Botafogo
Artur Jorge é apresentado ao Botafogo e afirma: ”Os nossos torcedores foram uma das razões que me fizeram vir para cá”
Fábio Matias assinou um contrato com o Botafogo válido até o final de 2025.
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Artur Jorge foi apresentado oficialmente como novo técnico do Botafogo na tarde deste sábado (6). O técnico de 52 anos deixou o Braga, de Portugal, e assinou um contrato de dois anos com o Glorioso.
O novo comandante começou a sua coletiva de imprensa mandando uma mensagem para torcida e para imprensa que cobre o Alvinegro.
-Estou extremamente satisfeito e determinado para que seja uma jornada de sucesso. Uma das razões para ter vindo para cá foi porque sinto que é uma torcida apaixonada, espero contar com todos eles. Por fim, uma palavra para os jornalistas, meu comportamento perante vocês será sempre de grande respeito, espero ter uma relação de grande lealdade e respeito para podermos fazer acima de tudo o que nos compete, eu enquanto técnico, vocês enquanto formadores, que possamos fazer um trabalho de parceria e sermos o mais possível transparentes.- Explicou Artur Jorge.
Jorge falou sobre sua satisfação de começar seu projeto no clube que está empenhado para que essa possa ser uma temporada de sucesso para o clube. E ainda falou que a torcida foi um fator fundamental para sua vinda para o clube.
-Minha satisfação de poder iniciar meu trajeto como líder do Botafogo. Dizer que estou extremamente satisfeito, empenhado e determinado para que possa ser uma jornada de sucesso. Os nossos torcedores foram uma das razões que me fizeram vir para cá. Espero poder contar com eles para ter um projeto de sucesso – afirmou Artur Jorge.
O Botafogo pagou 2 milhões de euros (R$ 10,8 milhões, na cotação atual) pela liberação do treinador ao Braga. Ele foi a primeira opção de John Textor por conta de ter um estilo de jogo ofensivo. O técnico falou que seu objetivo é fazer o Botafogo ser uma equipe dominante.
-Não seria muito coerente se dissesse que minha ideia é manter o que está aqui sendo feito. Meu objetivo nesse momento é fazer com que este Botafogo possa ser uma equipe dominante, que tenha coragem, preenchida de valores que cremos que podem identificar e ter uma identidade muito própria.-explicou Artur Jorge.
-Para que nós possamos, dentro daquilo que é o contexto do elenco que temos, ajustar e determinar aquilo que é nossa ideia de jogo. Para conseguirmos de uma forma muito clara fazer com que os jogadores se adaptem e acreditem naquilo que é a ideia de toda a comissão técnica, para conseguirmos criar uma equipe que possa ter também aquilo que é a identidade de sua comissão técnica.- explicou Artur Jorge.
O técnico de 52 anos trouxe ao clube seus dois assistentes Franclim Carvalho e João Cardoso, o analista de desempenho André Cunha e o preparador físico Tiago Lopes. Além deles, a comissão também terá Fábio Matias, auxiliar permanente do clube e o preparador de goleiros Marcelo Grimaldi.
Artur Jorge fez sua carreira como técnico quase toda no Braga, treinou todas divisões de base e o time B. Ele só teve uma experiência fora dos Guerreiros do Minho, que foi em 2013 quando treinou o time profissional do Tirsense, nas divisões inferiores de Portugal. Em 2022 após a demissão de Carlos Carvalhal assumiu a equipe e permaneceu no comando até o momento. Essa será a primeira experiência do técnico trabalhando fora de Portugal.
Veja abaixo outras respostas de Artur Jorge
Jogadores que conhece
– Conheço todo o elenco que temos à disposição, estamos falando de um elenco grande demais para aquela que é a minha perspectiva de elenco para atacarmos a temporada. De qualquer forma, nós também somos consumidores do futebol brasileiros. Agora fazemos parte direta, mas éramos consumidores do futebol brasileiro e portanto conhecemos os jogadores que estavam aqui, não reduzimos nosso conhecimento aos jogadores que trabalhavam ou jogaram na Europa.
– Conhecemos esses de uma forma mais aprofundada, porque a informação e a visibilidade que tinham lá eram mais próximas, até porque alguns deles jogaram em Portugal, temos essa facilidade. Mas nesta altura, também fizemos o nosso trabalho para ter a maior informação possível. Sabemos da qualidade que existe, é mais do seu estado emocional, social, de que forma estão comprometidos com aquele que é o projeto que queremos abraçar. Tudo isso faz com que tenhamos esse conhecimento, mas que será sempre aprofundado com o passar do tempo.
– Satisfeito nesta altura com o que tenho visto. Acima de tudo, uma questão importante é o compromisso que temos sentido de todo o elenco em cada um dos treinos para poder ser o mais fiel e rigoroso naquilo que temos disponível. Foram só dois treinos, mas tenho os visto comprometidos para poder atacar e fazer com que esta seja uma temporada de sucesso para todos nós.
O que veio buscar no futebol brasileiro?
