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Ronaldo deixaria o Cruzeiro sem aprovações do Conselho Deliberativo

Ronaldo Cruzeiro Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Desde a chegada de Ronaldo ao Cruzeiro, o clube passa por forte reformulação. Pensando no quesito financeiro, haja vista a dívida bilionária dos mineiros, Raphael Viana, diretor financeiro (CFO) da Raposa, tem contribuído para a redução dos gastos. Porém, o choque não é somente esse. Segundo ele, em seminário sobre a SAF, realizado pela TMA Brasil, muita coisa teria mudado caso o Conselho não tivesse aprovado os pedidos do atual dono da equipe.

Isso porque, conforme os relatos, uma análise completa foi feita no Cruzeiro durante a “duo diligência” – auditoria completa – antes de a SAF Cruzeiro ser passada para Ronaldo Fenômeno. E é aí que entra a cessão dos centros de treinamentos da Raposa, pedido feito pelo empresário, além, também, da necessidade de inserir o clube em um escopo de recuperação judicial e extrajudicial.

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Caso as demandas não fossem aceitas, Ronaldo poderia ter desistido de se tornar o dono de 90% das ações do Cruzeiro.

– Durante a diligência, a gente percebeu que precisava da autorização do conselho. Se os pontos não fossem aprovados, no início de abril, provavelmente a gente sairia da operação. Para ter mais segurança legal, a gente pediu essa autorização, que era possibilidade de o Cruzeiro entrar em RJ (recuperação judicial) e RE (recuperação extrajudicial), que é algo bastante complexo, e as vendas dos centros de treinamento para a SAF, que antes seriam alugados. Foi feito em troca do pagamento da dívida tributária do Cruzeiro.

REDUÇÃO DE GASTOS!

Raphael Viana comentou também sobre a redução de gastos que a diretoria de Ronaldo vem fazendo, a começar pela folha salarial. De acordo com ele, o Cruzeiro tinha previsão de gastar quase R$ 100 milhões com o presidente da associação, Sérgio Santos Rodrigues, o que foi revisto pela equipe de Ronaldo por causa da realidade financeira cruzeirense.

– A gente reduziu a folha do futebol de 60%. Saímos de R$ 90 milhões para algo em torno de R$ 37 (milhões), R$ 35 milhões. Não conseguimos chegar a todas as reduções que a gente queria, porque o negócio do futebol é muito de longo prazo. As decisões são extremamente caras. As decisões que você faz agora vão te acompanhar nos próximos três, cinco anos. 

DÍVIDA ATUAL…

Apesar da redução dos gastos, a dívida atual do Cruzeiro ainda é grande, já que o clube precisa arcar com débitos que superam R$ 1 bilhão. Nesse cenário, há certa preocupação por parte da atual diretoria, uma vez que tais valores a serem quitados podem gerar problemas futuros à SAF Cruzeiro.

– A dívida da associação é realmente muito grande. Pode contaminar a SAF, sim, após seis anos, se 60% do valor não for pago. Mas temos um plano bem desenhado. As partes mais complexas de negociar já foram superadas com a associação. Faltam pequenos detalhes e temos que continuar a execução. É extremamente complexo, com bastante surpresas no meio do campo. Se não tivesse a lei da SAF, o grupo não teria feito este investimento –, disse Raphael Viana.

No entanto, o clube vem trabalhando para sanar os problemas. O diretor financeiro da Raposa, inclusive, detalha o que o Cruzeiro vem fazendo para superar os desafios.

– Nestes dois primeiros meses, a gente estabilizou o caixa de curtíssimo prazo, fizemos bridges (pontes) com os sócios, renegociamos e alongamos algumas dívidas mais urgentes. Já começamos a trabalhar na geração de novas receitas, principalmente com sócio-torcedor. O Cruzeiro saiu de 10 mil sócios para 48 mil. E é um negócio que faz diferença no fluxo de caixa a curto prazo e um recebível muito interessante para ser antecipado.

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