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Unânimes por manter futebol: veja o que disseram presidentes dos clubes na reunião da CBF

Imagem da reunião vazada da CBF, no momento em que Galiotte, presidente do Palmeiras falava (Foto: Reprodução/Venê Casagrande- Youtube)

Os presidentes das principais equipes do país foram unânimes no apoio a deliberação de Rogério Caboclo na manuntenção do futebol, sendo vazamento da reunião da CBF.

Na última terça (23), foi divulgado o vazamento de uma reunião dentre Rogério Caboclo, presidentes das federações de futebol do país, e presidentes das equipes do futebol brasileiro, para discutir a continuação do futebol.

A informação foi divulgada pelo jornalista Venê Casagrande, que teve acesso a reunião, e vem publicando partes do material, de pouco mais de 1 hora de reunião.

Caboclo havia feito uma abertura que circulou nas redes sociais, onde diz que ele decidirá o futuro do futebol brasileiro. Neste trecho, divulgado nesta quarta (24), em cerca de 15 minutos alguns presidentes declaram seu voto quanto à continuidade do futebol, além de alguns de seus argumentos. 

As posições são unânimes pela manutenção, com argumentos ligados às consequências de uma nova parada financeiramente para os clubes, e intervenções de alguns presidentes como do Remo, Fabio Bentes, de Guilherme Bellintani, do Bahia, Galiotte do Palmeiras, Duílio Monteiro, do Corinthians Jorge Salgado do Vasco reivindicando o protocolo da CBF, e até pedindo “mais propaganda” da entidade sobre as medidas que tomaram para a continuidade.

Alguns dirigentes não aparecem no trecho divulgado, como Julio Cazáres, do São Paulo, André Rueda, do Santos, Romildo Bolzan, presidente do Grêmio e também Alessandro Barcellos, presidente do Internacional.

Galiotte, presidente do Palmeiras, chegou a fazer um apelo para que a decisão de manter as competições estivesse em constante revisão e análise da situação da pandemia, mas reiterou seu acordo em manter os torneios com bola rolando.

Landim, presidente do Flamengo, pediu para que os clubes tivessem a mesma complacência que ele e outros com as “flexibilidades” que houveram durante a paralisação. Landim foi um dos dirigentes a ir a público primeiro pelo retorno do futebol em 2020.

No dia em que as falas dos dirigentes foram divulgadas, o Brasil atingiu a marca de 300 mil mortos pela pandemia do coronavírus. 

Veja abaixo a transcrição do que disseram os presidentes no trecho divulgado do vazamento:

Duílio Monteiro (Corinthians): Somos a favor da continuação. Não podemos parar neste momento de forma alguma. Entendo que o futebol ajuda em todos estes sentidos, que o presidente colocou, que Júlio [Cazáres] colocou agora, Guilherme também. Então o Corinthians também é a favor da continuidade, e que dobremos mais ainda os cuidados. Ainda não sabemos o ocorrido dos números grandes, mas estamos refazendo tudo para que não tenhamos mais este tipo de problema.

Guilherme Bellintani (Bahia): Vou ser bem breve. Sendo bem convergente com todos os protocolos que assumimos desde início, com a responsabilidade e liderança da CBF e dos clubes e das federações desde o início, foi possível  a retomada do futebol, sabíamos o que estávamos fazendo e mostramos que estávamos corretos. Meu posicionamento é para manutenção das competições, mas também um apelo que eu faço para o clube que tenha alguma dúvida sobre este tema, que retorne a tudo que fizemos nos últimos meses, para sair daqui com decisão de unanimidade para continuidade das competições. Rememore tudo que fizemos e os resultados positivos das nossas posturas coletivas, com a liderança da CBF. É o melhor para o futebol brasileiro, e também para o enfrentamento para a crise sanitária que vivemos. O futebol é parte de alguma felicidade e alguma esperança que o povo brasileiro tenha. 

Jorge Salgado (Vasco): Comprimento o senhor, todos os presidentes de clube, e Reinaldo, presidente da FPF. O Vasco já havia se posicionado, é francamente a favor da continuidade dos campeonatos regionais. Os protocolos atuais nos asseguram uma segurança absoluta em relação às partidas de futebol. Não vejo nenhum motivo, apesar da pandemia, seguindo os protocolos, para não continuar o campeonato. Devemos continuar com toda a segurança possível, que já vimos adotando. A posição do Vasco é de que os campeonatos devem continuar.

