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Roger Machado fala sobre alterações no Flu em vitória sobre Madureira, atuação de Ganso e dupla de ataque; confira

Foto: Lucas Merçon/ Fluminense

O Fluminense derrotou o Madureira, de virada, por 4 a 1, neste domingo (25), pelo Campeonato Carioca. Com o resultado, o Tricolor terminou em segundo lugar na classificação e vai enfrentar a Portuguesa nas semifinais.

Sobre o confronto contra o Tricolor Suburbano, Roger Machado fez sua análise do duelo e explicou sobre a mudança de postura e atuação do Flu do primeiro para o segundo tempo:

– Primeiro temos que contextualizar o jogo da forma que os adversários se comportam quando  vêm jogar, sobretudo, dentro da nossa casa. Como hoje, jogaram em bloco baixo, restringindo o espaço para que a gente jogasse. Permitindo, apenas, que tivéssemos o controle de bola com os volantes e zagueiros – para poder pressionar de frente. Com isso, entra a leitura do que está acontecendo dentro do campo e as intervenções fora dele, para que a gente buscasse solucionar esses problemas. O adversário conseguiu seu gol em uma bola parada, no jogo que estava muito equilibrado.

O treinador do Flu destacou que não há como definir o porquê de o time não ter conseguido sair na frente do placar e ressaltou o duelo tático que existe entre os adversários durante o jogo:

– Não há uma explicação definitiva para não conseguir construir seus jogos desde os primeiros minutos. Está ligado ao que o adversário impõe de dificuldade e as soluções que encontramos. No primeiro tempo, especialmente nesse tipo de jogo, a gente carregou a linha com quatro jogadores e ficamos com poucos gente dentro do bloco para articular essa bola. O que faz com que, ao basear com a linha adversária, você não tem o espaço para jogar a frente dos zagueiros, nem tampouco nas costas. Quando corrigimos esse posicionamento, começamos a flutuar mais o Cazares e o Biel às costas dos volantes, gerar dúvidas na primeira linha e você consegue jogar dentro  ou ter as costas, como foi o gol do Abel na penalidade.

Confira outros trechos da coletiva

Bobadilla e Abel titulares juntos

– Engraçado, quando a gente não contrata, não contrata. Quando vem mais de um é porque contratou muito. São jogadores com características diferentes. O Raúl (Bobadilla) é um centroavante mas tem mais mobilidade e pode jogar como segundo atacante – algo que no Brasil muitas vezes a gente perdeu essa forma de jogar, por imaginar que sempre se precisa de um meia atrás do atacante. O que eu propus hoje foi jogar com um”meia-ponta”, dois jogadores na área, com um deles procurando espaços nas costas dos volantes. Sobretudo em posse de bola, para que a gente pudesse botar o Cazares o mais rápido possível dentro do jogo, para jogarmos com um meia atrás dos dois atacantes e municia-los. Os poucos espaços do jogo restringiram as nossas ações. Mas, de modo geral acho que funcionou bem. No segundo tempo houve o ajuste para que eles não ficassem, excessivamente, grudados à linha defensiva. Conseguimos ter um pouco mais de fluidez e atacar às costas em velocidade.

Paulo Henrique Ganso

– Tenho que elogiar o profissionalismo do Paulo em todo o momento. Ele me relatou que gostaria de ter mais tempo em campo, diferente do ano anterior. Na conversa, eu relatei que essa função que ele atua, deve funcionar melhor como um meia-atacante do que um meia-articulador. Esse jogador, quando não esteja na articulação, que eu não vejo como obrigação o camisa 10 sempre articular o jogo, que ele estivesse próximo ou dentro da área. Quando o Paulo está em campo, tem cumprido muito bem. Ainda ontem eu frisei que gostaria de colocar todos os jogadores do banco à minha disposição para poder escolher o melhor opção para por no jogo, mas eu não posso.

– E a composição do banco de reservas é feita, cada vez mais, com jogadores especialistas em suas funções. Eu tenho dois zagueiros, dois laterais, dois volantes, um meia e mais jogadores de ataque que possam fazer posições diferentes dentro do campo. Para alguns compromissos, vou ter que deixar jogadores importantes (de fora). Não vai ser a primeira, nem a última. Mas jogador em campo cava seu espaço, como ele hoje conseguiu fazer, com um belo gol e nos ajudando. Quando cheguei, frisei para ele que em uma conversa de aeroporto quando encontrei o Narciso, seu treinador na base, ele disse que o Paulo era um grande meia atacante sim. Que na base fazia muitos gols como que fez hoje, entrando dentro da área. Se puderem recuperar uma imagem na beira do campo, falei com ele o parabenizá-lo: “foi isso que o treinador me disse”. Ele e todos estão de parabéns. O grupo é forte e queremos que todos estejam preparados para jogar.

Importância da vitória

O objetivo da vitória hoje não era fugir do clássico, mas ter a vantagem que o segundo lugar tem em relação ao adversário que enfrentaremos. Era importante ter a tranquilidade com a vitória. Teremos jogos fortes na próxima fase, mas também estaremos focados na Libertadores. E isso divide as atenções.

Duelo da Libertadores

– A partir de agora a gente começa a projetar nosso confronto da Libertadores fora de casa. Penso que para um segundo jogo a ansiedade da estreia talvez não apareça com tanta nitidez como foi nos primeiros momentos contra o River. Jogo difícil, saímos do nosso domínio para enfrentar um adversário forte. Já tive embates na Libertadores. Mas estamos construindo algo que nos projeta e dá confiança, que possamos fazer uma grande Libertadores.

Equipe com jogadores experientes

– Não pensei na experiência. Pensei no tipo de esquema. Foi um time mais experiente, mas não tem relação nenhuma com a dificuldade apresentada em função da imposição do jogo do adversário. Pode ter uma coisa de entrosamento. Sobretudo ali na frente, com Abel e Raul, que ainda não estão tão habituados à nossa mecânica.

 Atuação de Gabriel Teixeira

– Com relação ao Biel, nos primeiros jogos com 23, me chamou muita a atenção a personalidade, seu tipo de jogo e comprometimento com as fases do jogo, pra defender e atacar. Sua leitura tática defensiva sem abrir mão de sua característica foram muito marcantes nos jogos que vi e pedi para que ele fizesse parte deste processo porque imaginei que ali estaria surgindo um jogador muito potencial. Ele estava ansioso porque entrava bem, levava o time para frente. É um jogador que finaliza bem mas não estava dando sorte. Mas hoje, na reza, estive do seu lado e falei: “agora deu né? Agora tenho certeza que a bola vai bater e vai entrar com mais tranquilidade”. É um jogador com grande potencial e chance de evolução.

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