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Rogério Ceni destaca seriedade do Flamengo e crê em dificuldades na Libertadores: “Gramado sintético é estranho”

Foto: Silvio Avila/Getty Images

O Flamengo venceu novamente o Volta Redonda, desta vez pelo placar de 4 a 1, na noite deste sábado (08), e assegurou sua vaga na final do Campeonato Carioca, que será disputada contra Fluminense ou Portuguesa. Após o duelo, o técnico Rogério Ceni deu longa entrevista coletiva, em que elogiou seus comandados e lamentou a lesão de Michael, autor do gol que abriu o placar no Maracanã.

                 

Além disso, Ceni também voltou a falar sobre a possibilidade de Gabigol e Pedro atuarem juntos novamente no futuro, a série invicta da equipe, que chegou a seis vitórias seguidas, e os destaques individuais da vitória sobre o Voltaço.

Antes de decidir o Estadual, no entanto, o Flamengo poderá garantir sua passagem às oitavas de final da Libertadores. Na próxima terça-feira, o Rubro-Negro viaja ao Chile para encarar o Unión La Calera, às 21h30 (horário de Brasília). No caso de uma vitória da equipe de Rogério Ceni em território chileno, o time assegura sua classificação com 100% de aproveitamento e duas rodadas de antecedência.

Confira abaixo os principais tópicos abordados por Rogério na entrevista:

SERIEDADE DA EQUIPE, QUE ENTROU EM CAMPO COM TRÊS GOLS DE DIFERENÇA

“A maneira séria como o time jogou no segundo tempo, mesmo tendo um placar bom no primeiro tempo. Sem preciosismo, objetivo, tentando fazer gols. Lógico que com as trocas tínhamos uns jogadores que precisávamos tirar. Queria dar um ritmo para o Everton Ribeiro, para o João Gomes também, já que não treinaram de manhã. Alguns treinaram de manhã, como é o caso do Arão, do Diego, Filipe Luís, Arrascaeta e Bruno Henrique. E eles eu trouxe de segurança e porque podiam trabalhar um pouquinho no jogo de hoje.”

“O mais importante é que levamos a sério o jogo. Muitos garotos na partida. Hoje tivemos 14 jogadores da base convocados. Nove no jogo. Lógico que alguns ainda precisam ser trabalhados, têm um ou dois anos de base, precisam de aprimoramento. Mas a gente fica feliz porque eu sei o quanto o clube valoriza a base, o quanto é bom ter jovens e para que o público pudesse observar e fazer sua avaliação de cada um deles.”

LÉO PEREIRA

“Primeiro é o desejo deles de trabalho diário. Eu acho que é muito de cada um, do que está disposto a entregar para chegar em um ponto mais alto. O Léo já faz tempo que eu queria dar uma oportunidade, é um jogador que quando eu joguei contra no Athletico eu gostei muito. E em qualquer time que eu fosse eu gostaria de tê-lo. Passou por um momento difícil, mas sempre temos que dar uma oportunidade novamente. Eu acho que ele jogou bem, um zagueiro canhoto que tem boa saída de jogo. Vai ganhar cada vez mais minutos e oportunidades para jogar.”

GABIGOL, CAPITÃO DA EQUIPE

“Eu trabalho com ele todos os dias. Ele gosta de fazer finalizações. Às vezes trabalho com ele isoladamente 10, 15 bolas. Ele já tem esse talento e aprimorando, repetindo, é a única maneira de se evoluir. Onde ele vai chegar são onde os desejos, os sonhos, o quanto ele estiver disposto a se entregar. Eu acho que ele já está num lugar fantástico. E pode progredir cada vez mais com gols, mais títulos, mas vai depender muito dele. Eu fico feliz hoje de poder vê-lo como capitão do time. Apesar de jovem, ser um cara extrovertido, levou com seriedade, um discurso bacana, fiquei feliz pelos gols dele, pelo resultado e pela maneira como se comportou.”

“Honestamente eu não lembro (o que Gabriel falou na saída de campo). Mas como ele gosta de reclamar bastante, no bom sentido, eu fiquei feliz por ele. Eu acho que ele se sentiu ainda mais feliz com a faixa de capitão. Ele fez os gols, está sempre querendo jogar, é jovem. Hoje eu tentei poupar um pouquinho, mas ele tem sempre essa vontade de jogo e isso desperta nos outro atletas. Foi uma postura diferente com a faixa de capitão e eu acho que isso foi o mais importante. E ele saiu feliz com os dois gols. É sempre importante. Jogou seus 60, 70 minutos e a gente poupou um pouco para o jogo de terça.”

MICHAEL E VITINHO

“O Vitinho vem nesses jogos se destacando. O Michael, infelizmente, teve uma pequena lesão, não sei que tipo de lesão, na panturrilha esquerda, e não vai para a viagem. Infelizmente, não vamos poder contar com ele. Mas faz parte do jogo. Esperamos o mais rápido possível tê-lo de volta. Esperamos que essa lesão não atrapalhe esse andamento dessa recuperação boa dele. Esse ritmo de jogo. E o Vitinho tem uma finalização muito boa. Um cara que ajuda bastante o time. Ele e o Pedro entram bastante. Ou são titulares, ou entram. Fico feliz. Todos que jogaram hoje puderam mostrar mais uma vez o seu valor.”

