Basquete
Além da quadra: Toni Kukoc e brasileiros agitam mais uma edição da NBA House Digital
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A NBA celebrou na noite de domingo o terceiro confronto entre Milwaukee Bucks e Phoenix Suns nas finais da liga. Depois de perder por 2 a 0, a franquia do Wisconsin reagiu e conseguiu a primeira vitória. Mas antes disso, a NBA House Digital aconteceu com um grande pré-jogo e que trouxe estrelas com muita história na competição. Um dos grandes destaques foi Toni Kukoc.
Membro do Hall da Fama, Kukoc foi tricampeão da NBA com o Chicago Bulls e relembrou a grande carreira que teve com o apresentador Felipe Andreoli. Em mais um bate-papo descontraído, o croata destacou como foi jogar ao lado de grandes estrelas da história da liga e um dos times mais marcantes de todos os tempos.
— Jogar com aquele time dos Bulls era algo diferente. Em muitos momentos, nosso treinos eram muito mais intensos e disputados do que qualquer jogo. Michael e Scottie eram caras que não queriam perder em nenhum momento e isso trazia uma intensidade para nossa rotina muito forte — afirmou Kukoc.
Outro ponto importante e que mudou ao longo dos anos foi a versatilidade de cada jogador. Questionado sobre a evolução do jogo e como cada atleta lida com isso, Toni Kukoc enfatizou à época em que jogava, os pedidos de treinadores e como isso impactou em seu jogo. E, claro, uma das estrelas atuais, Luka Doncic, também foi mencionado como um atleta que tem “algo especial” no estilo em quadra e a diferença para os outros companheiros de liga.
— No meu tempo, eu acho importante que os treinadores, não importava a altura do jogador. Isso não determinava como seria a defesa, centro, ataque, ou qualquer outra coisa. O que eles queriam é que tivéssemos habilidades, chute, que soubéssemos dominar os fundamentos de todas as posições. Quem jogava na 1, tinha que saber se virar na 2 e 3, quem jogava na 2, precisava saber jogar na 3 e 4. O importante era ter essa versatilidade para que não seja limitado dentro de quadro. O Doncic é algo especial, pois tem altura de jogador de garrafão, mas sabe arremessar de três, tem velocidade para transitar pela quadra, para driblar, conduzir a bola. Na minha época, provavelmente ele seria um pivô, mas hoje ele consegue jogar em todas as posições. Essa versatilidade e conhecimento de todas as funções é algo que torna o Doncic e o Jokic tão diferentes e dominantes na NBA atual — disse o croata.
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Como parte da programação da NBA House Digital, o quadro NBA Talks reuniu um trio brasileiro de peso. Com três campeões, a atração reuniu Leandrinho Barbosa, Tiago Splitter e Anderson Varejão em um bate-papo com muitas histórias e experiências no maior basquete do mundo.
Campeão com o Golden State Warriors em 2015/16, Leandrinho foi um dos principais nomes brasileiros na NBA. Com passagens por cinco franquias diferentes, o ala-armador começou a carreira nos Suns e aos poucos foi virando um grande coringa por onde passou. Foi pela equipe do Arizona em que um dos momentos mais especiais da carreira do “Blur” aconteceu ao ser escolhido como sexto homem da temporada. Sem tanto destaque no início, o paulista de 38 anos relembrou como foi conquistando seu espaço e o ponto principal da virada no time.
— É um titulo individual, mas é um titulo que não é muito valorizado no Brasil. Quem não acompanha muito, não entende a importância dessa premiação. A partir do quarto ano na NBA, eu entendi que tinha chegado o momento de realmente mostrar tudo que eu podia fazer. Então eu passei a treinar cada vez mais, vir menos para o Brasil, me dedicar ao máximo. E no inicio da temporada, o Marbury, que era um pai para mim, foi trocado para o Knicks e com isso eu herdei uma vaga no time titular. Eu jogava poucos minutos e de repente estava com 35 minutos por partida. Então pude ter espaço para jogar, mostrar meu talento e acabou culminando nesse título de sexto homem. Mas isso eu devo a todos do time, da organização e tenho muita gratidão ao Mike D’Antoni por saber como me utilizar, quando me colocar em quadra, então eu devo tudo a eles — relatou Leandrinho.
Mas antes de ser um grande estrangeiro na liga, Leandrinho Barbosa por pouco não ficou de fora do Draft da NBA. Escolhido na 28º posição da classe de 2003, o brasileiro chegou a ir para o San Antonio Spurs, mas foi trocado para o Phoenix Suns. O dia marcante na cabeça do “Blur” aconteceu e foi resultado de uma mistura interessante de destino e qualidade, algo que sempre foi elogiado no jogo do paulista.
