Outro lado
Áudio indica possível manipulação na Série C: ‘dei tudo para os caras’
Ex-árbitro será convocado na CPI das Apostas do Senado para compartilhar informações sensíveis e de natureza sigilosa
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A CPI das Apostas no Senado deve convocar nesta quarta-feira (24) um árbitro supostamente envolvido com manipulação de jogos. A partida em questão teria ocorrido na Série C do Brasileirão, mas os times não foram revelados.
A prova seria uma das gravações entregues por John Textor, dono do Botafogo, para os senadores. Nela, o ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha confirmaria que realizou um jogo tendencioso a uma das equipes em troca de dinheiro.
Segundo o áudio transcrito pelo jornal O Globo, apesar da tentativa de manipulação – que incluiu uma marcação de pênalti e mais tempo de acréscimo do que seria necessário – o time beneficiado não venceu o confronto.
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— Eu apitei, pô. Apitei. Entendeu? Deixei de ganhar muito dinheiro também. Mas o que eu podia fazer, eu fiz. Não é fazer loucura, igual eu não fiz. O cavalo passou selado e eu montei nele. Aos 16 minutos eu dei um pênalti “pros” caras. Entendeu? Aquele pênalti 50%? Eu dei, pô. Os caras, porra, bateram o pênalti na trave. E depois eu fiquei dando tudo para os caras. O pênalti que eu dei foi de agarra agarra dentro da área. Depois ninguém se agarrou mais, não teve mais como. E a bola não quis entrar. Dei oito minutos de acréscimo no segundo tempo — revelou o envolvido.
Dessa forma, o ex-árbitro será convocado para uma sessão secreta, inicialmente para “prestar informações sobre suspeitas de manipulação de resultados esportivos no Brasil”. O parlamentar entende que são informações sensíveis e de natureza sigilosa.
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Autor do requerimento que pede a convocação, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) espera que Cunha “compartilhe detalhes cruciais, sem receio de comprometer sua segurança pessoal”.
Raphael Claus e Daiane Caroline Muniz dos Santos, árbitros FIFA, também serão convocados, assim como Wilson Luiz Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF – inicialmente sem nenhuma acusação de manipulação envolvida.