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Quem é André Mazzuco? Conheça o trabalho do novo diretor de futebol do Cruzeiro; confira análise

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Foto: Paraná Clube/Divulgação
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O Cruzeiro anunciou, nesta terça-feira (5), o novo diretor de futebol do clube: André Mazzuco, que estava no Vasco da Gama há um ano meio. Ele assumirá o cargo antes ocupado por Deivid, que agora volta a ser diretor técnico. Mazzuco chega a Belo Horizonte já nesta quinta-feira (7). 

Paranaense de Curitiba, André Mazzuco, de 42 anos, deu início a sua carreira de gestor como gerente nas categorias de base do Coritiba entre 2008 e 2013, tendo feito um trabalho de destaque no clube, o que lhe rendeu, logo depois, uma promoção ao cargo de superintendente de futebol profissional nos anos de 2014 e 2015.  

Desde então, André Mazzuco foi executivo de futebol do Red Bull Brasil, Paysandu, Paraná Clube e Vasco da Gama, onde estava desde julho de 2019. Ele prestou, também, consultoria ao Austin Bold, dos Estados Unidos, em 2018.  

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Em seu último trabalho, Mazzuco coleciona erros – nem todos pesados como fracasso de sua gestão, mas sim de circunstâncias extras, como pandemia ou fator monetário – e acertos. Em um ano e meio como diretor de futebol do Vasco, o time carioca anunciou 17 contratações, nem todas, de fato, consideradas como de sua alçada, seja em razão de pedido de treinador ou mesmo dos diretores do clube. 

Na “Era Mazzuco”, independentemente de sua participação e decisão efetiva na negociação, esses foram os jogadores apresentados como reforços do Vasco da Gama, seu último trabalho antes de chegar ao Cruzeiro: 

Richard, volante, ex-Corinthians (empréstimo) 

Felipe Ferreira, meia, ex-Ferroviária-SP (empréstimo) 

Clayton, atacante, ex-Atlético Mineiro (empréstimo) 

Marquinho, meia, ex-Athletico Paranaense  

Fredy Guarín, volante, ex-Shanghai Shenhua-CHI  

Germán Cano, atacante, ex-Independiente Medellín-COL 

Martín Benítez, meia, ex-Independiente-ARG 

Marcelo Alves, zagueiro, ex-Madureira 

Ygor Catatau, atacanete, ex-Madureira 

Guilhereme Parede, ex-Talleres-ARG (empréstimo) 

Neto Borges, lateral-esquerdo, ex-Genk-BEL (empréstimo) 

Leonardo Gil, meia, ex-Al Ittihad-ARA (empréstimo) 

Gustavo Torres, atacante, ex-Atlético Nacional-COL (empréstimo) 

Jadson, zagueiro, ex-Portimonense-POR 

Carlinhos, meia, ex-Standard Liège-BEL 

Léo Matos, lateral-direito, ex-Paok-GRE 

Toko Filipe, atacante, ex-Louletano-POR 

FALA, SETORISTA VIZINHO! 

O Esporte News Mundo traz, ainda, uma breve análise do setorista do Vasco, Joel Silva, sobre a passagem de André Mazzuco pelo Rio de Janeiro. Segundo o jornalista, o então diretor de futebol, em 2019, ano de sua chegada ao Gigante da Colina, fez um bom trabalho em algumas circunstâncias, porém, questionável em outras. 

– O André Mazzuco chegou no Vasco em julho de 2019, portanto trabalhou um ano e meio. Em 2019, na chegada dele, o Vasco lutava contra o rebaixamento e ele fez algumas contratações, de certo ponto, questionáveis, mas em outras ele fez muito bem. As questionadas podemos citar Clayton, ex-Atlético-MG, e Marquinhos, ex-Athletico-PR, que são jogadores baratos e encostados. Mas, em contrapartida, ele trouxe jogadores que foram importantes para o Vasco na temporada passada, como é o caso do Richard, que está no Athletico-PR, e, também, como foi o caso do Guarín que, para mim, foi a grande demonstração de que ele é um cara malandro no sentido de conseguir arrumar as coisas no momento certo. Porque o Guarín chegou no último dia da janela e precisava de um documento internacional de transferência, tinha que entrar no BID da CBF e teve uma dificuldade de negociação e também de documentação. Nesse aspecto, ele foi muito bem. Mas ele também fez muitas negociações questionáveis, que eu não o culpo 100% por conta do problema financeiro que o Vasco conviveu durante a passagem dele e convive porque ele sai e o Vasco continua na mesma situação. 

