Atletas de time de futsal feminino acusam treinador de assédio sexual

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FOTO: DIVULGAÇÃO
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Duas vítimas e onze testemunhas prestaram depoimento à Polícia Civil de Santa Catarina e estão no processo contra o acusado de assédio sexual, Reginaldo Valdir Vieira. Ele tem 31 anos, exercia as funções de técnico e dirigente, além de ser um dos fundadores – em 2013 – do Sanrosé, time da região metropolitana de Florianópolis.

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A Polícia Civil de Santa Catarina indicou o treinador por importunação sexual e abuso sexual. A investigação demorou mais de três meses e foi encerrada em maio deste ano. Em junho, o Ministério Público concordou com a decisão da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de São José – cidade onde era a sede do time – e ofereceu denúncia contra o treinador. Agora o caso está em processo no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

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As meninas das categorias de base disseram ter sofrido assédio do treinador. Elas moravam em uma casa que servia de alojamento, estava em condições precárias segundo as mesmas, e era ao lado da casa de Reginaldo. Neste ambiente que ele teria abusado delas. Uma das vítimas, em depoimento, falou que o técnico tentava tocar em partes íntimas do seu corpo e beijá-la, além de praticar assédio verbal.

O Sanrosé era um projeto financiado pela Fundação de Esportes de São José, mas não havia incluso o local que elas moravam. Segundo o que foi divulgado pelo órgão, “não continha qualquer disposição sobre a existência e manutenção” da casa. Após as denúncias feita pelas atletas à prefeitura de São José, o treinador foi afastado e os treinos suspensos. Em novembro do ano passado, o time foi desfeito.

A maioria das jogadoras viam de cidades distantes e ficavam sobre a guarda do acusado. Segundo a delegada, o suspeito plantava a ideia de ambiente familiar e se colocava na posição de protetor, de pai, e elas ficaram confusas quando ele começou a importuná-las.

A delegada também contou que, hoje, todas as adolescentes vítimas são maiores, com exceção de uma que tem 17 anos, mas foi emancipada. Além disso, ela falou sobre os relatos recebidos.

Há relatos muito graves de que o suspeito, como tinha essa confiança, ele se dirigia até a casa atleta de madrugada, retirava uma dessas adolescentes, pegava uma dessas adolescentes, levava até a casa dele, que é do lado da casa das atletas, e as outras adolescentes dizem que escutaram barulho de cama e que acreditam que eles estavam mantendo relação sexual. Uma das coisas do perfil do suspeito que é muito cruel é que após ele ter importunado essas adolescentes ele fala o seguinte: ”não conta pra ninguém, porque ninguém vai acreditar em ti, tu não tens família, tu estás totalmente dependente”, disse a delegada em entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular, da TV Globo.

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Na mesma entrevista, a delegada fez um alerta aos pais:

“Os pais ou responsáveis precisam obter o maior número de informações possíveis sobre o projeto. Ver como funciona o projeto, onde é o projeto, quais são os profissionais que estão atuando nesse projeto, acompanhar essas adolescentes”, completou a delegada.

Por fim, uma das vítimas que deu entrevista explicou a sua situação atual.

“Ainda estou no processo de cura. É bem difícil, psicologicamente principalmente. Não sei se é medo, se é um receio. Eu acredito que eu não conseguiria estar na presença dele. Não sei se é nojo. Tenho um receio muito grande de estar na presença dele. Ainda vivo muito em uma caixinha, que eu não consigo evoluir”, disse uma das vítimas. 

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