“Do que estavam, lógico. Eu acho importante essa fase preliminar. Eu também acho muito importante essa vontade que eles tiveram de voltar antes a trabalhar, por iniciativa própria. Se apresentaram um pouco antes. E foram importantes nessa construção da campanha. E eles foram muito importantes no decorrer deste campeonato. E agora em uma fase decisiva. E foram talvez os grandes destaques dessa fase eliminatória. Jogos que valiam vaga. Assim como o Pedro foi muito importante, eles foram jogadores que participaram, fizeram gols. Fico contente porque são ativos do clube, que tiveram investimento do clube e que eles possam estar cada vez mais presentes no clube.”

PEDRO

“Eu fico feliz de ter jogadores desse nível. Eu falo para vocês que o Pedro eu considero um dos 11 titulares. Pedro dos últimos cinco jogos entrou em três, fez gols, fez três gols em uma partida. Hoje além da assistência teve boas oportunidades de finalização, teve bola na trave. Uma pena elas não entrarem. São jogadores talentosos, de características diferentes que eu tenho o prazer de ter dois noves no Flamengo.”

GABRIEL BATISTA

“Foi uma boa oportunidade do Gabriel Batista trabalhar, assim como o César teve no jogo com o Ceará. São jogadores formados, com idades próximas um do outro. É um goleiro que vejo todos os dias trabalhando e que eu queria ver ter uma oportunidade para que o próprio torcedor conheça. Mas eu sei que o Gabriel jogou ano passado, mas foi o primeiro jogo dele que eu pude estar presente no campo. Então é importante dar rodagem para todos para que no dia que precisarmos de algum jogador, possa estar preparado.”

RAMON

“Fez um bom lançamento no gol. É um jogador muito forte. Hoje ele até se conteve um pouco pelo estilo de jogo e pela posição que eu coloquei para marcar o Alef. Um jogador de força. Ele marcou bem, neutralizou bem. O Alef não teve tanta oportunidade assim para subir, mas cumpriu seu papel taticamente. Eu sei que o melhor dele está em conduzir o jogo, mas dentro das características que a partida pedia, ele desempenhou o seu papel. Tem o Filipe Luís, tem o Renê e tenho ele. Estou sempre observando, está sempre nos treinos com a gente. E com a lesão do Renê já fica com a gente no mínimo até a volta do Renê. Ele tem ainda um tempinho de categoria de base. Mas é um jogador que sem dúvidas tem condições de jogar no profissional também.”

SEIS VITÓRIAS SEGUIDAS

“Esse time atua muito parecido com que eu trabalhava em 2019, mas não aqui. È o jeito que eu sempre joguei, com um lateral de armação, não um volante de marcação. Mas buscando qualificar cada vez mais a saída de jogo. Fico feliz com uma comparação boa, porque é um grande momento do Flamengo. O estilo de jogo que o Flamengo joga hoje é mais do que eu entendo sobre futebol. Não me baseio muito no passado. Fico feliz só de ter uma comparação com um cara tão vitorioso e que teve uma história aqui no Flamengo. Que a gente possa acumular mais uma vitória. Dessas vitórias, três foram na Libertadores. E acho que isso é um peso maior nessas seis vitórias seguidas.”

LIBERTADORES

“Eu acho que é um jogo complicado. O La Calera joga as últimas fichas numa possível vitória contra o Flamengo. O gramado sintético é um pouco estranho para nós, a bola trabalha em uma velocidade alta. O Vélez foi lá em venceu. Mas temos que ver que o La Calera ficou com dois jogadores a menos. Um uma boa parte do jogo, mais um final do jogo quando o Vélez fez o segundo gol. Contra a LDU foi um jogo bem parelho, que eu pude assistir ao vivo. Estava ganhando até o minuto 81 mais ou menos, quando teve mais uma finalização na trave. E em um contra-ataque acabou sofrendo gol em contra-ataque. Agora se formos bem objetivados, se formos cientes do que tem que ser feito, temos condições de trazer um resultado positivo, uma vitória. Mas é um jogo de Libertadores, um jogo difícil.”

TRICAMPEONATO CARIOCA

“Primeiro que não está feito, ainda não sabemos nem com quem vamos jogar a final. O que conseguimos é colocar o Flamengo nesta oportunidade. Mas o feito é só quando você realiza. Mas temos um caminho longo, seja contra Fluminense ou Portuguesa, são duas longas semanas. São dois jogos de domingos se eu não me engano. Para tentarmos. Depois que acontecer, posso comentar. Mas torço para que aconteça. Vou fazer o melhor, tentar tirar o melhor. E tenho certeza que todos querem ser campeões. Mas ainda não é um feito, é algo possível de acontecer.”

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