Z - Futebol Agência ENM

Rodrigo Capita revela ao ENM expectativa para Mundial de Futsal e projeta despedida da Seleção: ‘Pode ser meu último ato’

Rodrigo Capita - Foto-Juliana Poty
Foto: Juliana Poty/Esporte News Mundo

Lenda do futsal mundial com cinco indicações ao prêmio de melhor do mundo, Rodrigo Hardy, 37 anos, revelou que pode ser a última vez que vai brigar por um título de Copa do Mundo pelo Brasil. A competição será realizada entre 12 de setembro e 3 de outubro na Lituânia. Na primeira fase, o Brasil terá como adversários República Tcheca, Vietnã e Panamá no Grupo D.

                 

+ Duas vezes melhor do mundo, Ferrão acredita em mais um título do Brasil no futsal

“Capita”, como é carinhosamente chamado, está engasgado com o hexacampeonato que a Seleção Brasileira deixou escapar em 2016. O craque revelou com exclusividade ao Esporte News Mundo as expectativas para a Copa do Mundo na Lituânia e planos para o futuro.

Siga o Esporte News Mundo no TwitterFacebook e Instagram.

A pior campanha brasileira em edições da Copa, somada à eliminação precoce nas oitavas de final contra o Irã em 2016, trouxe ensinamentos importantes para o fixo. Capita lamentou a derrota nos pênaltis, mas garantiu que a frustração é motivação para a Seleção em 2021.

Foto: Divulgação/FIFA

– A gente tem que estar preparado. Acho importante crescermos na competição. Trago a experiência de uma derrota dolorida e passo para o pessoal. Na primeira fase temos que criar cancha para chegarmos no mata-mata, porque não é um jogo de ida e volta, é um jogo só, então temos que estar muito bem preparados – afirmou.

Depois de participar de três Mundiais pela Seleção, de ter feito campanhas históricas pelos clubes que passou, como os 11 títulos pelo Sorocaba Futsal desde a fundação em 2014 e de alcançar conquistas individuais memoráveis, Capita avalia que a hora de descansar se aproxima e que pode encerrar a passagem pela Seleção na Lituânia.

– Acho que pode ser meu último ato pela Seleção Brasileira. No próximo ciclo eu vou estar com 40 anos e pode ser que fique muito puxado. Vão vir outros meninos e acho que eles tem que passar por esses três anos. O atleta tem que colocar a camisa da Seleção, tem que perder um jogo que não era para perder, ganhar um jogo, entregar uma bola, ser o cara do momento. Ele tem que passar por esses três anos para chegar bem no Mundial, que é uma competição totalmente diferente. Acho que vale a pena abrir espaço para outros jogadores – analisou.

Rodrigo no treino da Seleção Brasileira de futsal na Arena Carioca 2 – Foto: Juliana Poty/Esporte News Mundo

Desde que a CBF assumiu a gestão da Seleção Brasileira de futsal, em abril deste ano, a entidade passou a representar o país na FIFA e na Conmebol no lugar da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS). Segundo Capita, a decisão mudou completamente a infraestrutura de treinamento e trouxe mais responsabilidades.

– Dá uma empolgação a mais e dá uma obrigação a mais também. A estrutura é formidável. A gente vinha para a Seleção e ficava faltando alguma coisa e agora não. Estou com 37 anos, mas temos que deixar um legado com uma porta aberta dentro da CBF. Se a gente for para lá (Copa do Mundo) e conseguir o título que estamos sonhando, vai melhorar muito para a próxima geração, o pessoal pós Capita. Um atleta de Seleção Brasileira tem uma responsabilidade muito grande. Estamos nos preparando muito bem, estou muito feliz de estar aqui – avaliou.

Rodrigo no treino da Seleção Brasileira de futsal na Arena Carioca 2 – Foto: Juliana Poty/Esporte News Mundo

Leia os outros trechos da entrevista com Rodrigo Capita

ENM: Você foi Campeão Mundial em 2012 e foi eliminado nas oitavas em 2016. O que essas duas experiências tão distintas te dão de bagagem para o Mundial na Lituânia?

Capita: São 12 anos de Seleção Brasileira, terceiro mundial. O primeiro foi muito legal, a gente foi campeão na Tailândia. Era um grupo remanescente do título de 2008 e isso foi muito importante. Havia jogadores experientes com uma mescla de jogadores novos. Em 2016 a gente não conseguiu trabalhar muito bem. Chegamos lá com problemas internos e pagamos caro nisso.

ENM: Qual é a sua expectativa para a competição?

Capita: Trazer o título de volta. Temos grandes jogadores, os melhores do mundo. O Marquinho está conseguindo fazer com que os melhores se tornem um grupo muito bom, isso é fundamental. Então a gente tem muita peça, o Marquinho está trabalhando muito bem e tenho certeza que vamos chegar lá com força máxima.

ENM: Quem são os principais adversários do Brasil no Mundial?

Capita: Portugal vem forte, Espanha vem forte, Rússia vem forte, Irã vem forte. Vai ter surpresa. A própria Argentina que está defendendo o título. O pessoal da Europa está muito forte. Temos que estar preparados para todos os tipos de jogos. A gente tem uma comissão que está trabalhando muito para entregar um bom caminho para a gente no decorrer do mata-mata.

ENM: Você está com 37 anos, é um dos mais experientes do grupo. Como vocês lidam com essa garotada?

Capita: A gente tenta tirar um pouco da pressão dos meninos, os mais novos. Tem outros jogadores aqui dentro que já tem uma bagagem, mas não tem um Mundial nas costas. E é diferente, pode ter certeza que é diferente. Vou ajudar tanto a comissão técnica quanto os jogadores. Dentro de quadra a gente é líder e sabe das nossas responsabilidades. Quando chegar lá (no Mundial) o coração vai bater na ponta da garganta. Acho que a experiência dentro de jogo, uma bagagem importante: saber resolver os problemas dentro de quadra é fundamental.

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo