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Ao ENM, Martinelli exalta ensinamentos de Xerém, avalia 2020 e garante foco do Fluminense na Libertadores

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Foto: Esporte News Mundo
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O Fluminense virou especialista no assunto categoria de base. Na última década, o clube precisou iniciar um processo de reformulação após o rompimento com a Unimed e encontrou em Xerém uma mina de ouro de talentos. No Brasileirão 2020, o Tricolor foi a equipe que mais utilizou pratas da casa e terminou em quinto lugar no campeonato, garantindo uma vaga na Libertadores após oito anos. Um dos destaques da campanha foi o meia Martinelli, de 19 anos.

Na base, Martinelli fez parte da ‘Geração de Ouro’ de Xerém, que foi campeã do Campeonato Carioca e vice-campeã da Copa do Brasil e Taça BH da categoria sub-17, em 2018. O meia, que subiu para o time profissional no ano passado, se firmou entre os titulares durante o Brasileirão e se tornou peça-chave da equipe comandada por Marcão. Em entrevista ao Esporte News Mundo, o jovem avaliou sua temporada.

– Fizemos uma ótima temporada. Muitos falaram que a gente ia brigar lá embaixo, mas o trabalho em equipe mostra aonde que a gente conseguiu chegar. Nós conseguimos uma vaga na Libertadores, é um mérito de todos, torcedores, comissão, funcionários. Tem um pouco de cada – disse Martinelli, que comentou sobre o processo de adaptação ao time profissional e ressaltou a importância dos jogadores mais experientes do elenco.

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– É muito importante porque um time só com jogadores jovens fica difícil de ser vencedor, e um só de experientes também fica difícil. Essa mescla é fundamental, fica bem legal. Desde que nós chegamos o pessoal brinca com a gente, parece que somos amigos há anos. Essa adaptação rápida foi legal, nos acolheram bem, todo mundo anda para o mesmo lado e as coisas acontecem de forma positiva para todos nós – afirmou.

Em 2021, o Fluminense retornará à Libertadores após oito anos de espera. Foi a primeira vez após o fim da parceria com a Unimed que o clube garantiu o acesso à competição. A última vez que o Tricolor disputou o torneio foi em 2013, com status de campeão brasileiro. Na época, Martinelli ainda era uma criança que sonhava em chegar ao profissional. Neste ano, o meia vive a expectativa de disputar a primeira Libertadores da carreira e conquistar um título inédito para o clube.

– A Libertadores é o sonho de qualquer jogador. Tenho certeza que vamos fazer uma grande Libertadores. O grupo é muito forte e estamos treinando todos os dias para isso. Vai ser o nosso grande foco e vamos fazer uma excelente competição para dar essa alegria para o torcedor, colocando o clube no lugar que deve estar. Vai ser um belo ano, uma bela Libertadores e uma bela temporada para todos nós – finalizou.

Confira outros trechos da entrevista:

Processo de integração e adaptação ao time principal

– Quando fiquei sabendo que estava integrado (ao elenco principal) estava na pandemia ainda e estávamos treinando pelo Zoom. No começo a gente fica meio cismado porque não conhece ninguém, mas depois que os treinos voltaram para o campo os jogadores mais experientes, a comissão técnica e todos os demais funcionários acolheram muito bem, e isso ajudou bastante para deixar à vontade e ir rendendo mais.

Primeiro contato com Roger Machado

– Foi espetacular. É um cara super do bem, que veio para somar, e tenho certeza que vai passar muitos ensinamentos. Nós só temos a agregar, com o que a gente estava fazendo mais um conteúdo novo acho que vai ficar fantástico. Temos que trabalhar para entrosar que vai dar muito certo.

Comparação entre Marcão e Roger

– Como o Marcão também está na comissão, não achei muito diferente o estilo de jogo. Nós vamos nos adaptar bem rápido, uma coisinha ou outra que muda, mas o que a gente já vinha fazendo estava no caminho certo. Acredito que vai ser fácil a adaptação.

Sucesso de Xerém

– Xerém revela todo ano. Acredito que isso é em função pelo trabalho realizado por todos os funcionários. Nós temos um conforto muito grande em relação ao extracampo, com alimentação, dormitório e tudo mais. Isso acaba deixando a gente muito focado dentro de campo, porque sabemos que do lado de fora o que precisarmos o pessoal vai dar apoio. Tem muita orientação, isso facilita e por isso que sai grandes jogadores de Xerém a cada ano, esperando a oportunidade no profissional. Tenho certeza que muitos estão chegando, terão as oportunidades e vão corresponder a altura.

Ensinamentos de Xerém para a Libertadores

– Nós falamos bastante de meritocracia. Se o jogador merecer, o pessoal ajuda. A meritocracia dentro do clube é muito forte. É um gostinho diferente ser cria de Xerém e disputar uma Libertadores. A torcida nos apoia muito. É a realização de um sonho e só tenho a colher coisas boas.

