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Vasco se posiciona sobre ação que pede anulação de 186 demissões: ‘Decisão difícil, mas vital para funcionamento do clube’

Vasco completa 25 dias sem diretor
Gestão de Jorge Salgado anunciou 186 demissões em março (Foto: João Pedro Isidro/Vasco)

Após a informação de que o Ministério Público do Trabalho (MPT) teria entrado com uma ação pedindo a anulação da demissão de 186 funcionários do Vasco e a aplicação de uma multa no valor de R$ 5 milhões, o clube se posicionou oficialmente. Em nota publicada no site, a diretoria cruz-maltina diz que “sequer foi citado e não tem conhecimento dos termos” da ação, mas ressalta que, ao contrário do que MPT indicou na peça inicial, o clube esteve em constante contato com o Sindeclubes “para alinhar todos os passos que seriam tomados em relação às demissões, antes de sua realização”.

                 

De acordo com o site do “Globo Esporte”, na peça inicial, a procurada do MPT Viviann Brito Mattos diz que os 186 funcionário foram demitidos “ilícita, injusta e abusivamente, sem prévia negociação coletiva, diálogo social, pagamento das verbas rescisórias e direitos adquiridos no decurso da relação jurídica de emprego e atraso de mais de quatro meses de salário, o que se afigura essencial, principalmente se se levar em consideração o momento pandêmico por que se está a passar, para assegurar um patamar mínimo civilizatório”.

Na sua nota oficial, o Vasco, no entanto, diz que ” fez um grande esforço financeiro para pagar 4 (quatro) meses de salários atrasados a esses colaboradores, pagando também duas folhas em aberto aos funcionários que permaneceram”.

Sobre o pagamento das recisções dos funcionário demitidos, a diretoria do Vasco diz que “prevê o pagamento das rescisões de forma parcelada, de acordo com o valor do crédito de cada funcionário, quitando-se todo o saldo em aberto até o final de 2023, dentro do mandato da atual gestão”. A proposta está sob análise do Sindeclubes.

Confira a íntegra da nota do Vasco

Diante da notícia veiculada hoje sobre a propositura, pelo Ministério Público do Trabalho, de uma ação civil pública contra o Club de Regatas Vasco da Gama questionando a demissão de 186 funcionários, da qual o Clube sequer foi citado e não tem conhecimento dos seus termos, o CRVG vem esclarecer que a referida ação, pelo o que foi noticiado, parte da equivocada premissa de que o Clube não teria discutido com o sindicato da categoria previamente às demissões. Ao contrário, desde o início do processo o CRVG sentou-se à mesa com o Sindeclubes para alinhar todos os passos que seriam tomados em relação às demissões, antes de sua realização.

Nesse sentido, após diversos contatos telefônicos e por e-mail para tratar do tema, o CRVG reuniu-se com representantes do Sindeclubes em São Januário, previamente às demissões, para ajustar todos os procedimentos dessa decisão que seria tomada. Naquela oportunidade, o CRVG expôs ao Sindeclubes a delicada situação financeira do Clube, decorrente não só de históricas e conhecidas ineficiências, mas também da brusca redução de receita em razão da pandemia da Covid-19 e, principalmente, da queda para a Série B.

O cenário era – e continua sendo – incontestável: o CRVG não teria condições de manter em dia os salários de seus empregados se não houvesse uma grande redução na folha de pagamento, de modo a adequar os custos ao nível das receitas. Foi uma decisão difícil, mas vital para preservar o funcionamento do Clube e as condições de trabalho dos seus funcionários e colaboradores. Sem isso, o CRVG continuaria indefinidamente no ciclo vicioso de aumento da dívida e salários atrasados, com graves consequências para viabilidade de suas operações.

O Sindeclubes, reconhecendo o delicado momento do CRVG e do futebol brasileiro como um todo, colocou-se à disposição para negociar o parcelamento das rescisões, exigindo, contudo, que o Clube colocasse em dia os salários de todos os empregados que seriam demitidos. E assim foi feito. Previamente aos desligamentos, o CRVG fez um grande esforço financeiro para pagar 4 (quatro) meses de salários atrasados a esses colaboradores, pagando também duas folhas em aberto aos funcionários que permaneceram. Além disso, o CRVG contratou uma empresa para ajudar na recolocação de todos os que deixavam o Clube.

A proposta de acordo coletivo de trabalho para pagamento das rescisões foi então enviada ao Sindeclubes, e seria submetida à assembleia dos credores logo em seguida, não fosse a paralização das atividades imposta pelo Decreto Rio 48.622, de 22/03/2021, em razão do agravamento da pandemia, o que resultou no adiamento da convocação dessa, conforme nota conjunta publicada pelo CRVG e pelo Sindeclubes em 25/03. Tal proposta prevê o pagamento das rescisões de forma parcelada, de acordo com o valor do crédito de cada funcionário, quitando-se todo o saldo em aberto até o final de 2023, dentro do mandato da atual gestão. Com a retomada das atividades após o período de paralização, o acordo foi submetido à assembleia do Sindeclubes, instalada ontem, 12/04/2021, e prevista para se encerrar amanhã, 14/04/2021.

Ressalta-se que em menos de três meses de gestão a atual diretoria do CRVG já quitou 5 (cinco) folhas de pagamento, e trabalha para superar, de uma vez por todas, a histórica inadimplência do Clube com suas obrigações.

Oportunamente, após sua citação na ação civil pública, o CRVG prestará todos os esclarecimentos necessários à Justiça do Trabalho.

O CRVG reafirma seu apreço a todos os funcionários que serviram ao Vasco da Gama com grande dedicação e o seu compromisso de pagar todas as rescisões dos empregados que foram demitidos. O Clube está implementando um processo de profunda reestruturação administrativa com vistas a assegurar a viabilidade do Clube nesse grave momento enfrentado pela indústria do futebol e pela sociedade brasileira como um todo.

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