Palmeiras
Abel Ferreira diz que comentários ofensivos o deixam triste, e se defende: “Não fiz nada que outros já não fizeram”
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Em entrevista coletiva pós vitória de 2 a 0 em cima do Mirassol, nesta quarta-feira (1º), o técnico Abel Ferreira se defendeu de comentários e críticas exageradas e que o associavam a criminosos. Após o título da Supercopa do Brasil, jornalistas teceram estes comentários a respeito do comportamento dele em campo.
“Infelizmente, não é a primeira vez que isso acontece, nem a segunda nem a terceira e, infelizmente, isso me deixa triste. E vem de algumas pessoas com cargos altos e com influência no futebol brasileiro”, lamentou.
Era visível como sua aparência estava abalada ao tocar no assunto, mas ele continuou: “Eu estou aqui para ganhar, competir. Eu digo aos meus jogadores que é preciso fazer o possível para ganhar. Eu faço o que for preciso para ganhar, dentro das regras, e quem transgredir as regras é punido, como aconteceu com o treinador do Palmeiras. Portanto, eu fui punido pelo árbitro.”
Explicando: a jornalista Milly Lacombe escreveu em seu blog no portal UOL, no último domingo (29), um texto intitulado “Já é hora de colocar Abel Ferreira em seu devido lugar”. Nele, ela fez uma associação do comportamento de Abel de questionar muito a arbitragem no campo com a violência doméstica que mulheres sofrem pelo Brasil enquanto a bola rola.
Além disso, nesta semana, o jornalista André Plihal também chegou a associar o caráter do treinador com o do ex-goleiro do Flamengo Bruno, condenado pelo assassinato de sua ex-mulher. E o português deixou claro o que pensa: de que algumas pessoas fazem associações a fim de criar um enredo para esconder a grande decisão de sábado no Mané Garrincha, que teve sete gols marcados.
“Agora, quando fazem associações, eu penso: ‘Que belo enredo arranjaram aqui para fazer uma novela a fim de calar e esconder o grande título inédito que o Palmeiras ganhou’. Quiseram valorizar o meu comportamento ao invés de valorizar a classe e categoria do grande espetáculo que houve, entre duas grandes equipes.”
O comandante alviverde, que chegou a sete títulos pelo clube, concluiu citando nomes de grandes esportistas “Eu não fiz nada que já não fizeram. Eu não fiz nada que o Guardiola, Mourinho, Klopp, Federer, Senna, (Allan) Proist já fizeram.”
Após os comentários feitos, palmeirenses e também torcedores de outros times se revoltaram nas redes sociais, e o Palmeiras emitiu uma nota, dizendo que entrará na Justiça. “É inaceitável que um treinador de insuspeita integridade seja associado a qualquer forma de violência, quanto mais a uma pessoa condenada por homicídio. O clube e o técnico tomarão as medidas judiciais cabíveis”, diz trecho.
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Sobre a partida no interior paulista, ele justificou ter colocado um time reserva com o fato de os titulares ainda estarem em clima de festa com o título de sábado. Enfatizou que era preciso “abaixar a adrenalina”, tanto que, dos onze que iniciaram a Supercopa, somente Weverton foi titular nesta noite – e somente por conta de que Marcelo Lomba sofreu fratura em um dos dedos da mão esquerda.
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“Quando há jogos que decidem títulos e com esse nível de intensidade como contra o Flamengo, tem muita coisa em jogo, dinheiro, rivalidade, prestígio, ego, orgulho. E o futebol é um jogo de emoções. Meus jogadores entregaram tudo. Quando isso acontece, é preciso abaixar a adrenalina. Nós tínhamos que deixá-los festejar e perceber quais jogadores que estavam melhor preparados para vir aqui dá uma resposta. Se eu viesse com os outros (os titulares), não ia dar nada, ia ser zero.”