Ausência da torcida nos estádios

– Quando comecei a jogar já estava sem torcida. As vezes a gente conversa, o pessoal mais velho fala que faz muita falta, que é um espetáculo muito grande quando tem torcida. Espero que essa pandemia acabe logo e que a nossa torcida volte logo para o estádio. Tenho certeza que se a gente já está forte, com a torcida do nosso lado nos apoiando nós vamos ficar mais fortes ainda. É uma sensação difícil e descrever quando a torcida está no estádio, conta muito.

Saída dos jovens para a Europa

– Acredito que cada um tem um amadurecimento diferente, uns amadurecem mais rápido e outros mais tarde. A gente tem a cabeça muito centrada no Fluminense porque sabemos que se fizermos uma boa campanha as portas se abrem. É o sonho de todo jogador ir para a Europa, mas acho que vai muito do trabalho que a gente desempenha ao longo da temporada. Depois que as propostas chegam, o jogador senta com o clube e vê o melhor para os dois.

Desejo de permanecer no Fluminense

– Eu penso em um dia me tornar um ídolo igual ao Fred. Tenho minha cabeça no Fluminense e não penso em coisas externas agora. Quero ficar aqui e jogar a Libertadores. Tenho certeza que vamos dar muitas alegrias a torcida tricolor por mais tempo.

Dodi

– O Dodi começou fazendo um ótimo campeonato e nos ajudou bastante dentro de campo. A gente conversava nos treinos, brincava, passava instrução, orientava. Isso ajuda bastante. E logo depois que ele saiu pude fazer um ótimo papel e espero continuar essa caminhada. Ele sempre passava algumas dicas e isso facilitou, nós vamos conhecendo os atalhos dentro de campo e entrosando o estilo de jogo.

Avaliação da temporada

– Comecei no sub-23, integrei ao profissional e depois queria ritmo de jogo. Eu acho que o jogador é muito importante com ritmo de jogo. Me falaram que ia integrar ao sub-23 para jogar e eu falei: “Beleza, vou querer. Assim que surgir uma oportunidade no profissional vou estar pronto”. E, graças a Deus, quando surgiu, eu estava pronto e consegui corresponder. Espero dar sequência nesse trabalho. Tenho certeza que todos nós vamos ter um excelente ano, uma excelente temporada e vai dar muitos frutos.

Lesão contra o Santos

– Eu estava vindo de uma sequência muito boa, o grupo também estava vindo de uma sequência de vitórias. Depois que eu me machuquei e fui para o banco, estava com muito medo de ser uma lesão muito grave e que tivesse quebrado ou rompido algum ligamento. Mas graças a Deus foi só uma torção de grau 2. Tenho que agradecer todos os fisioterapeutas e o departamento médico, porque em um intervalo de quatro dias conseguiram me colocar no jogo ainda contra o Fortaleza. Essa era uma recuperação de, no mínimo, dez dias. Tiveram dias que eu fiquei cerca de 11 ou 12 horas no CT tratando. E Deus também me capacitou e eu pude me recuperar rápido.

Primeiro gol como profissional

– Tem que ter alguma sorte. Eu acabei chutando, desviou e entrou. Foi uma partida que nunca vou esquecer na minha carreira porque foi quando eu fiz o meu primeiro gol profissional. E fazer logo dois em uma partida, algo que eu nunca tinha feito desde a base, vai ficar marcado sim.

Jogador mais resenha

– Nenê. Porque ele é um cara que chega brincando de manhã, traz um clima muito leve. Ele já chega no vestiário brincando, zoando um e outro. Nisso, a gente que é molecada ri das coisas e ele fala: “A molecada gosta dessas resenhas”. Ele parece um menino igual a gente. Brinca, zoa também o Fred. O Fred também zoa ele. A gente que é molecada só fica rindo. E eles falam: “A molecada gosta, né. Mas não zoa a gente não porque senão a gente vai mandar vocês para Xerém de novo”. Isso gera um clima muito leve e fica bom de trabalhar.

Inspiração

– A gente tem um carinho muito grande pela carreira vitoriosa que foi do Fred, Nenê, Ganso e Egídio. Então, a gente mais novo tenta se espelhar em ter uma carreira muito vitoriosa como a deles. Eles também passam bastante ensinamento para a gente no treino e em conversa. É um pessoal que sempre está ajudando muito a gente. Eles falam: “Mantenham a cabeça focada que vocês vão conquistar grandes coisas”.

Quem vai ganhar a Libertadores?

– Fluminense! A gente tem que ter um pensamento positivo, temos que sonhar com isso. Igual falaram que íamos lutar para não cair no Brasileiro, mas a gente está aí mostrando a força do nosso grupo. Eu tenho certeza que vamos estar focados, vamos em busca desse título porque a gente tem total condição de trazer ele para o clube. É claro que têm grandes clubes também, mas acho que a gente tem que ter uma autoconfiança, pensar positivo. Temos que pensar que vai ser a gente. Então, acho que vamos fazer uma grande campanha e se Deus quiser trazer esse título.

Participaram da reportagem: Fernanda Caldas, Geovanne Peçanha, Larissa Carvalho, Matheus Fernando e Rodrigo Costa

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