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Setor popular, preço de ingresso, naming rights, museu, obras no entorno… Vasco detalha projeto da reforma de São Januário

Como deve ficar a parte interna de São Januário (Foto: Reprodução/Vasco TV)

Anunciado oficialmente no dia do aniversário de 122 anos do Vasco, o projeto de reforma de São Januário foi detalhado em “live” realizada nesta-quinta-feira, na “Vasco TV”. Participaram da transmissão o presidente Alexandre Campello, do vice-presidente de obras e engenharia Pedro Seixas e do CEO da WTorre Luis Fernando Davantel.

Perguntado se uma possível troca na gestão do clube, com as eleição para ocorrer no fim do ano, poderia atrapalhar o projeto, Campello ressaltou que o acerto com a WTorre e a reforma do estádio são conquistas do clube.

– É um projeto que vem sendo trabalhado há muito tempo. Vem sendo trabalhado com muito cuidado e estratégia. É uma conquista não minha, é da minha gestão, mas é uma vitória do Vasco. Espero que a alternância, se houver uma alternância de presidente, não comprometa o curso das obras. A gente entende que há outros contratos que passam de uma gestão para a outra. Existem nesses contratos algumas cláusulas com obrigações de parte a parte. O descumprimento dessas cláusulas poderá acarretar sanções. Não vejo nenhum problema numa possível alternância – afirmou o presidente do clube.

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Projeto da arquibancada sul, com as sociais na direita (Foto: Reprodução)
Setor popular

Um dos pontos mais ressaltados pela diretoria do Vasco foi o de que, mesmo com a modernização do estádio, o clube não vai perder suas raízes populares. Para isso, os setores atrás do gol serão populares, sem cadeiras, e com preços menores. Campello inclusive afirmou que o preço desses setores pode ser menor do que é cobrado atualmente.

– O preço popular seria algo até mais barato do que se pratica hoje. Não tem como fazer a setorização hoje em São Januário, que tem apenas três setores e a gente não pode baixar muito o preço do ingresso da arquibancada porque isso joga nossa receita para baixo. No momento que você tem um estádio com setorização maior, com espaço que pode cobrar mais caro, você pode reservar uma área para preços populares, menor do que você pratica atualmente.

Pedro Seixas citou como exemplo a “muralha” do Borrusia Dortmund como inspiração para os setores populares atrás dos gols.

– É uma arquibancada sem assento, em pé. A intenção é a gente fazer o caldeirão ferver ainda mais, com as “barreiras” norte e sul, como estão chamando. Como tem a muralha do Borussia lá na Alemanha, aqui é a Barreira do Vasco. E manter o setor popular dentro do estádio é estratégico para passar os 40 mil no estádio. A gente sabe da importância de respeitar os planos de sócio, todas as categorias. Cerca de 3/4 da capacidade do estádio estamos reservando para o setor popular, atrás dos gols. Projeto popular e com qualidade. Vamos trazer a família, sim, mas família popular também. Com conforto, mas muita “vascainidade” – completou Pedro Seixas.

Precificação do ingresso

O CEO da WTorre também comentou sobre o preço dos ingressos no novo São Januário. Perguntado sobre os altos valores cobrados pelo Palmeiras no Allianz Parque, onde a empresa também faz a administração do estádio, Davantel disse que o modelo de gestão será o mesmo do clube paulista.

– Tanto no projeto do Allianz, do Palmeiras, quanto no do Vasco a questão da bilheteria do futebol, o preço, sempre será uma decisão do clube, como sempre foi com o Palmeiras. A WTorre tem a gestão do ativo imobiliário. O promotor do evento, que é o Vasco, tem 100% de poder definição.

Futura fachada de um dos lados de São Januário (Foto: Reprodução)

Outros tópicos

CEO da WTorre sobre conflito de datas entre eventos e jogos do Vasco em São Januário:

– Já no memorando está previsto isso e vai para o contrato definitivo. Existe uma quantidade mínima de jogos a ser definida. Mas é uma quantidade muito grande. Normalmente os clubes brasileiros têm a tendência de mandar de 35 a 40 jogos por ano. Confesso que posso estar errado em relação ao Vasco por não ter muito familiaridade com o Campeonato Carioca. A tendência é sempre buscar uma quantidade superior a 90% disso. Trabalho conjunto prévio para planejar esse calendário da melhor forma possível.