Foto: Paysandu/Divulgação

Quanto ao último ano à frente do Departamento de Futebol do time carioca, Joel Silva acredita que o Mazzuco tenha sido pontual em suas contratações. 

– Em 2020 ele contratou pouco, principalmente no primeiro semestre, mas foi pontual. Contratou o Germán Cano, que é uma unanimidade como centroavante no futebol brasileiro e, também, o Martín Benítez. Identifiquei também que ele estava mirando muito o futebol sul-americano, porque o Vasco mirou o Valência, que não veio, e tentou o Nícolas Oroz, um outro jogador da Argentina. Mas ele estava expandindo um olhar para o futebol sul-americano e também para o internacional, porque o Vasco trouxe o Léo Matos, Neto Borges e Carlinhos, que são jogadores que estavam no futebol europeu, mas não no primeiro escalão. Acredito que ele é um cara que aposta em jogadores que podem dar certo, mas para o Vasco, por todo o contexto que envolve o clube, não foi tão produtivo assim. Tirando o Guarín, Cano e Benítez, as contratações não surtiram efeito. Mas, as vezes, a culpa nem é só dele, então, no aspecto de visão de mercado, ele tenta bastante e tem bons contatos fora do país. Ele trouxe também o Gustavo Torres, atacante colombiano que ainda não emplacou, mas nesse ponto ele tenta algo diferente –, disse. 

Joel Silva destaca, ainda, que nem todas as contratações foram, de fato, cartadas de André Mazzuco. Segundo ele, nem sempre o diretor de futebol estava apto a dar “pitacos”. 

– Em se tratando do pessoal, de trabalho interno, o Mazzuco ficava abaixo do José Luiz Moreira, que é o vice-presidente de futebol. E a partir da entrada dele, o André parou de dar pitaco, como a chegada do Ricardo Sá Pinto foi total do José Luiz Moreira. E algumas outras contratações não tiveram o aval do Mazzuco, como são os casos dos jogadores que vieram do Madureira, que são o Marcelo Alves e o Igor Catatau. No Vasco, enquanto não tinha um vice-presidente de futebol, essa função era acumulada ao Alexandre Campello até metade do outubro de 2019. Aí chegou o José Luiz Moreira e o André Mazzuco passou a ser um subordinado. Enquanto ele foi o cara, por pouco tempo, ele conseguiu articular bem, mas depois ele ficou como sombra, não teve força e nem peito para bancar qualquer tipo de situação sem ter o aval dos dirigentes superiores, até mesmo porque ele tem pouco tempo de mercado. Em relação aos jogadores, eles tinham respeito por ele, tinha um bom relacionamento, conversavam muito bem, era parceiro dos jogadores e ajudava a manter um clima leve.

Quanto a “bronca” a qual André Mazzuco irá assumir no Cruzeiro, Joel Silva destaca ser essa uma nova oportunidade para o diretor de futebol em um time grande. Para além disso, o setorista do Vasco no ENM aposta em uma ajuda mútua nessa nova relação entre a Raposa e o seu novo diretor de futebol. 

– O Cruzeiro é um time que está em construção e não tem dinheiro. Acredito que é uma nova oportunidade em um gigante, então é um segundo time gigante que ele vai pegar com as suas dificuldades, e acredito eu que o Cruzeiro tenha mais. Entretanto, o Cruzeiro terá uma paz política melhor, porque o Vasco é um caos por tudo que envolve eleições e tudo mais. Se ele tiver carta branca no Cruzeiro, talvez ele consiga colocar em prática o que pretende fazer, e ele até tem boa vontade em pensar no diferente e sair do mesmo que todo mundo conhece. Pelo menos foi isso em 2020. Em 2019, ele aproveitou as oportunidades do mercado brasileiro, mas em 2020 ele buscou alternativas fora do país. Por todo contexto que o Cruzeiro tem, de não ter dinheiro e estar vivendo um momento conturbado na Série B, praticamente montando um time para a nova temporada para tentar o acesso, acho que o Cruzeiro vai ser muito bom para ele e ele para o Cruzeiro –, opinou. 

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