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Brady e suas ‘três carreiras’ de Hall of Fame

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Eric J Adler/Patriots
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Tom Brady, o maior quarterback de todos os tempos, contará os dias a partir de agora até 2027, quando será elegível pela primeira vez para se eternizar no Hall da Fama da NFL em Cayton, Ohio.

Durante 21 anos na liga, Brady atravessou as décadas com seu impressionante instinto competitivo, ética de trabalho, consistencia e longevidade, o que lhe rendeu não um ou dois, mas sete títulos do Super Bowl, maior marca da história da NFL. Poderia descrever os outros feitos desse ser interplanetário se é que posso dizer. Mas a real intensão desse texto é destrinchar a gloriosa em três fases, e como cada uma delas já seria o suficiente para ele ser elegido para o Hall da Fama.

2001-07: A fundação da lenda

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Após ser selecionado na 199ª escolha no draft de 2000 pelo New England Patriots, o novato Tom Brady pisou nos gramados da NFL pela primeira vez no terceiro jogo da temporada de 2001/02 com uma lesão de Drew Bledsoe em 2001. Ali, conheciamos pela primeira vez a maior lenda que o futebol americano já teve.

Em apenas seu segundo ano na liga, primeiro como titular, Brady liderou os Patriots a uma campanha de 11-5 e levantou seu primeira título, o Super Bowl XXXVI em 2001 contra o famoso time do Los Angeles Rams, “The Greatest Show on Turf”, levando junto o MVP da grande final. Dois anos depois, Brady e os Patriots com a melhor campanha da liga, 14-2 retornaram a grande final no Super Bowl XXXVIII contra o Carolina Panthers. Segundo anel, e segundo prêmio de MVP do Super Bowl.

Em 2004, outra campanha 14-2, e New England e Tom Brady celebraram seu terceiro campeonato em quatro anos, o Super Bowl XXXIX contra o Philadelphia Eagles. Só esse número de títulos a maior que 23 franquias da NFL, o que já é um absurdo.

Durante esse período, Brady completou 26.346 passes, mais do que a lenda do Miami Dolphins, Bob Griese, que liderou a franquia à dois Super Bowls seguidos (VII e VIII), incluindo a da temporada perfeita de 1972 junto ao lendário head coach Don Shula.

Lançou para 197 touchdowns, números maiores que a lenda do New York Jets, Joe Namath, e 86 vitórias, número maior que a lenda do Dallas Cowboys, Roger Staubach.

Porém, o fim dessa primeira incrível trajetória veio com gosto amargo, talvez o mais amargo de sua carreira. Tom Brady e os Patriots conseguiram na temporada de 2007-08 o que para muitos era impossível, uma campanha 16-0 na temporada regular.

Naquela temporada, os Patriots montou o ataque que entrou para a história com com um corpo de recebedores fantástico formado por Donté Stallworth, Wes Welker, Kelley Washington e Randy Moss. Os comandados de Belichick anotaram 589 pontos, 37 pontos de média por partida, e 79 touchdowns, um recorde na época.

Brady terminou aquela temporada regular com seu primeiro prêmio de MVP. O camisa 12 lançou 4.806 jardas para 50 touchdowns e apenas oito interceptações. Todavia, a primeira queda veio no Super Bowl XLII contra Eli Manning e o New York Giants, num drive no último minuto para virar o jogo estragando o tão sonhado título de New England.

Até aquele momento, Brady estava 3/4 no Super Bowl, três vezes Pro Bowler, quatro títulos da AFC, seis da AFC East, sendo cinco consecutivos, de 2003-07, e seis aparições nos playoffs com uma campanha de 12-3 na pós temporada.

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2008-14: O GOAT

Esse foi um dos períodos mais gloriosos de Brady em números, porém quando o assunto é título, a situação não foi das melhores. Ele teve 73 vitórias, 195 touchdowns, 26.812 jardas e um título de Super Bowl, em três aparições. Foi o MVP da NFL duas vezes, duas vezes melhor jogador ofensivo, duas vezes primeiro time All-Pro, seis vezes Pro Bowler, sete temporadas com campanha positiva e 9-6 em playoffs, duas finais da AFC, mais seis títulos da AFC East e seis aparições nos playoffs.

O começo de seu “segunda” carreira foi terrível. Ele perdeu toda a temporada de 2008 com um rompimento do ligamento anterior cruzado e medial colateral do joelho esquerdo, logo na partida de abertura daquele ano contra o Kansas City Chiefs no Gillete Stadium.

Em 2009, veio a volta por cima com o prêmio de Comeback Player of the Year terminando a temporada com 4.398 jardas e 28 touchdowns. Porém, os Patriots pararam naquele ano no Wild Card contra o Baltimore Ravens em casa, uma derrota acaxapante de 33 a 14, com três interceptações do camisa 12. A primeira de sua carreira em casa e a primeira dos Patriots desde 1978.

No ano seguinte veio seu segundo MVP. Brady havia quebrado o recorde de Brett Favre de partidas seguidas vencidas em casa na temporada regular com 26. O quarterback dos Patriots lançou para 3.900 jardas, 36 touchdowns e quatro interceptações.