Galiotte (Palmeiras): Eu acredito no nosso protocolo. Acredito que todos nós estamos protegidos. Acredito que a gente possa dar continuidade aos campeonatos. Mas acho que não é uma decisão tão simples, partindo do momento em que algumas regiões possam estar em estado de calamidade. Então volto a frisar, não pode ser uma decisão pura e simples dos clubes levantarem a mão e dizer “vamos continuar”. Já dei minha posição. Eu acho que nós temos sim que defender nosso protocolo e tentar dar continuidade. Entretanto o futebol não se faz sozinho, temos regiões que temos de tomar muito cuidado. Porque? Testamos os atletas, comissão técnica, mas aqui na Academia de Futebol do Palmeiras são mais de 150 funcionários. Se entrarmos em uma situação extremamente caótica, estes funcionários não dormem na Academia de Futebol. São situações que temos que refletir, temos que pensar. Cada momento é um momento. Tudo isso, senhores, é muito novo. Estamos diante de uma situação que é um aprendizado constante para todos nós. Acho sim que nosso protocolo é bem feito, bem elaborado e nos protege. Mas nós temos centenas de pessoas que trabalham no futebol, no dia a dia do futebol. Então, cada evolução, cada dia, cada momento, tem que ser avaliado. Porque, nós dependemos do futebol, o povo brasileiro vive o futebol, o futebol é importante, segurar as pessoas em casa assistindo um jogo de futebol. Tudo isso é fato. E temos que nos posicionar para as autoridades sobre a importância do futebol. Mas como reflexão, tem de ser feita de forma constante. E ao momento de cada local. Não podemos conviver com funcionários em regiões onde podemos estar passando por uma situação extremamente sensível, e o fato de a gente simplesmente aprovar o campeonato, nós vamos expor alguns funcionários. Aqui é apenas uma reflexão, não estou convidando a todos para parar, não é isso. É uma reflexão, um convite para que a cada momento a gente escute as autoridades, analise os indicadores, e obviamente a gente entenda qual a orientação técnica, qual a orientação científica das autoridades competentes. 

Landim (Flamengo): Presidente, aproveitando que o senhor me pediu para falar alguma coisa, queria dizer que o Flamengo está plenamente de acordo com o que foi falado anteriormente.  Também sou da opinião do Bellintani, do Cazares de que seria interessante que saísse uma nota, e nela ficou claro que os representantes da s Federações e de todos os clubes aqui presentes, aprovaram a continuidade dos campeonatos. Aproveitando a fala do Galiotte, eu entendo perfeitamente o que ele está falando. Mas eu lembro seu discurso quando o senhor iniciou, presidente, o senhor lembrou que quando nós estávamos alguns meses atrás, o senhor perguntou para todos, de quem estava disposto, eventualmente jogar fora da sua casa se fosse necessário para manter a continuidade do futebol. (inaudível), e acho que não somos nós que vamos dizer (inaudível), com a mesma flexibilidade que foi solicitado aos clubes no ano passado, poderíamos ter o compromisso de todos os demais para que o futebol pudesse ter continuidade. Se porventura tivéssemos uma praça que por algum motivo estivesse fechada, e seguindo todos os protocolos conforme nós acordamos no ano passado, em uma situação onde tínhamos muito menos conhecimento do que poderia acontecer, e concordamos com isso, a gente venha a ter o mesmo tipo de postura e o mesmo tipo de decisão

Francisco Battistotti (Avaí): Avaí pela continuidade das competições, e quero parabenizar Caboclo por essa atitude, e quero falar que todos os clubes da Associação Nacional de clubes também aprovam sua posição e o documento colocado pela CBF e apoiamos a continuidade do futebol brasileiro.

Fabio Bentes (Remo): A favor da continuação do campeonato, que vem sendo muito bem conduzido pela Confederação e pelas federações. A gente não tem tido problemas. Me preocupa parar agora e deixar esse pessoal que está envolvido num protocolo rígido, sério, responsável, e estar sujeito a viver do jeito que tiver que viver, e os clubes obviamente se afundarem em crises financeiras sem precedentes. Os períodos de parada são muito difíceis. Por isso somos favoráveis.

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