Outro lado

Em áudio de reunião de Bolsonaro, advogada relata soco em Ricardo Teixeira

O militar José Bonetti, citado no áudio, teria recebido uma proposta de propina do ex-presidente da CBF

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Foto: Michael Regan/Getty Images
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A história de um suposto pedido de propina seguido de um soco em Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, pode ser ouvida na gravação de uma reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Alexandre Ramagem, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda (15).

Por volta dos 52 minutos da gravação, uma das advogadas do senador Flávio Bolsonaro, Juliana Bierrenbach, presente a reunião, conversa com o General Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Nesse trecho, a advogada revela que é filha de José Bonetti.

Heleno reconhece o nome, dizendo ser amigo de Bonetti e o associa à João Havelange, presidente da FIFA entre 1974 e 1998. O General afirma que Bonetti era “filho” de Havelange, dada a relação próxima entre eles.

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Bierrenbach, então, emenda uma passagem curiosa na vida do pai, envolvendo Ricardo Teixeira, que era genro de Havelange.

— Você sabe o que aconteceu, né? Até que um dia ele [Bonetti] foi, ele era filho do Havelange. Até o dia que o Ricardo Teixeira fez uma proposta — inicia.

Juliana Bierrenbach prossegue com a história, relatando o encontro entre seu pai e Ricardo Teixeira.

— No começo dos anos 90, [Ricardo Teixeira] fez uma proposta de corrupção para meu pai, meu pai italianão de um metro e noventa, subiu em cima da mesa e deu um soco na cara do Ricardo Teixeira. Deu um soco… tá achando que sou moleque? — conclui.

Teixeira foi banido de atividades ligadas ao futebol em 2019 por acusações de propina.

Relação de amizade

José Bonetti era 1º Tenente do Exército na década de 60 e a alcunha de “filho do Havelange” tem origem nesta época.

Segundo o blog Histórias da Bola, do Jornal de Brasília, o ex-presidente da FIFA confiou a José Bonetti a coordenação de 23 modalidades desportivas amadoras, dada a sua ligação com o basquete e o vôlei, especialmente como técnico dessas modalidades.

Essa amizade também lhe rendeu uma posição na comissão técnica da seleção brasileira que disputaria as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970, no México. Embora a impressão fosse de uma vigilância em João Saldanha, técnico do Brasil taxado de comunista e subversivo, os relatos da época descrevem Bonetti como um militar amigo dos jornalistas.

E outra passagem curiosa, arrunou um radinho para que o ex-presidente Juscelino Kubitschek pudesse ouvir a final da Copa do Mundo de 1958 entre Brasil e Suécia.

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