– Há uma questão aqui muito importante e compete a nós, enquanto comissão técnica, assim como a própria estrutura, sermos capazes do controle emocional para conseguirmos gerir as expectativas. Percebo essa questão, e seria muito mais fácil falar aqui muita coisa que eu não vou falar. Precisamos ter essa consciência. Nós temos um longo trabalho pela frente. Vamos trabalhar de forma a criar uma identidade muito forte na equipe, de grande capacidade de abordagem do jogo, intensidade, seriedade, agressividade.
– Isso são aspectos que controlamos, dominamos e termos que por em prática. Aquilo que é importante para nós também é sermos capazes de controlas expectativas, para podermos saber que o caminho é longo. Já temos uma garantia de 63 jogos. Muita coisa vai acontecer, temos tempo para trabalhar, o que não é muito nesta altura para nós. Iremos fazer com que você saiba chegar gradualmente ao ponto que queremos. Sabemos que a torcida tem expectativas altas. Temos que garantir uma coisa: que seremos sempre uma equipe corajosa, determinada e que possa jogar para ganhar contra quem for, ou quando quer que seja.
Contato com a comissão técnica
Como tem sido o contato com quem está na comissão hoje?
– O Fábio (Matias) tem sido de grande cooperação, e eu creio que a estrutura muito antes de pensarem em mim, ou de os outros chegarem a mim, tinham também isso muito definido e claro com o Fábio, daquilo que seria o seu trajeto nos cerca de 45 dias que esteve à frente do clube. Portanto, seria sempre um trabalho de transição e de trabalho interino. Neste momento nós, como vos disse, nós viemos para agregar, para somar, sempre com um objetivo muito claro de que aqui o mais importante será sempre o Botafogo, e nesse sentido, nós fizemos também qualquer integração, quando as coisas são feitas de forma clara, honesta e transparente, ninguém fica insatisfeito ou injustiçado.
– O Fábio, nesta altura, é um dos elementos que vai, até porque vai ser o auxiliar permanente do clube, vai integrar a equipa técnica, temos tido cuidado de conversar já várias vezes sobre isso. De nos trazer informação que nos ajuda a conhecer melhor o elenco, acima de tudo daquilo que é a personalidade de todos os escritores que nós ali temos, mas também que nós iremos e fazemos com que ele se sinta útil dentro do papel que tem a equipe para poder, dentro daquilo que foi o trabalho que estava anteriormente, passar nesta altura para uma posição que será de menor visibilidade porque vai integrar aquilo que é a minha comissão que, como vocês sabem, já tem quatro elementos, mas com um objetivo muito claro de podermos todos contribuir e ajudar com que o Botafogo possa ser mais forte e sabendo ele também.
Projeto apresentado pelo clube
– É um clube que nesta altura tem uma necessidade muito grande de se reinventar, de se reorganizar, de poder voltar a ser a equipe, o clube competitivo que nós precisamos e que os torcedores tanto desejam. E isso faz com que eu possa sentir que este é um desafio e eu o aceitei com toda a convicção. Essa que me levou também, como dizes e bem, a pedir para sair do projeto que tinha porque queria de fato fazer parte deste projeto desde logo. E este projeto cativa-me também por aquilo que é a parte desportiva, em que nós temos que ser capazes de poder voltar a ter um Botafogo que possa ser capaz de lutar pelas decisões e por aquilo que possam ser os lugares cimeiros, e que possa lutar também por todas as competições em que está inserido.
– E nós temos este ano três competições muito importantes para nós. O regresso à Libertadores, ao fim de sete ou oito épocas temporadas de afastamento. Portanto, há aqui condições para nós conseguirmos perceber que competitivamente e em termos desportivos estamos inseridos em todas as grandes competições que dizem respeito àquilo que é, não só a América do Sul, mas também aquilo que é, especificamente, o Brasil. E, portanto, poder abraçar este projeto. Com determinação, com ambição e poder ser mais um a ajudar, porque na verdade é isso que acontece também. É poder trazer eu e a minha comissão técnica ensinamentos e aquilo que é em nossa experiência também para possamos ser capazes de fazer ou de ajudar aqueles que aqui estão, e é nesse sentido que nós nos colocamos à disposição de volta ao futebol.
Primeira experiência fora do futebol português
– Sim, a verdade é que eu tinha dito também que aquilo que tem sido o projeto que nós queremos nesta altura, em termos de identidade, por aquilo que é o projeto que nos foi apresentado, sabemos que é, como diz, um projeto que teremos pela frente uma dificuldade e um desafio tremendo. Mas é exatamente isso que me desafia. É a possibilidade de poder fazer com que possa sair da minha zona de conforto, sair daquilo que é um projeto que nós tínhamos estabilizado, que estava encaminhado e um projeto que nos traria ou que levaria ao sucesso como levou pela conquista de um dos títulos desta temporada já.
