Seleção Brasileira

Tite nega ter pensado em demissão da Seleção Brasileira, mas afirma: ‘não sou alienado e sei que as coisas acontecem’

Foto: Lucas Figueiredo|CBF

Por conta de todos os acontecimentos que cercaram a Seleção Brasileira nos últimos dias, a coletiva do técnico Tite tratou pouco da vitória sobre o Paraguai e muito sobre a realização da Copa América e o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF. O nome do treinador também foi envolvido na confusão, dando indício de que ele poderia até mesmo ser demitido ou pedir demissão, situação que foi descartada.

— Eu pensei em trabalho e nas exigências que teria em cada momento, em cada escalação. Consultamos, trabalhamos. Eu quero fazer um agradecimento a minha equipe que ficaram dois dias sem almoçar direito em função de todo o trabalho realizado de querer uma imagem, para cobrar o jogador e mostrar tal situação. Essa construção de bastidor que a mídia não tem acesso, é muito importante para a construção do trabalho. Então foi nessa situação que eu pensei. Peguei minha energia toda e fiquei voltado para isso. Não sou hipócrita, não sou alienado e sei que as coisas acontecem. Mas eu sei dar prioridade ao meu trabalho e a dignidade do meu trabalho.

Apesar de terminar a resposta em um tom forte, Tite contemporizou sobre diversos assuntos. Questionado se há um limite em relação aos desmandos da CBF, o treinador se esquivou, deixando claro que não vai entrar em polêmica.

— Meu limite é o da serenidade, da paz, da parceria, da solidariedade. Agradecer a comissão técnica pelo trabalho. Respeitar a todos. Vou ter o cuidado como o Marquinhos, que foi muito feliz, não colocando, e aí sim eu repudio, as palavras na boca de outras pessoas sem ter o devido conhecimento. Informação verdadeira é a grande prevenção para a gente saber das coisas. Agora precisa-se, verdadeiramente saber as situações. Nós temos sim as posições, mas temos o momento particular de externar. Mas agora não.

Outras respostas de Tite sobre assuntos polêmicos

Pediria demissão ou os jogadores boicotariam a Seleção caso o presidente Rogério Caboclo continuasse no cargo?

— Se eu não tivesse parado de jogar aos 27 anos eu não seria técnico porque eu queria jogar até os 40 anos. “Se” não dá para responder.

Os acontecimentos dos últimos dias geraram uma série de especulações. O quanto o afastamento de Rogério Caboclo influenciou no rumo das decisões que foram tomadas pela comissão técnica e jogadores?

— Nenhum.

Juninho coloca panos quentes

O Coordenador de futebol da CBF, Juninho Paulista, fechou a coletiva com um pronunciamento. O dirigente fez questão de elogiar o trabalho do técnico Tite e afirmou estar ao lado dos jogadores no manifesto divulgado após a partida, no qual os atletas criticam a realização da Copa América. Para Juninho, o documento representa a entidade.

— Estou aqui para dar o apoio a todos. Nós tivemos aí duas semanas difíceis emocionalmente e quero parabenizar ao Tite, a sua comissão e a todos que deram um suporte. Então estamos felizes em fazer história e eu em comandar um grupo de profissionais tão competentes. Em nome da entidade é uma satisfação em tê-los e agente vai continuar nesse caminho. O foco sempre foi a Copa do Mundo e as Eliminatórias já é a Copa do Mundo. O manifesto dos atletas nos representa. Não é só jogadores e comissão técnica, mas sim a delegação.

Campo e bola

Apesar de todos os acontecimento extracampo, vale destacar que o Brasil venceu o Paraguai, encerrou um tabu de 35 anos sem vitória no Defensores Del Chaco e de quebra manteve os 100% de aproveitamento nas Eliminatórias. Tite destacou o grau de dificuldade da partida e elogiou a equipe

— Estava conversando sobre o grau de dificuldade histórico com o Paraguai. Empatamos nas últimas edições da Copa América, então é sempre muito difícil. O fato de termos saído na frente no placar nos proporcionou dar uma tranquilidade ao jogo, de administrar o resultado, sem a necessidade de buscar o gol toda hora e a pressão ficou com o Paraguai.

Apesar do ótimo momento, Tite acredita que é impossível dizer se o Brasil está pronto ou no que precisa melhorar. Para o treinador o encaixe é feito a todo momento.

É muito difícil mensurar agora. São etapas que a equipe vai construindo. Eu estou olhando para o Clodoaldo e ele fez uma obervação que na Copa de 70 ela foi se construindo. Caracteristicamente as seleções são assim porque não temos muito tempo de estar junto. Dentro do próprio jogo procuramos a montagem do time.

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