— Não tem como esquecer, uma noite especial, não só para mim, mas para todos os jogadores que sonham em ser escolhido no draft, ainda mais no MSG. Foi um dia muito feliz da minha vida, estava com meus familiares e foi demais poder atingir esse ápice. O Nenê também estava comigo, é um dos meus melhores amigos, e ele é o responsável por abrir as portas para mim e para todos os brasileiros. Foi um momento inesquecível. Eu jurava que não seria escolhido, pois as projeções que me davam, acabaram sendo bem diferentes, foi um time que eu não fiz nenhum treinamento com eles, e acabei sendo escolhido pelo San Antonio na 28ª escolha, mas me trocaram de imediato para Phoenix, que foi um time que eu treinei com eles. E eu não queria ter ido nesse treino, porque eu estava machucado, sentindo muita dor, mas eles insistiram e acabou sendo apenas uma exibição de arremessos, mas acabou sendo um dia que eu não errei nenhum e chamou a atenção deles — continuou.
Se Leandrinho é um dos maiores nomes brasileiros, ele teve ao seu lado Tiago Splitter como um nome de criação na NBA. Mesmo nunca tendo jogado juntos na liga, o ex-jogador do San Antonio Spurs pode desfrutar os seus anos na competição e a experiência de ter jogado ao lado de grandes nomes como o argentino Manu Ginobilli, o estadunidense Tim Duncan e o francês Tony Parker.
— Quando eu cheguei nos primeiros treinos e comecei a entender a filosofia dos Spurs. E os jogadores individualmente não me chamava tanta atenção como o Kobe. Mas quando eu comecei a entender o funcionamento do time, que todo mundo pontuava. Porque eu me perguntava porque o Ginobilli, o Duncan, o Parker não chutavam a maioria das bolas. Mas eu consegui entender que o funcionamento da equipe era mais importante do que o destaque individual — afirmou Splitter.
Campeão em 2014, Tiago Splitter teve uma carreira curta na liga, mas vem se preparando para o futuro. Atualmente no Brooklyn Nets, o brasileiro traça os próximos passos e já vem colhendo frutos da vivência como jogador e ganhando mais espaço com nomes como Mike D’Antoni, auxiliar técnico, ao seu lado na franquia nova-iorquina.
— Com certeza a experiência do título e do que conquistei em quadra me abre portas em todos os times. Então é por isso que eu quero somar, passar o que aprendi, hoje eu posso fazer isso nos Nets e é isso que eu quero continuar fazendo por muito tempo, seguir envolvido no basquete e passando tudo isso que aprendi — declarou.
Com 14 anos na NBA, Anderson Varejão ainda segue em forma e voltou ao Cleveland Cavaliers antes do fim da última temporada. Mesmo com toda experiência, o brasileiro guarda na memória momentos especial que teve com a franquia de Ohio. O carinho da torcida e a “noite das perucas” na Quicken Loans Arena talvez seja um dos grandes destaques do brasileiro que voltou para casa recentemente.
— A noite das perucas a direção da equipe veio me perguntar o que eu achava de fazer esse evento, essa homenagem. Eu achei ótimo, mas não imaginava que seria aquilo que realmente. Todos os torcedores no ginásio com as perucas, segurança, staff, funcionários, foi até difícil de me concentrar na partida porque era algo surreal para mim. Até o pessoal no vestiário também de peruca, foi um momento especial — disse Varejão.
Apesar de tanto carinho e prestígio dentro do Cleveland, o pivô chegou a ser trocado para o Portland Trail Blazers, mas ao final da temporada parou no Golden State Warriors, em 2015/16. O que ele não esperava era enfrentar a sua ex-equipe justamente nas finais, rever os antigos companheiros e ainda contar com algo poucas vezes visto. Depois de abrir 3 a 1 na série, a franquia da California sofreu uma das maiores viradas do esporte com LeBron James sendo fundamental para o título da rivalidade que já era grande entre os times.
— A troca veio no meio da temporada para o Portland e no fim daquela temporada eu me tornei agente livre. Eu tive algumas propostas, mas eu mesmo preferi ir para Golden State. E naquele mesmo ano eu chego numa final contra o Cleveland, no mesmo ano da troca, enfrentar uma cidade que me acolheu desde que eu cheguei nos Estados Unidos, acabamos abrindo 3 a 1 e levamos a virada naquele ano — relembrou Varejão.
Para encerrar o dia da NBA House Digital, o evento ainda contou com mais um Desafio NBA 2K21 com streamers, o “Rango” com o Chef Pablo Oazen e a apresentação do DJ Vintage Culture. Agora, a nova edição volta na quarta-feira, 14, antes do quarto confronto entre Bucks e Suns. O Esporte News Mundo segue na cobertura das finais e também de todos os detalhes que envolve a grande decisão da NBA.