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A trajetória inspiradora de Daiane dos Santos, primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha de ouro em um Campeonato Mundial, vai ganhar as telas do cinema com um reforço de peso: a atriz e produtora norte-americana Viola Davis. O projeto do longa-metragem, intitulado A Menina que Voa, será coproduzido pela empresa Ashé Ventures, fundada por Viola Davis e seu marido Julius Tennon, em parceria com o produtor brasileiro Maurício Mota e a Maria Farinha Filmes.
O filme irá narrar a infância humilde de Daiane em Porto Alegre, os desafios enfrentados no início da carreira, o racismo estrutural presente no esporte, as exigências físicas da ginástica e a histórica conquista do ouro no solo no Mundial de Anaheim, em 2003 — quando ela se tornou a primeira mulher negra a vencer nessa categoria. A obra será ambientada entre os anos 1990 e 2000, período em que Daiane atingiu o auge de sua carreira e passou a ser reconhecida internacionalmente como símbolo de excelência atlética e representatividade.
Com roteiro assinado por Janaina Tokitaka e Flávia Vieira, o filme pretende ir além do feito esportivo, explorando a dimensão emocional e social de uma mulher negra que desafiou as estatísticas e se tornou referência para novas gerações. “Este filme não é apenas sobre uma ginasta. É sobre o poder do sonho, da resistência e da identidade. Queremos celebrar a mulher que voou, mas também a menina que acreditou”, afirmou Maurício Mota, coprodutor da obra.
A presença de Viola Davis no projeto é vista como um marco simbólico e estratégico. Reconhecida por sua militância em prol da equidade racial e de gênero, Davis deve contribuir para ampliar o alcance internacional do filme e atrair atenção para histórias de mulheres negras fora do eixo norte-americano. “É uma honra imensa colaborar com um projeto que joga luz sobre uma trajetória tão potente quanto a de Daiane. Sua história ressoa em todo o mundo”, destacou a atriz em comunicado oficial.
Ainda sem data de estreia confirmada, A Menina que Voa se junta a uma série de produções recentes que buscam resgatar a memória de figuras históricas do esporte brasileiro, com foco na representatividade e no protagonismo feminino. Para Daiane, o filme é também uma forma de devolver à sociedade a inspiração que ela mesma recebeu. “Muita gente se viu em mim quando comecei. Agora, quero que ainda mais pessoas se vejam nessa história.”