– Mas acima de tudo para nós podermos nos desafiar enquanto técnicos e podermos contribuir para o sucesso deste que é um clube gigante, deste glorioso que nós queremos que possa ser e que volte o quanto antes. Portanto, este é o nosso desafio e queremos acreditar que aquilo, que é o trabalho que aqui iremos desenvolver, vai muito ao encontro daquilo que foi a nossa ambição, a nossa determinação de agarrar este projeto sem termos qualquer tipo de dúvida.
Ajuste no sistema defensivo
– E há aqui a perfeita consciência de que tudo será diferente, tudo será maior em termos de dificuldades daqui para frente e aquilo que nós procuraremos é aquilo que é a base do sucesso, é a consistência. Nós não podemos dividir nem separar aquilo que é a equipa em momentos ofensivos e defensivos, nós temos que ter a capacidade de trabalhar enquanto equipe, e para mim uma equipe começa no goleiro e termina no atacante. Portanto é nesse sentido que eu irei ter esse trabalho também. Também é a minha função, é a minha missão para poder fazer e agregar aquilo que queremos, mas sem nunca separar aquilo que são a noção de que temos que ser mais fortes defensivamente.
– Sim, eu tive essa conversa hoje com alguns atletas, exatamente nesse sentido, tive uma conversa mais direcionada também para aqueles que são mais expostos no momento defensivo, com os goleiros, os zagueiros, os laterais, porque nós não podemos depender do resultado de um setor, nós temos que trabalhar e ser enquanto equipe, uma equipe mais forte, mais consistente, e essa consistência é aquilo que nós iremos procurar, para que depois, a partir daí, com essa consistência e com aquilo que é o trabalho que temos pela frente, podermos equilibrar agora. O tempo não é muito, é verdade, andamos a trabalhar em contra relógio, estamos a procurar com que a equipe também assimile rapidamente aquilo que são as nossas próprias ideias. É uma altura difícil para nós, para os atletas.
– Também que se ajustar rapidamente a nós, mas eu estou muito confiante, estou muito confiante com aquilo que temos a fazer, estou muito confiante com aquilo que é o nosso trabalho e assim também com a confiança dos atletas, para mim eu digo sempre que no futebol o melhor de tudo somos atletas, e eu estou satisfeito com os atletas que têm a minha disposição, e é neles que eu acredito para que nós possamos de fato ter a temporada que desejamos.
Pressão do futebol brasileiro
– A pergunta é longa e expõe aquilo que é a realidade. Essa questão (de pressão sobre técnicos) não se coloca apenas no Brasil, mas em muitos pontos do globo. Há uma questão que me deixa muito confortável aqui que é a confiança naquilo que tenho como trabalho. Sabemos que se não for competente, seu lugar está sob ameaça. No futebol é mais fácil, pois somos todos objetos de julgamento, mas aquilo que tenho como convicção.
– Estou começando um projeto. Não falo, nesta altura, do que quer que seja que não seja me agarrar ao projeto que temos com toda a determinação, sabendo da dificuldade que temos pela frente. Não tenha muitas expectativas em relação àquilo que possa ser mais cedo ou mais tarde. É importante que possamos pensar apenas naquilo que é o foco e no que temos que fazer. Ajudar a equipe para que o elenco nos ajude também. Quando você fala se pensei em algum ponto, esse é um ponto chave. Temos jogadores capazes, comprometidos, determinados a ajudar.
– E o ajudar tem muitas variáveis. Da mesma forma que quero ganhar, e ganhar muitas vezes, certamente tenho um elenco ao meu lado que quer ganhar tanto quanto eu. Quero juntar a tudo isso a vontade de ganhar da torcida para que todos possamos ser mais unidos, fortes e determinados. E que não sejamos sujeitos a julgamentos pelo resultado. Há um projeto, e os resultados que teremos nem sempre serão aqueles que queremos, mas que nada devem desviar em relação ao projeto.
Outros técnicos portugueses que estão no Brasil ou passaram pelo futebol brasileiro
– Servem. Seguramente, até porque estava a dizer que naquilo que é um passado mais longínquo nós víamos o Brasileirão e as equipes brasileiras de uma forma quase que mais descomprometida. A partir do momento que tivemos de fato uma uma chegada de treinadores portugueses, treinadores de grande qualidade, todos treinadores de projetos com sucesso e projetos que estão a ser consolidados, também vemos com mais atenção. Nós temos essa característica também, e até porque tenho relação de amizade com alguns deles, caso do Abel, e com toda a sua comissão técnica, que fomos, inclusive, colegas de equipe.
– Portanto, há aqui esse conhecimento e há naturalmente também o acompanhamento daquilo que foi o seu trajeto enquanto técnicos de outras equipes. E é nesse sentido que dentro daquilo que procuramos. Não falei com eles de forma direta até o momento, até porque já tivemos conversas anteriores à minha chegada aqui, em outras alturas em que falamos exatamente sobre aquilo que é as campanhas que aqui têm, das dificuldades e das vantagens e das ambições que têm em cada um dos seus projetos.
Expectativas da torcida
– Sabemos que a torcida tem expectativas altas. Temos que garantir uma coisa: que seremos sempre uma equipe corajosa, determinada e que possa jogar para ganhar contra quem for, ou quando quer que seja.