Vôlei

Superliga Feminina: confira quatro equipes que podem surpreender nesta temporada

Jogadoras do Barueri comemoram a vitória contra o Sesi Vôlei Bauru
(Foto: Adauto Araujo/Divulgação/Barueri Volleyball Club)

A Superliga Feminina de Vôlei 2021/2022 começa na próxima quinta-feira (28) com Brasília x Unilife/Maringá fazendo a partida de abertura às 17h no ginásio do Sesi Taguatinga e os e as fãs do vôlei já estão fazendo seus prognósticos para o torneio.

Muitos já fazem suas apostas em quem deve levantar o caneco desta edição em março do ano que vem. É fato que cinco equipes despontam como favoritas ao título devido ao investimento e ao peso de suas camisas. O Itambé/Minas é o atual campeão e manteve a base do seu elenco para essa temporada. O Dentil/Praia Clube não vai contar com Fernanda Garay, mas ainda assim fez uma boa movimentação no mercado investimento e vem forte mais uma vez na busca pelo primeiro lugar. Em São Paulo, Osasco conquistou o Campeonato Paulista mesmo sem Tandara e conta com um elenco experiente e vencedor. Sesi Vôlei Bauru e Sesc/Flamengo ainda precisam se provar no decorrer da temporada, mas pelas jogadoras que tem a disposição, também podem chegar longe na competição.

Entretanto, este texto não tem como objetivo abordar os favoritos ao título. Na verdade, o foco por aqui é apontar equipes para você ficar de olho, pois essas podem surpreender e devem brigar por uma vaga nos playoffs da maior competição da modalidade no país e até incomodar os favoritos. Dessa forma, dados os elencos e também o início da temporada com a disputa dos estaduais, apontamos quatro possíveis surpresas para essa edição da Superliga: Barueri, Pinheiros, Fluminense e Brasília.

Barueri – uma pedra no sapato dos gigantes da Superliga

Quando comecei a esboçar este texto e fazer a lista das possíveis surpresas, Barueri foi o primeiro nome que veio a mente. Não é de hoje que o projeto comandado por José Roberto Guimarães faz frente às equipes de maior investimento no país, e nesta temporada não deve ser diferente.

Apesar de não ter renovado a parceria com o São Paulo Futebol Clube e ter perdido jogadoras importantes como a líbero Nyeme e a oposta Kisy, Barueri conseguiu manter a base do seu elenco que no passado já havia chegado nos playoffs da Superliga. Lorena e Diana fazem uma bela dupla de centrais que bloqueiam muito e conseguem atacar bolas importantes para a equipe. A ponteira Karina tem uma agilidade que impressiona e além disso possui muita força no braço, características que também vem fazendo parte do jogo da sua companheira Glayce. Lohayna é uma oposta de muita força física e que tem um saque muito potente. Todo o time é comandado pela levantadora Jacke que vem mostrando uma boa leitura de jogo e ditando o ritmo da equipe.

As “chiquititas” do José Roberto já mostraram nessa temporada que podem fazer bonito e que podem ir longe mais uma vez. A equipe, aplicando um jogo de muita velocidade, agilidade e com muito volume, conseguiu eliminar o favorito Sesi Vôlei Bauru na semifinal do Campeonato Paulista e chegou pela terceira vez em cinco anos na decisão da competição. O vice-campeonato estadual deixou um gostinho de quero mais para os fãs do vôlei que se encantaram com o time no começo desse ano.

Barueri tem um teto muito grande para evolução com jogadoras que tem qualidade para servir a Seleção Brasileira em um futuro breve. Além do baixo orçamento, somente a instabilidade pode prejudicar o andamento da equipe no decorrer da temporada, algo completamente compreensível se tratando de um elenco em que a jogadora mais velha tem 25 anos. Entretanto, essa juventude pode ser mais uma vez uma pedra no sapato dos gigantes.

LEIA MAIS:

+ Com base na última temporada, Itambé/Minas ainda é o time a ser batido?

+ Sada Cruzeiro estreia com vitória na Superliga Masculina

+ SESI-SP vira para cima do Campinas e estreia com vitória fora de casa na Superliga

Pinheiros – mudanças elevam o patamar do elenco

Assim como Barueri, o Esporte Clube Pinheiros fez um belo e digno Campeonato Paulista, inclusive vencendo o time de José Roberto Guimarães na primeira fase da competição, e assim dá mostras de que deve brigar por uma vaga nos playoffs da Superliga, objetivo esse que não foi alcançado na última temporada.

O elenco passou por uma reformulação. Entre as jogadoras que usualmente tem mais tempo de quadra, o Pinheiros manteve apenas a central Gabi Martins e a oposta Edinara que perdeu boa parte da última temporada para se recuperar de uma lesão grave no joelho. Gabi Martins chegou em 2020 vinda do voleibol português e mostrou ser uma atleta eficiente, cumprindo e muito bem com o papel que lhe é designada. Já Edinara sempre foi uma excelente atacante e tem uma alta capacidade de rodar bolas, não a toa já foi convocada para a Seleção Brasileira e assim merece o voto de confiança para jogar uma temporada desde o início.

