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Arne Slot acha “estranho” o novo formato da Champions: mas e quanto aos torneios sul-americanos?

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Foto: Divulgação

Recentemente, o técnico holandês Arne Slot, do Liverpool, deu uma declaração que causou uma reflexão no mundo do futebol. Ele disse que o novo formato da UEFA Champions League, principal torneio de clubes do planeta, é “estranho”.

O Liverpool é o líder isolado da Champions, com 100% de aproveitamento, e vem apresentando um futebol muito bem jogado ao longo da competição. Mas o técnico Slot não se empolga, e acha que a posição na tabela, pontos, gols marcados e outras estatísticas de futebol podem não valer tanto na nova configuração da competição europeia. Em sua coletiva de imprensa recente e diante da liderança do clube na classificação, ele disse:

“Portanto, não estou olhando para a tabela de classificação de uma forma que diga: ‘Se somos o número 1, provavelmente temos o time mais fácil de enfrentar’, porque isso é impossível de dizer devido a esse formato estranho; ‘estranho’ não quero dizer de uma forma negativa, mas esse formato estranho que temos agora.”

“Estar no topo talvez não lhe diga que é a melhor equipe. Estar em 24º lugar talvez não lhe diga que você é o 24º em termos de qualidade. Isso tem muito a ver com as equipes que enfrentamos. Portanto, queremos vencer, mas não com a ideia de que isso provavelmente nos dará a melhor vantagem para o resto da campanha.”

O novo formato da Champions

Diferente de antes, agora, a fase classificatória do torneio é disputada em pontos corridos, em uma tabela composta por 36 clubes, quatro a mais do que no antigo formato. Nessa primeira fase, os times são divididos em oito potes de quatro equipes, e jogam contra dois adversários de cada pote.

Ao final dos confrontos iniciais, os oito mais bem colocados na classificação geral, estão garantidos no mata-mata. Aqueles que ficarem entre a 9ª e a 24ª posição, jogarão uma espécie de respecagem (play-offs) para integrar a fase eliminatória. Da 25ª à 36ª, estão todos eliminados da Champions definitivamente.

O mata-mata é parcialmente definido pela posição na tabela geral, e um sorteio determina o chaveamento. Os jogos continuam sendo de ida e volta, e as fases divididas em oitavas, quartas, semifinal e final. A final também se mantém em jogo único e campo neutro.

O que muda na prática?

Basicamente, cada equipe vai jogar ao menos quatro e no máximo seis vezes a mais, além de ter um mata-mata extra, no caso, a repescagem ou play-off. Além disso, a possibilidade de haver jogos importantes e entre grandes times aumenta, assim como a aleatoriedade, então, o entretenimento está garantido.

O aspecto esportivo também sai ganhando. Na primeira fase, por exemplo, vai ser mais difícil uma equipe garantir sua vaga na fase eliminatória com antecedência, e sem o advento da classificação para a Europa League, as equipes vão lutar até a última rodada.

Mais partidas europeias também favorecem o interesse financeiro na competição. São mais direitos de televisão, ingressos e tudo que torna uma partida de Champions League tão lucrativa. Inclusive para os times menores, que agora têm mais oportunidades de arrecadar para se estruturarem para as temporadas seguintes.

Champions League x Libertadores

Até 2023/24, a Champions League tinha um formato idêntico a da Libertadores e também da Copa Sul-Americana. Oito grupos com 4 times formavam 32 equipes prontas para disputar 6 jogos ida e volta entre si. Os dois primeiros garantiam a vaga nas oitavas.

Desse modo, isso trazia certo equilíbrio, entretanto, separava os times e reservava os grandes confrontos apenas para as oitavas, na maioria das vezes. Com o novo formato “estranho”, as 36 equipes jogam mais entre si e isso distribui a competição, abrindo espaço para mais imprevistos. Mas, e na América do Sul, é possível fazer algo semelhante?

O Brasil por si só já tem dimensões continentais, e o ritmo de viagens dentro da Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro já é bastante desgastante. Caso a Libertadores faça um formato semelhante à Champions atual, isso traria desafios únicos para o continente e suas dificuldades financeiras e estratégicas.

Os brasileiros teriam que viajar para Colômbia, Argentina, Uruguai, e times com menos recursos desses países teriam gastos elevados. Entretanto, é claro que seria excelente observar mais times participando da disputa e certamente as competições entre países ficariam ainda mais imprevisíveis e intensas.

A Champions parece ter dado mais um passo adiante

Ao nível de futebol, a Champions tem um nível de qualidade bem superior e, portanto, garante um melhor entretenimento mundialmente falando. E, com a nova configuração, a diferença entre ela e as competições sul-americanas só tende a crescer, assim como seus aspectos esportivos, atrativos e lucrativos.

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