Renato Gaúcho foi finalmente apresentado no Flamengo, na tarde desta segunda-feira (12), no Ninho do Urubu. O técnico assumiu a equipe após a demissão de Rogério Ceni, às vésperas do jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, diante do Defensa y Justicia. Descontraído, como de costume, Renato despistou sobre que estilo de jogo vai implementar no Flamengo, mantendo o foco das suas respostas na emoção que está sentindo com a oportunidade.
De camarote, Renato Gaúcho acompanhou a virada do Flamengo sobre a Chapecoense, no último domingo (11), no Maracanã. Nesta segunda (12), ao lado do presidente Rodolfo Landim, de Marcos Braz e Bruno Spindel, o novo comandante rubro-negro foi finalmente anunciado.
Tranquilo com o microfone, Renato falou estar emocionado desde o último sábado (10), quando foi oficializado como técnico do Flamengo. Campeão como jogador, agora terá a chance de repetir o sucesso, só que desta vez, à beira do campo.
“Era o meu sonho treinar o Flamengo. Pela grandeza, considero o Flamengo tão grande quanto a Seleção Brasileira. Todo treinador sonha algum dia treinar o Flamengo. Estou realizando um sonho, bastante emocionado.”
Uma das críticas ao trabalho de Rogério Ceni era a pouca utilização da base. Lázaro, uma das jóias rubro-negras, não teve oportunidades com o treinador. Renato, pelo contrário, já chegou dizendo que pretende sim utilizar os jovens do Flamengo, mas no momento certo.
“Eu por onde passo gosto de trabalhar com os garotos. Já falei com as pessoas do Flamengo para marcar um coletivo hoje para os jogadores que não atuaram ontem, justamente contra os garotos, para poder começar a observá-los. Não tenho medo de lançar um garoto, mas ele tem que ser lançado na hora certa.”
Questionado sobre a aprovação que tem com a torcida, Renato se mostrou muito tranquilo, lembrando dos jogos beneficentes que costumava atuar ao lado de Zico nos finais de ano, sob os olhos de muitos rubro-negros.
“No jogo beneficente que o Zico faz todo ano, a torcida me vaiava e ele até brincava comigo: ‘Está vendo? Você é ídolo deles, a torcida gosta de você.’ Mas tem aquele gol de barriga… Mas isso são coisas que acontecem e o torcedor pode confiar que a gente vai trabalhar bastante para conquistar.”
O Flamengo é atualmente o oitavo colocado no Brasileirão, com apenas 15 pontos conquistados em nove partidas disputadas. Ao lado de Palmeiras e Atlético-MG, como os clubes que mais investiram nos últimos anos, o Rubro-Negro tem a pressão de disputar o título. Para Renato, essa cobrança é natural.
“Todo torcedor quer ver seu time campeão. É óbvio que você tem uma vantagem quando traz jogadores e qualifica seu grupo. Mas isso não quer dizer que é 100%. Vamos falar do PSG, por exemplo: gastou e não foi campeão. Com os jogadores qualificados como o Flamengo tem, as chances são maiores, para isso vamos trabalhar.”
Fazendo uma análise rápida do elenco que tem em mãos, Renato não foi econômico nos elogios, afirmando que mesmo com a perda de algumas peças, ainda é capaz de conquistar títulos.
Desde que Jorge Jesus saiu da equipe, todos os treinadores que passaram pelo Flamengo tiveram que lidar com o seu fantasma. Com Renato não será diferente. O técnico elogiou o trabalho do português, mas disse que não gosta de comparações, e que trabalhará intensamente para fazer o Flamengo voltar a ganhar títulos.
“Encaro isso com a maior tranquilidade. O Jorge Jesus fez um excelente trabalho, conquistou títulos. O Domenéc e o Rogério tentaram e eu vou continuar tentando também. Eu acho que não devemos ficar comparando um treinador com o outro, cada um tem seu trabalho. Todos eles pode ter certeza que trabalharam para conquistar.”
Por fim, Renato falou da possibilidade da volta ao público nos estádios. A Conmebol, inclusive, já anunciou que liberará a entrada da torcida nos estádios a partir das oitavas de final da Libertadores. Para o treinador, desde que os protocolos sejam cumpridos, a volta do público pode acontecer.
A estreia de Renato Gaúcho como treinador do Flamengo acontece nesta quarta-feira (14), às 21h30 (Brasília), diante do Defensa y Justicia, no Estádio Norberto “Tito” Tomaghello, na Argentina, pelas oitavas de final da Libertadores.
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