Além de ter escolhido bem as manutenções no elenco, o time de São Paulo agiu muito bem no mercado considerando seu orçamento e contratou peças importantes para colocar o Pinheiros na briga pelo G8 da Superliga. Atletas como a levantadora Carol Leite (ex-Sesi Vôlei Bauru), a ponteira Sonaly (ex-Osasco), a oposta Camila Mesquita (ex-Itambé/Minas) e a líbero Kika (ex-Osasco), não vinham sendo aproveitadas com frequência em suas equipes e caíram como uma luva no time, dando maior qualidade e oferecendo possibilidades de variações táticas ao técnico Reinaldo Bacilieri. Outra contratação que pode ser destacada é da ponteira Talia que estava no São José dos Pinhais e que tem sido merecidamente titular da equipe.

As contratações certeiras, mesclando atletas jovens e experientes que possuem talento e que permitem ao técnico a possibilidade de fazer mudanças sem perder a qualidade do seu jogo, elevaram o patamar do EC Pinheiros, sendo uma das equipes que pode surpreender nessa Superliga e também uma das candidatas à vaga nos playoffs.

SIGA O ESPORTE NEWS MUNDO NO TWITTERINSTAGRAM E FACEBOOK. E NÃO SE ESQUEÇA DE SE INSCREVER NO NOSSO CANAL NO YOUTUBE!

Fluminense – mescla de experiência e juventude pode dar samba no Flu

Pouco podemos ver do Fluminense antes do início da Superliga. A equipe jogou amistosos na pré-temporada e até agora somente duas partidas oficiais, ambas pela decisão do Campeonato Carioca em que foi vice-campeão, perdendo para o Sesc-RJ/Flamengo na decisão, e desses jogos somente o decisivo foi televisionado.

Entretanto acredito que o torcedor do tricolor das laranjeiras deve ter ficado animado com o que viu. Apesar de a primeira não ter tido transmissão de imagens, os relatos de quem estava no local dão conta de que o Fluminense conseguiu equilibrar a todo momento o jogo e não deixou o Sesc/Flamengo respirar aliviado em nenhum instante. Na segunda partida, essa sim com imagens, o time foi superior, conseguiu aplicar o seu jogo e venceu o confronto por 3 sets a 1, perdendo o título no famigerado Golden Set.

A partida pode ter deixado a mostra uma das armas do Fluminense para a sequência da temporada: o bloqueio. Contando com a experiência e juventude das centrais Lara e Lays, respectivamente e também de suas atacantes, o time fez mais de 20 pontos no fundamento em apenas quatro sets. Foi praticamente um set somente bloqueando o adversário.

Outras jogadoras também precisam ser destacadas no elenco do técnico Guilherme Schmitz. Bruna Moraes é uma oposta de 22 anos e que demonstrou não se intimidar diante de rivais mais fortes. Ela foi a bola de segurança da equipe, e o rumo do Golden Set poderia ser outro caso ela não tivesse saído com dores. Outra jovem que mostrou seu valor no jogo decisivo contra o Sesc-RJ/Flamengo foi a ponteira Mayara. A atleta de apenas 21 anos se mostrou uma atacante eficiente e foi muito importante também no bloqueio tricolor. E claro, não há como não falar da líbero Lelê de 18 anos e que fez defesas impressionantes, mostrando que o Fluminense deve aplicar muito volume de jogo nas suas partidas, sendo o que chamamos no vôlei de “time jogueiro”.

Além das atletas mais jovens, o Fluminense também conta com jogadoras que possuem bastante rodagem no vôlei e que devem contribuir para a equipe brigar por uma vaga nos playoffs. Além da Lara que já foi citada, esse é o caso da levantadora Bruninha e da ponteira Gabi Cândido. Bruninha tem passagens por Curitiba, Minas e Pinheiros, e mostrou estar bem afinada com o elenco com uma boa distribuição de jogo. Gabi Cândido passou por times como Rio de Janeiro (atual Sesc-RJ/Flamengo), Sesi Vôlei Bauru e na última temporada atuou muito bem pela equipe de Osasco. É uma jogadora que tem como característica sustentar no passe, e isso pode ser providencial para manter um equilíbrio na equipe.

Ainda é cedo para cravar, mas há uma boa expectativa para que essa mescla entre juventude e experiência dê samba pelo lado das laranjeiras e assim é possível sonhar com o G8 da Superliga.

Brasília – a aposta na experiência para alcançar o objetivo

O Brasília Vôlei perdeu uma de suas principais jogadoras em relação a temporada passada. Agora no Dentil/Praia Clube, a oposta Ariane foi a maior pontuadora da equipe e terceira maior da última edição da Superliga, ficando atrás apenas de Polina Rahimova e Tandara. Entretanto a expectativa é que o time não faça feio nesta temporada, se mantendo na Superliga A e quem sabe beliscando uma vaguinha nos playoffs como foi em 2021/2022.

Nesta temporada a equipe já demonstrou seu voleibol em duas competições: o Campeonato Mineiro e no Sul-Americano de Clubes. Em ambos os casos, Brasília foi derrotado duas vezes por Praia Clube e Itambé/Minas, mas sempre travando confrontos complicados e vendendo caro a derrota para as duas equipes que estão entre os melhores elencos do país, o que já deu mostras de como será enfrentar o time na sequência da temporada.

Quatro atletas devem compor o pilar do jogo da equipe nesta Superliga, são elas: a levantadora Ana Cristina, a oposta Arianne Tolentino, a ponteira Neneca e a central argentina Mimi Sosa.

Com uma média de idade de 28 anos no seu elenco, a aposta do Brasília está na experiência para repetir o feito da última temporada e chegar mais uma vez nos playoffs em 2022.

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo