitos jovens a fazerem o mesmo.

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