Há exatos 10 anos, no dia 11 de julho de 2010, a Espanha batia a Holanda na prorrogação e chegava ao posto mais alto do futebol mundial. Na Copa do Mundo do Waka-Waka e das vuvuzelas, a Fúria colocou fim à fama de fracassar na hora H e tirou da garganta o grito de campeão que estava entalado há uma eternidade.
Mas você se recorda como era a equipe espanhola e como foi a campanha até o título histórico e inédito? O Esporte News Mundo volta uma década no tempo e te lembra, incluindo ainda 10 curiosidades sobre a conquista da Fúria.
TIME-BASE
Casillas; Ramos, Puyol, Piqué e Capdevila; Busquets, Xabi Alonso, Xavi e Iniesta; Torres (Pedro) e Villa
1. Nove jogadores da Espanha foram titulares em todas as sete partidas do torneio. São eles: Casillas, Sergio Ramos, Puyol, Piqué, Capdevilla, Busquets, Xabi Alonso, Xavi e David Villa.
CHEGADA COMO FAVORITA
Líder do ranking da FIFA, campeã da Eurocopa em 2008 e 100% de aproveitamento nas Eliminatórias. Assim a Espanha chegou na África do Sul para a sua 13ª participação na história das Copas. Com essas credenciais e astros como Casillas, Puyol, Iniesta e Xavi, a seleção espanhola era considerada a equipe a ser batida e era principal favorita para levantar o caneco antes do torneio começar.
2. De acordo com as casas de apostas, as probabilidades da Fúria ser campeã eram de 4/1, seguida de Brasil (9/2) e Inglaterra (6/1).
COMEÇO COM PÉ ESQUERDO
Apesar disso, todo o favoritismo durou apenas um jogo. Na estreia contra a Suíça, a equipe comandada por Vicente del Bosque apresentou um bom futebol, mas parou na retranca do adversário e foi derrotada por 1 a 0. Gol solitário de Gelson Fernandes. Assim, logo na estreia, a Espanha protagonizava a primeira zebra da Copa do Mundo e sofria os primeiros questionamentos sobre a falta de objetividade. Nos jogos seguintes, duas vitórias convincentes sobre Honduras (2 a 0) e Chile (2 a 1) e classificação em 1º lugar do Grupo H.
3. A Espanha é a única campeã a ser derrotada na estreia na história das Copas.
4. A equipe não levou nenhum cartão amarelo na fase de grupos.
TIKI-TAKA PRAGMÁTICO
No caminho até a final, a Espanha provou ao mundo que bom futebol não é sinônimo de vários gols e goleada. Sempre com amplo domínio da posse de bola, a Fúria foi superior em todos os jogos, criou chances, mas se tornou não conseguiu marcar mais de um gol em nenhuma partida.
Logo nas oitavas, um clássico ibérico, contra Portugal de Cristiano Ronaldo. Apesar da rivalidade em jogo, a Espanha se impôs desde o início, impediu os portugueses de jogarem e tiveram que enfrentar um verdadeiro bloqueio defensivo. Aos 17 minutos do segundo tempo, após rápida troca de passes, David Villa marcou o único gol do jogo e garantiu a classificação espanhola.
Nas quartas, contra o Paraguai, o domínio e o placar foram os mesmos. Mas, dessa vez com um toque de tensão. No início do segundo tempo, Casillas teve que defender pênalti de Cardozo para manter o zero no placar. Em seguida, foi a vez da Espanha sofrer um pênalti, mas Xabi Alonso também desperdiçou. Coube novamente a David Villa aparecer e marcar o gol da classificação, já aos 38 minutos da segunda etapa.
Nas semis, a Fúria tinha pela frente o confronto mais difícil até o momento. A badalada Alemanha de Özil e Müller vinha de goleadas sobre Inglaterra e Argentina, e era uma das sensações na África do Sul. No entanto, a equipe de Vicente del Bosque não se intimidou e teve a melhor atuação em todo o torneio. Apesar das várias chances criadas, a Espanha venceu novamente por 1 a 0, dessa vez com gol de cabeça de Puyol, aos 22′ do segundo tempo.
5. A Fúria se tornou a campeã com menor número de gols na história das Copas (8).
6. Apenas três jogadores marcaram e todos jogavam pelo Barcelona na época: David Villa (5), Iniesta (2) e Puyol (1).
7. A Espanha também se tornou a única campeã sem sofrer nenhum gol no mata-mata.
FINAL TENSA E A GLÓRIA ETERNA
Separando a Espanha do tão sonhado título, um último obstáculo. Uma seleção que também acumulava fracassos em Copas do Mundo – dois vices – e estava em busca da primeira conquista. Uma seleção que havia vencido todos os seis jogos na África do Sul e eliminado o sempre favorito Brasil nas quartas de final. A Holanda, liderada por Robben e Sneijder, chegou à final com um estilo de jogo mais reativo e sendo mortal nos contra-ataques.
No entanto, quem esperava um grande jogo de futebol no Soccer City lotado, se decepcionou. As duas equipes entraram nervosas e a violência tomou conta da partida. Só no primeiro tempo, foram cinco cartões amarelos, incluindo um para De Jong, após a famosa voadora no peito de Xabi Alonso.
Chances claras de gol? Somente na segunda etapa. Aos 18′, Sneijder lançou Robben e o atacante, cara a cara com Casillas, chutou em cima do goleiro, desperdiçando a melhor oportunidade holandesa. Em seguida, aos 24′, foi a vez da Fúria ter a chance de abrir o placar, mas David Villa foi travado pela zaga já na pequena área. Com os ataques em um dia ruim, os 90 minutos terminaram 0 a 0 e, pela primeira vez desde 1994, a final não foi definida no tempo regulamentar.
Nos 30 minutos da prorrogação, o cenário foi o mesmo do segundo tempo. A Espanha tinha mais a posse de bola, chegava com mais frequência, mas não conseguia transformar as chances em gol. A Holanda, sempre perigosa nos contra-ataques, viu Heitinga receber o segundo amarelo e ser expulso, aos 4 minutos da etapa final da prorrogação.
Faltando apenas quatro minutos para o apito final, quando a partida se encaminhava para a decisão por pênaltis, o gol do título finalmente saiu. Fàbregas aproveitou a rebatida da zaga holandesa, achou Andrés Iniesta dentro da área e o camisa 6 chutou forte e cruzado, para dar a vantagem à Fúria e marcar seu nome na história. Já não havia mais tempo para reação. A Espanha entrava para o seleto grupo de campeões mundiais.
8. A final se tornou o jogo com maior número de cartões amarelos na história das Copas (13).
9. A Espanha foi a primeira seleção europeia a ser campeã mundial em outro continente.
10. Vicente del Bosque se tornou o treinador mais velho a conquistar a Copa do Mundo (59 anos).
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