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Amor e ódio: Cazares foi o jogador que mais dividiu a torcida do Atlético

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Foto: Bruno Cantini / Atlético
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O meia equatoriano Juan Cazares está a detalhes de se transferir do Atlético para o Corinthians. No Atlético, viveu momentos mágicos de alto rendimento e golaços, mas também viveu momentos de incertezas, críticas e polêmicas fora de campo.

Cazares chegou ao Atlético no início de 2016, vindo Banfield-ARG, e talvez tenha sido até hoje, na história do Atlético, o jogador que mais dividiu a torcida e o que mais oscilou entre “amor e ódio”. Ao todo, o meia fez 205 jogos pelo Atlético, sendo o estrangeiro que mais atuou com a camisa do clube, e marcou 41 gols, sendo o segundo maior artilheiro estrangeiro, com um gols a menos que o argentino Lucas Pratto. Além disso, deu 46 assistências e venceu duas vezes o campeonato mineiro – 2017 e 2020.

O meia estreou no dia 13 de janeiro, no torneio de pré-temporada, Florida Cup – no qual o Atlético foi campeão. No primeiro ano fez uma ótima temporada e foi até apelidado de “Pelézares” por parte da torcida. Naquele ano, marcou um gol antológico do meio de campo na final da Copa do Brasil que o Atlético perdeu para o Grêmio. Mas ainda em 2016 veio a primeira polêmica, quando não se apresentou ao Atlético após servir a seleção equatoriana. O meia foi punido pela diretoria.

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Desde a primeira temporada, Cazares começou a ser criticado por alguns torcedores por conta de atrasos em treinos e atuações ruins. Ao longo dos anos, as críticas aumentaram, mas quem o apoiava, passou a apoiar ainda mais, entendendo que ele era o diferencial da equipe quando jogava o que já havia demonstrado.

A partir de 2017 começaram as notícias de festas que o jogador fazia em sua residência e os atrasos em alguns treinos continuaram. Em 2017, o jogador teve até fotos intimas vazadas e o rótulo de “baladeiro” e irregular se tornou mais constante entre os torcedores. Em 2019, o jogador foi acusado de agressão e estupro por duas mulheres que estavam em uma festa na casa dele (festa feita logo após uma derrota do Atlético no Brasileiro). Cazares prestou depoimento e foi inocentado.

NÚMEROS
Apesar de ser um jogador inconstante durante esses quase cinco anos de Atlético, Cazares nunca deixou de entregar bons números. Em todos os anos, o meia sempre se manteve no topo da lista de artilheiros e assistente do time. Confira:

2016: 40 J – 10 G – 8 A
2017: 60 J – 9 G – 18 A
2018: 51 J – 11 G – 9A
2019: 51 J – 11 G – 10 A

Cazares não tem apenas bons números “brutos” (gols + assistências) com a camisa do Atlético. Também sempre foi o jogador que mais se destacou e o que mais criou chances durante sua passagem pelo Atlético. Alguns números do meia (como chances criadas) chegam a ser superiores ou similares a de nomes “consagrados” do futebol brasileiro, como Arrascaeta e Everton Ribeiro. Companheiros que não estavam no mesmo nível e trocas constantes de técnicos também contribuíram para a irregularidade do meia. Sempre ficou a ideia de que “com o time e o treinador certo ele iria deslanchar”, mas quando o Atlético finalmente parece ter conseguido isso, o fim do ciclo do meia no clube se encerra e ele “sai pela porta dos fundos”.

De 2016 a 2019, Cazares foi um dos jogadores que mais deu passes decisivos e criou chances no Brasileirão. Dados: SofaScores

O FIM
No início de 2020, Cazares chegou a negociar sua ida ao Mundo Árabe, foi inclusive afastado do elenco, mas o Atlético considerou a proposta baixa, não aceitou e reintegrou o meia. Atuou pela última vez com a camisa do Atlético no clássico contra o Cruzeiro, no dia 7 de março.

Durante a pandemia, se envolve em polêmica com mais denúncias de festas e um vídeo em que ele jogada uma partida amadora. Na volta da temporada, testou positivo para o covid-19 e não pode se reapresentar. Quando finalmente voltou, foi afastado e passou a treinar com o time de transição, ficando fora dos planos do Atlético e de Sampaoli.

O Atlético ainda negocia com o meia a rescisão do contrato. Cazares deve abrir mão de alguns atrasos e salários que o Atlético deve a ele. A economia para o clube passa dos R$ 4 milhões.

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