Além do campo, Fluminense e Vasco fazem também embate conturbado fora das quatro linhas

O clássico entre Fluminense e Vasco completa cem anos desde o primeiro jogo entre as duas equipes, em 1923, onde o Cruz-maltino saiu com a vitória. O Clássico dos Gigantes, como é apelidado, já foi final de Campeonato Brasileiro, em 1984, com o Tricolor saindo com o triunfo e o título, naquele que é o confronto mais importante da história entre as duas equipes. Flu e Vasco se enfrentam neste domingo (12), em um duelo que vai além das quatro linhas.

Confusão na justiça pelo setor sul

Em 2019, Fluminense e Vasco iam se enfrentar no Maracanã pela final da Taça Guanabara. No histórico estádio, as duas equipes alocam seus torcedores no setor do lado direito das cabines de imprensa, porém houve uma divergência entre as duas diretorias quanto ao direito de suas torcidas utilizarem o setor sul do Maracanã em clássicos entre os clubes. O Tricolor argumenta direito por contrato, enquanto o Cruz-Maltino alega direito histórico.

A divergência remonta a 1950. Na época, ficou decidido que o campeão carioca teria o direito de escolher onde posicionar a torcida e o Vasco optou pelo lado direito às cabines de imprensa. Em 2013, porém, o Fluminense assinou um contrato com o consórcio que administra o estádio que definiu que o Tricolor utilizaria o setor sul do estádio, à direita das cabines, e o Flamengo, o setor norte.

Em todos os clássicos disputados pelos times, desde a abertura do Maracanã, apenas neste jogo a torcida do Vasco ficou no setor sul. O jogo inicialmente seria de portões fechados, em um decreto determinado pela justiça, entretanto, no meio da partida, foi liberado a entrada dos torcedores, após muita confusão e correria do lado de fora do estádio.

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Licitação do Maracanã

Fluminense, juntamente com o Flamengo, e Vasco disputam a nova concessão do Maracanã. O vencedor irá assinar contrato e administrar o estádio por 20 anos. O Cruz-maltino entrou na disputa para se contrapor à situação atual, que dá privilégio para dois clubes apenas, Flamengo e Fluminense. Pela proposta vascaína, todos os outras associações pagarão exatamente o mesmo valor de aluguel do Vasco.

Por causa disso, a situação nos bastidores se acalorou e a relação das diretorias não é a das melhores hoje em dia.

Fluminense e São Januário

Em 2022, o Maracanã estava reformando o gramado, porém, o Fluminense estava disputando a Pré-Libertadores e necessitava de um estádio para mandar seus jogos. Com isso, o Tricolor acertou o aluguel de São Januário para os dois jogos da fase preliminar da competição continental. O primeiro jogo no estádio do rival foi contra o Millionários, da Colômbia. O Flu saiu com a vitória, contudo, os torcedores tricolores criticaram ofensivamente e provocaram o estado em que estava São Januário. Isso não caiu bem para a torcida vascaína, que criticou a diretoria por ter liberado seu estádio para o rival alugar.

A diretoria vascaína, então, ouviu as reclamações de seus torcedores e decidiu que não emprestará mais São Januário para o Fluminense.

Ingressos

Fora das quatro linhas, a mais recente confusão entre as duas equipes é sobre os ingressos referentes ao duelo de domingo. Inicialmente, a torcida do Vasco não gostou de saber que a venda de ingressos para o clássico foi aberta com uma semana de antecedência para os tricolores.

Além disso, soube-se que o Fluminense decidiu disponibilizar apenas 50 mil ingressos para o clássico. Como mandante da partida, cabe ao Fluminense estabelecer quantos ingressos serão disponibilizados e determinar a logística de venda. Esse foi o assunto do dia nos bastidores de São Januário: o Vasco não entende o motivo de a carga total ser tão inferior à capacidade máxima do Maracanã.

Logo depois, o Fluminense lançou uma nota dizendo que vai comercializar uma carga extra que começaram a ser vendidos na tarde de ontem.

A venda para sócios do Fluminense foi aberta no último sábado. Nesta quarta, foi liberada a comercialização para não-sócios e também para os torcedores do Vasco. Houve muita insatisfação por parte dos vascaínos, que relataram instabilidade no sistema. Em poucas horas, esgotaram-se as entradas destinadas à torcida visitante. Ainda há ingressos disponíveis para tricolores, o que foi motivo de provocações dos vascaínos aos tricolores.