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Abel Ferreira faz críticas às federações do futebol brasileiro: ‘Agora percebo porque treinadores aqui só duram dois, três meses’

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FOTO: DIVULGAÇÃO/PALMEIRAS/CESAR GRECO
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Após a derrota para o Coritiba por 1 a 0 nesta quarta-feira (17), no Couto Pereira, Abel Ferreira deu uma entrevista coletiva ao canal TV Palmeiras. O treinador palmeirense fez questionamentos e críticas às federações do futebol brasileiro. Além disso, ele também elogiou a atuação da equipe, apesar do resultado ruim.

CRÍTICAS ÀS FEDERAÇÕES E AO CALENDÁRIO

Quando perguntado sobre a lesão de Gabriel Menino, mais uma vez o treinador do Palmeiras se mostrou muito descontente com a forma que o calendário de jogos é feito no Brasil. Para Abel Ferreira, é preciso refletir e fica claro porque treinadores ficam pouco tempo em seus cargos:

– Toda a estrutura de futebol, saúde e performance que temos, fazem um trabalho fantástico para recuperar esses jogadores, espero que não seja nada muito grave. Mas um dia só para recuperar um jogador, com outro jogo a seguir, não existe em lugar nenhum. Um desafio que faço às pessoas que mandam, é sentar e refletir. Agora percebo porque treinadores aqui só duram dois, três meses. É impossível treinar nessas condições. Não se ganha consecutivamente e estão sempre trocando de treinador. As equipes que mudaram de treinador, o que ganharam? No total, acho que só duas ou três não mudaram. A densidade competitiva que há, não dá tempo para descansar, nem treinar. Se já é difícil em um contexto normal, imagina agora com a COVID-19 – falou o técnico.

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Ele ainda elogiou a CONMEBOL:

– Temos que aprender com os bons exemplos. Volto a dizer, a final da Libertadores nunca rendeu tanto dinheiro como agora. Foi preciso um brasileiro, que trabalhou na Europa e adquiriu conhecimento, foi convidado a organizar essa competição e há dois anos faz um brilharete com a CONMEBOL – disse o português.

Abel Ferreira fez mais críticas aos organizadores do futebol brasileiro quando falou sobre a preparação para a partida contra o São Paulo:

– Sabemos que é um jogo diferente. A nossa programação tem que ser feita não jogo a jogo, mas pensando um pouquinho no presente e no futuro. A verdade é que é através de todos os jogos que nos preparamos. Temos já, pela segunda vez, que jogar, recuperar e no terceiro dia, jogar outra vez. Volto a dizer, isso não existe em lugar nenhum, só no Brasil. As pessoas que organizem tem que ter coragem para tomar decisões que, às vezes são difíceis, mas são para o bem de todos. Tudo que eu falo, eu não sou perfeito, a minha intenção não é criticar ninguém, mas dentro do que sei e posso ajudar o futebol brasileiro através das minhas opiniões. Não sou o único treinador a falar sobre isso, é um assunto muito sério, mas ninguém quer falar sobre isso – falou o técnico palmeirense.

FUTURO NO PAULISTÃO

A Federação Paulista de Futebol teve que alterar as datas de estreia do Palmeiras no Campeonato Paulista. O Verdão começa o torneio jogando pela segunda rodada contra o Corinthians no dia três de março. A partida contra o São Caetano, que seria no dia 27 de fevereiro foi adiada pela Federação. Quando perguntado qual o futuro da equipe no Paulistão, Abel Ferreira também questionou as datas da competição:

– Tiveram a coragem de marcar um jogo no dia anterior ao primeiro jogo da Copa (do Brasil). É uma reflexão que nós e a estrutura de futebol do Palmeiras vamos ter que fazer. Para o presente e para o futuro. Temos que perceber o que queremos abdicar. Se queremos ser fortes no presente e abdicar o futuro. Ou se queremos pensar bem naquilo que é a organização de uma época (temporada) desportiva, tem o Brasileirão, tem a Libertadores e a Copa (do Brasil) sempre com ida e volta. É que o está acontecendo agora, por causa do Mundial, vamos ter que acabar o campeonato e o Palmeiras vai ter que fazer jogos de qualquer jeito. Alguma coisa vai ter que mudar, sei que o que é cultural demora a mudar, mas as pessoas precisam perceber que há por onde melhorar. Uma das minhas funções, enquanto treinador, é deixar o futebol melhor do que encontrei – afirmou o comandante.

RESULTADO RUIM, MAS BOM DESEMPENHO

Apesar da derrota para o Coritiba, o treinador palmeirense fez elogios ao desempenho da equipe:

– O resultado é ruim mesmo. Mesmo com dez (jogadores). O problema é que as melhores oportunidades foram nossas, na minha opinião. O resultado não está de acordo com o que produzimos. Esses jogos servem para avaliarmos a matéria-prima que temos e avaliar o que queremos para o presente e o futuro. Gostei muito da exibição do Scarpa, do Esteves e do Renan. São jogadores que aproveitam as oportunidades que lhe dão. O Vinícius também, ele não merecia perder esse jogo. Gostei do empenho e da tranquilidade que passou para a equipe. O futebol é isso, ganha quem marca e nós não conseguimos – disse o técnico.

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