Museu, estátua do Romário e painel de ídolos

Pedro Seixas sobre o museu e o painel de ídolos:

– Na torre norte vai ter um andar reservado para o museu, com 800m². E outro andar para o centro de memória. Precisamos de um espaço digno e nobre para o museu e que seja acessível ao torcedor. A operação do museu fica toda a cargo do Vasco, com receita para o clube.

– A parte do painel está previsto, sim. Ela aparece atrás da grande barreira do Vasco. Temos um espaço pensando para expor os painéis. São figuras históricas. Esses caras vão estar dentro do estádio e na arquibancada torcendo sim.

Campello sobre a estátua do Romário:

– A estátua não poderia ficar ali porque a arquibancada vai avançar. Por outro lado, estamos construindo duas torres, e uma delas vai abrigar um grande museu. Museu neste onde pretendemos contar a história mais bonita do futebol mundial. Um espaço privilegiado para a estátua do Romário e possivelmente para outros ídolos que fazem parte da história do clube.

Pedro Seixas sobre obras no entorno de São Januário

– A gente já começou as conversas com alguns agentes estratégicos e fundamentais nessa questão do entorno, seja com associação comercial aqui em São Cristóvão, seja com prefeitura, governo ou metrô. A localização de São Januário é absolutamente privilegiada sob o ponto de vista do acesso. Estamos a 300 metros da Avenida Brasil. Temos a estação de São Cristóvão que fica a cinco minutos do estádio com um traslado via micro-ônibus. Temos ruas no entorno de São Januário que tem largura confortável. O que a gente precisa fazer no entorno é um choque de ordem. É qualificar o entorno com iluminação, sinalização, e ordenar esse uso, especialmente em dias de jogos. A gente começa de dentro para fora. Não podemos esperar o poder público. Começamos a transformação de dentro para fora, trazemos o torcedor para o estádio, a explanada está para isso.

– Vamos ter um aumento de vagas, mas a gente não resolve com mais vagas no estádio, isso é para trazer mais conforto. Essas 1300 vagas não vão resolver o acesso a um estádio com capacidade de 40 a 45 mil pessoas. O transporte público que resolve.

Campello sobre “naming rights”

– Existe uma certa resistência interna. É bom lembrar que essas mudanças dentro do Vasco precisam ser aprovadas dentro do conselho. Elas foram aprovadas no Conselho de Beneméritos, e isso já foi discutido. Podemos vender o espaço dos setores. Quando há um investimento, é importante entender que todo investimento requer retorno. O naming rights é uma grande possibilidade de arrecadação. Obviamente se não tiver os naming rights, alguma outra receita terá que ser cedida para esse rol da receita que irá remunerar esses investidores.

Campello sobre preservação de alguns espaços

– Não conheço nenhum outro clube de futebol com a história tão rica quanto a do Vasco. Nosso projeto é fazer jus a essa história. Tenho certeza que vamos fazer algo icônico, algo para marcar no nosso país. Ideia é que tenhamos uma interatividade muito grande e que a próxima geração de vascaínos possa visitar as nossas raízes. Em relação à preservação de outros espaços, fizemos a questão de preservar a Igreja de Nossa Senhora das Vitórias, a nossa Tribuna de Honra, de onde Getúlio Vargas fez vários discursos, a fachada de São Januário. Houve sempre a ideia de resguardar a nossa história. É um projeto que dá modernidade, mas que preserva o que é mais caro para o vascaíno, que é a história.

Seixas fala sobre espaço para torcida visitante

– Reservamos um canto específico para isso. A gente já pensa no projeto para evitar a perda de espaço. Hoje em São Januário a gente perde uma capacidade de dois mil torcedores porque tem que dar um afastamento. No projeto do novo estádio, a gente já pensa em acessos exclusivos para a torcida visitante.

Davantel sobre projeto do Vasco

– Trabalhei no Allianz Parque desde o começo e confesso que nestes mais de 10 anos que eu orbito nesse universo de unidades, nunca tinha visto um projeto (do Vasco) tão bem feito pelo clube e sem um parceiro. As conversas se tornaram reuniões longas. A nossa equipe está bem alinhada, tem muita coisa para conversar sobre o projeto. Vai vir muita coisa boa pela frente, e a gente só pode estar orgulhoso de fazer parte disso. Estamos 100% em fazer um projeto fantástico. O Vasco, o Rio de Janeiro e o Brasil merecem uma arena como vai ser feita. Vamos fazer tudo para realizar algo do nível do Vasco.

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