Curinga. Esse é um dos termos da moda no futebol. Utilizado para descrever jogadores que se adaptam bem e rapidamente em novas funções do campo. Esse tipo de atleta vem se tornando cada vez mais requisitado no futebol. No Fluminense, um jovem, de apenas 18 anos, cria da base, vem chamando atenção pela postura e versatilidade: Calegari, hoje lateral-direito. No currículo, muitas outras funções, de meia-atacante a primeiro volante.
Um dos “mlks de Xerém”, a joia tricolor chamou a atenção do torcedor pela personalidade em campo ao ser puxado do sub20 para substituir a ida de Gilberto para o Benfica. Jogando como volante da equipe de juniores, a desconfiança sobre o que poderia render em uma nova função e logo na estreia como profissional foi rapidamente substituída pela carinho do torcedor.
Com contrato até 2025 e uma multa de 40 milhões de euros (R$ 248 milhões na cotação atual), o novo xodó das Laranjeiras, natural de Cuiabá, capital do Mato Grosso, – presente na última convocação para a Seleção Sub 20 – falou com o portal Esporte News Mundo sobre sua trajetória, mudanças de posição, como 2020 mudou sua vida, entre outros assuntos.
CONFIRA O BATE-PAPO COM A JOIA CALEGARI
Como foi a infância em Cuiabá? E como chegou ao Fluminense?
— Tive uma infância alegre e bem proveitosa na medida do possível. Passei por algumas dificuldade, mas consegui aproveitar cada momento com minha família e amigos. Cheguei no Fluminense através de um campeonato que joguei pela escolinha que eu fazia parte em Cuiabá numa viagem que fizemos para São Paulo. Lá, havia um observador do Fluminense que acabou gostando de mim e me levou para o clube.
Foi difícil se adaptar em diversas funções ao longo das categorias de base? Conte um pouco como as mudanças foram acontecendo.
— Cheguei ao Fluminense como meia-atacante. Depois, fui passando por algumas mudanças. Virei primeiro volante, depois segundo volante e a mais recente foi para a lateral-direita. Não foi fácil me acostumar a essas mudanças no início, mas me adaptei rapidamente e sigo trabalhando com seriedade para evoluir em cada uma delas.
Sensação que teve na estreia como profissional?
— Sensação única e de um sonho realizado. É mais uma meta conquistada em minha carreira, que ainda está apenas começando.
Imaginou que se tornaria um dos preferidos da torcida tão cedo?
— Não esperava nesse momento, mas sempre trabalhei para que isso acontecesse o mais rápido possível. Graças a Deus consegui ter o prestígio deles e espero continuar dando muitas alegrias a todos.
Com a possibilidade de jogar no meio (com a saída do Dodi), em qual posição sentiria mais a vontade?
— No momento não tenho preferência por posição e deixo essa decisão para o treinador, mas me coloco à disposição sempre, seja como lateral ou volante. Hoje, estou na lateral-direita e meu foco é mais nela. Já estou bem adaptado e me sinto confortável para atuar por essa faixa de campo.
Após conquistar o espaço na equipe principal, qual o próximo sonho?
— Meu sonho é fazer história aqui e deixar a melhor imagem possível. Espero ganhar títulos e ajudar o Fluminense cada vez mais a manter o posto como um dos gigantes do futebol brasileiro.
Por ter começado como meia-atacante, sente ansiedade pra marcar logo o primeiro gol?
— Claro que existe a ansiedade do primeiro gol pelo profissional, mas como foi em minha carreira toda, sempre tive paciência e trabalhei para que as coisas aconteçam naturalmente. Sei que vai chegar o momento e estou tranquilo quanto a isso.
Como sente que o ano de 2020 foi para o amadurecimento profissional e pessoal?
— 2020 foi e está sendo um ano especial para mim, apesar de todo esse caos mundial com o vírus. Foi um ano de muito trabalho e de muitas realizações profissionais e pessoais. Vejo que estou mais maduro e que aprendi muita coisa para o decorrer da vida e da carreira, mas vejo também que tenho muito que evoluir em todos os aspectos. Sou novo e tenho muito conhecimento para adquirir. Sempre estarei disposto a evoluir mais e mais, dia após dia.