2011, Super Bowl XLVI, e lá estava um velho conhecido. Eli Manning e o New York Giants quatro anos depois da destruição do sonho da temporada perfeita. E mais uma vez, a pedra no sapato veio para atrapalhar. Manning liderou os Giants em uma campanha do touchdown da vitória com menos de um minuto no relógio, dando à Brady sua segunda derrota na carreira no Super Bowl.

Em 2014, Brady voltou ao Super Bowl, depois de dois anos parando na final da AFC. Os Patriots venceram pela 12° vez consecutiva o título da AFC East e chegaram a nona aparição na final da conferência, quarta seguida, passando por cima do Indianapolis Colts por 45 a 7.

Brady liderou os Patriots a uma virada de 10 pontos no último quarto para vencer o Seattle Seahawks por 28 a 24, dando seu quarto anél na carreira, o primeiro em sete anos. Além disso, o camisa 12 empataria com Joe Montana e Terry Bradshaw como os jogadores com mais vitórias na história da final. Ele também empataria com o lendário quarterback do San Francisco 49ers vencendo o seu terceiro prêmio de MVP.

2015-21: Para eternidade

Na temporada de 2015/16, o quarterback já tinha mais de 35 anos de idade que para a maioria dos atletas a queda de rendimento ficaria bastante visível. Mas não Tom Brady. Ele se readaptou ao jogo e mostrou para todos que idade é apenas um número e que poderia oferecer ainda muitou mais ao futebol americano.

Nessa “terceira carreira”, mesmo com a idade avançada, o camisa 12 teve 70 vitórias, 189 touchdowns, 25.946 jardas e dois Super Bowls, em três aparições. 7 títulos de divisão, sendo cinco seguidos da AFC e mais dois na NFC. Três títulos da AFC, um da NFC em sete idas seguidas ao playoffs.

Em 2016, Brady liderou os Patriots a maior virada da história do Super Bowl, no LI, contra o Atlanta Falcons. Após estar perdendo por 28 a 3 no fim do terceiro período, o camisa 12 comandou 25 pontos initerruptos de New England para vencer a partida na prorrogação por 34 a 28. Com a vitória, Brady venceu seu quinto anél, ultrapassando todos os quarterbacks da história, e quarto prêmio de MVP da grande final, também quebrando outro recorde.

No ano seguinte, aos 40 anos, Brady se tornou o jogador mais velho a vencer o prêmio de MVP, seu terceiro na carreira, lançando para incríveis 4577 jardas, 32 touchdowns e apenas oito interceptações. Ele voltou para o Super Bowl LII reencontrando o Philadelphia Eagles, mas a situação não se repitiu como em 2004, e o camisa 12 sofreu sua terceira e última queda na grande final da NFL.

Em sua 19° temporada na NFL, Tom Brady conseguiu a incrível façanha de liderar os Patriots ao 10° título consecutivo da AFC East, pela 16° vez em 18 anos. Chegando pelo oitavo ano consecutivo para a final da AFC. Os Patriots venceram a partida contra os Chiefs na prorrogação, e Brady venceu pela terceira vez consecutiva o título da conferência carimbando pela nova vez sua ida para o Super Bowl. O sexto anél veio na vitória magra contra o Los Angeles Rams por 13 a 3.

Em março de 2020, Tom Brady encerrou sua gloriosa carreira de 20 anos em New England, com seis Super Bowls, três MVP’s, quatro MVP’s de Super Bowl, 14 vezes Pro Bowler, três vezes primeiro time All Pro, duas vezes jogador ofensivo do ano, três vezes líder em jardas da liga, quatro vezes líder em passes para touchdown. Para assinar com o Tampa Bay Buccaneers na pré temporada daquela ano.

Em sua primeira vez fora de Foxbourgh, Brady, aos 43 anos, fez uma das melhores temporadas de sua carreira. Ele liderou a liga em touchdowns e jardas aéreas com 4633 e 40 touchdowns e levou a equipe dos Bucs ao Super Bowl LV em sua 10° aparição na grande final.

Em seu território, Brady liderou com maestria o ataque de Tampa Bay com três passes para touchdowns para a vitória por 31 a 9 contra o Kansas City Chiefs. O camisa 12 recebeu pelo desempenho seu quinto e último MVP da grande final e se tornou o jogador com o maior número de Super Bowls na história da NFL.

Em sua última temporada, Brady liderou a liga aos 44 anos em jardas aéreas com 5.316, maior marca de sua carreira, e 43 touchdowns. Com esses números, ele se tornou o jogador mais velho a passar das 5.000 jardas e conseguiu a terceira maior marca em uma única temporada na história da liga. Os Bucs, defensores do título, chegaram até a rodada divisional e depois de estarem perdendo por 27 a 3 no terceiro quarto contra o Los Angeles Rams, mas Brady liderou a um incrível empate com 24 pontos initerruptos, similar ao cenário do Super Bowl LI, forçando a prorrogação. No final, os Rams anotaram o ponto decisivo nos últimos segundos para levar o jogo por 30 a 27.

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