Lutas

Volta dos fãs, aposentadoria, saudades do Brasil; Bruce Buffer fala sobre carreira no UFC e futuro

Bruce Buffer
Divulgação/Facebook UFC Brasil

Dentre todas os personagens associados com o UFC, poucos são tão ‘símbolos’ da organização como Bruce Buffer. O homem que é responsável por anunciar os lutadores para os fãs presentes nas arenas já virou ‘sinônimo’ do que é Ultimate para qualquer um que mencione a principal organização de MMA do mundo.

                 

Com seus ternos estilosos, voz marcante e o bordão que qualquer fã de MMA (It’s Time!) já se acostumou a ouvir a cada main event do Ultimate Fighting Championship, Buffer quase nunca deixa de estar presente aos cards em todos os anos em que defende as cores do UFC.

A ‘voz do UFC’ deu uma entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo onde abordou vários assuntos. Desde a volta dos fãs às arenas, iniciada com o UFC 261 até se pretende se aposentar um dia do Ultimate. E, claro, falou sobre o Brasil e os fãs de MMA do país.

“Incrível sentir essa energia”

O UFC 261, realizado no último dia 24 de abril, foi o primeiro evento em mais de um ano nos Estados Unidos com a arena lotada de fãs. Um momento que Bruce Buffer adorou ver após a longa temporada de cards sem os aficionados pelo MMA assistir in loco e vibrar com os golpes e os nocautes e finalizações.

— Foi incrível ouvir a energia deles (dos fãs) enquanto eu anunciava no octógono – afirmou Buffer.

O UFC se esforçou para driblar a pandemia e conseguiu realizar eventos durante grande parte de 2020, se dividindo entre Las Vegas e a ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi. Todo o esforço para conseguir manter a roda do Ultimate funcionando surtiu efeito, com muitas lutas e eventos marcantes neste período de complicações. Nas quais o vazio dos palcos dos eventos foi extremamente marcante, mas nada que atrapalhasse o trabalho de ‘voz’ da principal organização de MMA do mundo em tempos complicados como os do último ano.

— O Dana White e todo o UFC fizeram um trabalho incrível! Há sim, diferenças entre ter ou não fãs. Mas eu sempre me empenhei em dar o melhor de mim independente dos fãs estarem ou não nas arenas, pelos lutadores e pelos fãs que me assistem na TV e sempre o farei – afirmou;

Aposentadoria? Nem pensar!

Irmão de outra ‘voz’ famosa do mundo das lutas (Michael Buffer, que cumpre o mesmo papel nas grades de boxe pelo mundo), Bruce Buffer chegou à organização em 1996, quando anunciou lutas no UFC 10. No ano seguinte, convenceu os então donos do Ultimate a contratá-lo e, desde então, tem sido o ‘cara’ que anuncia os lutadores e agita os fãs com seus famosos bordões, voz marcantes e os ternos chamativos.

Buffer viajou pelo mundo interior em mais de duas décadas que trabalha para a entidade líder das artes marciais mistas, se tornando um rosto tão ligado ao evento como o chefe Dana White e o comentarista Joe Rogan. E se engana quem pensa que, aos 63 anos (fará 64 no próximo dia 21), esteja perto de pendurar o microfone.

— Nunca (pensei em aposentadoria). Estou mais apaixonado que nunca pelo meu trabalho e pretendo continuar com ele por, pelo menos, mais dez anos – disse.

Paixão pelo Brasil

O Brasil é considerado por muitos a ‘pátria’ do MMA, graças ao fato de que foi através de brasileiros (os Gracies) que o UFC e a ‘base’ do esporte (o jiu-jítsu) acabaram entrando nas mentes dos fãs de todo mundo. E a relação dos admiradores das artes marciais mistas com o Ultimate em grande parte dos eventos foi prova disto.

E o nosso país habita um lugar no coração de Buffer. Todas as vezes em que aportou em solo brasileiro para trabalhar no UFC recebeu o carinho dos fãs das lutas, constantemente retribuído pela ‘voz’ do Ultimate. Que até mesmo deixou um recado para o país, que sofre fortemente com a pandemia do coronavírus.

— Eu tenho lido sobre a situação do Brasil e torço para que todos fiquem bem e seguros. Os fãs brasileiros são muito apaixonados por MMA e reconhecem em mim como um apaixonado pelas lutas e o UFC. Sinto uma conexão minha com eles quando estou anunciando as lutas, porque a energia que eles mandam são o combustível do meu trabalho – afirmou o estadunidense, que também fez sua lista com os melhores lutadores do Brasil no Ultimate.

— Meu top-5 é Anderson Silva, Rodrigo Minotauro, Vitor Belfort, WanderleI Silva e Amanda Nunes – completou.

Confira outros assuntos da conversa com Bruce Buffer

As lutas que quer ver em 2021

— Gostaria muito de ver Jon Jones lutar nos pesos-pesados, não importa contra quem seja. A trilogia entre a Amanda Nunes e a Valentina Shevchenko seria uma grande luta também!

O futuro do UFC

— Espero que o UFC esteja maior e mais forte do que já está! Os futuros astros tem que ser da altura de Anderson Silva, George St-Pierre, Conor McGregor, Jon Jones, Ronda Rousey… Há muitos guerreiros e guerreiras surgindo a cada hora e eles irão alcançar esse status de lendas e serão ótimos de se ver lutar. Como o (Israel) Adesanya, Weili Zhang, Rose Namajunas, a Amanda e muitos outros que estão chegando.

Negócios fora do octógono

— Tenho muitos negócios. Acabei de lançar nos EUA uma marca de bourbon chamada ‘Punchers Chance’ e devo lançar em breve minha linha de colônias e produtos de beleza ‘It’s Time’ além de outros produtos nos próximos quatro meses.

Haverá um novo Anderson Silva?

— Acredito que sempre haverá espaço para uma nova superestrela brasileira. Acredito que iremos vê-la algum dia e eu quero estar no centro do octógono para anunciá-la e ver esses caras fazerem suas histórias

Saudade dos fãs brasileiros

— Sim, sinto muito falta dos fãs do UFC no Brasil. Quero dizer que amo todos eles e que espero voltar logo para trabalhar num grande evento.

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