Por Dentro do Jogo
ANÁLISE: 2º tempo fez justiça ao inteiro domínio do Galo no Mineirão
Confira a análise da vitória do Atlético/MG sobre o Corinthians nesta quarta-feira. Leia na coluna do Rodrigo Coutinho
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Nem sempre o resultado acaba sendo justo no futebol. É um esporte com muitas variáveis e analisar o desempenho de uma equipe somente por conta do placar é um grande equívoco. Mesmo indo para o intervalo com uma derrota parcial, o Atlético Mineiro foi superior aos Corinthians durante os 90 minutos da partida entre ambos nesta quarta-feira. Ao virar a partida na 2ª etapa, o Galo chegou a 100% dos pontos conquistados em duas rodadas e o Timão foi merecidamente derrotado em sua estreia
Depois da boa atuação contra o Flamengo, Jair ganhou a vaga de Allan no meio-campo. Réver voltou ao time no lugar que foi de Igor Rabello na rodada passada. Savarino foi preterido para a entrada de Keno no ataque e Marrony voltou ao time. No Corinthians, Tiago Nunes não teve Fágner, Gil e Carlos. Michel, Bruno Méndez e Sidcley compuseram a linha defensiva com Danilo Avelar. Luan começou no banco e Araos foi o titular. Ramiro e Mateus Vital tiveram seus lados invertidos.
Poucas vezes um time foi tão eficiente quanto nos primeiros 45 minutos feitos pelo Corinthians no Mineirão. Chegou basicamente duas vezes ao ataque e marcou dois gols. Além de muita precisão do Timão na área ofensiva, o dado reflete um péssimo desempenho defensivo do Galo, que criou muito mais, mas foi para o intervalo atrás no placar.
Por mais que Tiago Nunes esteja há mais tempo no Corinthians que Sampaoli no Atlético, é nítida a diferença de desempenho entre as duas equipes quando o assunto é encontrar espaços na defesa adversária. Até por isso o time paulista adotou uma postura mais reativa. ”Deu” a bola aos mineiros e buscou assustar em contra-ataques. Contou com um erro de Guga aos 12 minutos para abrir o placar com Jô, aproveitando passe de Araos, mas antes disso passava por apuros.
O time da casa já havia finalizado quatro vezes até aquele momento. Chegava quase sempre pelo lado esquerdo com Marquinhos atacando bem aberto e Guilherme Arana novamente saindo da lateral e se infiltrando por dentro, como um meia. Nathan também atacava pelo setor, buscava a área para fazer companhia a Marrony. Pela direita, Alan Franco e Keno tentavam a aproximação. Guga fazia a saída de bola com os zagueiros e ficava mais na ”base” da jogada com Jair, só foi infiltrar no ataque no fim da 1ª etapa.
O gol do Corinthians esfriou um pouco o ânimo do Galo, mas o time seguia criando. Cássio fez duas grandes defesas em finalizações de Alan Franco e Guilherme Arana. Marrony acertou a trave na sequência e Keno furou após mais um belo lance construído pela esquerda. Ofensivamente os anfitriões funcionavam. O problema era furar o bloqueio feito por muitos corintianos à frente da meta e se defender melhor.
O Corinthians tinha dificuldades quando o Atlético adiantava a marcação. Usava Ramiro saindo da esquerda para auxiliar os volantes na saída ou mandava a bola direta para Jô segurá-la no ataque. Nem sempre funcionava, mas numa rara saída com passes curtos, Mateus Vital fez boa jogada pela direita e serviu Jô na área, ele rolou de calcanhar e Araos marcou um golaço aos 29′.
Não só a agressividade do time de Sampaoli era baixa nas transições defensivas, mas também quando o bloco de marcação se postava em seu próprio campo. Faltou intensidade e compactação na linha defensiva no segundo gol corintiano. Muito espaço entre zagueiros e laterais, coberturas tardias, acabou sendo fatal.
No 2º tempo, Savarino e Hyoran entraram nos lugares de Marquinhos e Alan Franco. Keno foi para o lado esquerdo. A ideia de Sampaoli era ganhar mais precisão no término das jogadas, e novamente conseguiu seu objetivo através de uma mexida no decorrer do jogo. Hyoran precisou de dez minutos para empatar a partida.
Por mais que Jô tenha perdido uma chance clara em contra-ataque logo aos cinco minutos, o Atlético imprimiu uma grande pressão na saída corintiana e intensificou as ações ofensivas como no início da partida. Hyoran recebeu um cruzamento de Savarino e bateu no canto, sem tanta força, mas Cássio aceitou. O goleiro também rebateu mal uma bola logo depois, em nova finalização de Savarino, e Hyoran marcou no rebote.
O Corinthians não conseguia competir, a virada parecia questão de tempo, e ela veio aos 15′. Nathan recebeu na intermediária, se livrou de Gabriel e chutou forte, a meia altura, a bola explodiu na trave e entrou. Mesmo com a vantagem no placar, o time da casa seguiu mais agressivo. Marrony finalizou com perigo duas vezes, Guga também, Keno acertou a trave, e Réver ainda fez um gol bem anulado após consulta ao VAR.
Além de Hyoran, Savarino foi outro a sair do banco e mudar a história do jogo. Eles deram mais precisão aos últimos passes e finalizações do Galo. Tiago Nunes mexeu no time ao longo do 2º tempo, tentou dar mais agressividade, mas não conseguiu. Ficou bem nítida a diferença de organização ofensiva entre as duas equipes.
O Corinthians ainda conseguiu duas jogadas de perigo perto do fim, mas muito mais circunstâncias do que de fato planejadas. Jô obrigou Réver a salvar em cima da linha e Danilo Avelar cabeceou para uma boa defesa de Rafael aos 50′. Cássio ainda foi pra área ofensiva no fim, mas não conseguiu o empate.