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CEO do Botafogo prevê redução de dívida em R$ 600 milhões até o fim do ano

Thairo Arruda afirma que o clube estava com o passivo em R$ 1,1 bilhão no início da era SAF

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Foto: Vitor Silva/Botafogo
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A questão envolvendo as dívidas financeiras é o principal problema que o Botafogo teve que conviver nos últimos anos. Por sempre ter tido o cofre apertado, foi um dos motivos que fizeram com que o Alvinegro se tornasse SAF, sendo adquirido por John Textor no início de 2022. Atualmente, em pouco mais de dois anos sob a nova administração do norte-americano, os débitos são menores, R$ 600 milhões. 

A expectativa da diretoria do clube é que um acordo seja finalizado até o fim do ano, totalizando uma redução de um passivo total de R$ 1,1 bilhão (valor de quando a SAF assumiu o futebol) para R$ 600 milhões. É o que explicou o CEO Thairo Arruda, em entrevista ao “Botafogo Podcast Cast” da “Botafogo TV”. 

 – Quando começamos na SAF, o passivo histórico do Botafogo era de R$ 1,1 bilhão e tínhamos R$ 120 milhões em receitas. Era uma relação quase de um para dez. Em qualquer setor, isso é falência de longe. No ano passado, conseguimos fechar com R$ 530 milhões de receita. O primeiro passivo que focamos é o trabalhista, que é onde sofremos mais, com penhoras, decisões judiciais às vezes esdrúxulas… Sofremos penhoras no começo da SAF, mesmo com a lei nova. Quando assumimos, eram R$ 250 milhões de dívidas trabalhistas. Reestruturamos o RCE e hoje temos R$ 150 milhões, está bem equalizado, pagando direitinho – iniciou.

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Quitar dívidas foi uma das principais prioridades do Botafogo desde a chegada de John Textor. No último mês de abril, o Alvinegro reduziu R$ 130 milhões em dívidas cíveis. Já na esfera trabalhista, o clube conta com o RCE (Regime Centralizado de Execuções).

-Há três níveis de passivo: trabalhista, cível e tributário. Primeiro que focamos foi o trabalhista, porque é nele que sofremos mais. Há penhoras, decisões judiciais… Sofremos penhoras no começo da SAF, na maioria das vezes da Justiça do Trabalho. Assumimos o clube com R$ 220 milhões de dívida trabalhista, reestruturamos o RCE de forma que hoje temos R$ 150 milhões. Está bem equalizado, pagamos direitinho e os credores estão felizes – explicou o CEO. 

– O próximo passo foi a dívida cível. Eram R$ 440 milhões, estávamos em negociação há um ano que resultou na Recuperação Extrajudicial. Tínhamos duas propostas que fizemos: os que queriam receber rápido, à vista, tinham que dar 90% de desconto. Os que queriam receber no longo prazo, davam 40% de desconto. Fizemos benchmarks, entendemos como outras empresas faziam. É muito fácil fazer um acordo, o difícil é cumprir. Nesse sentido, conseguimos 65% de adesão, foi muito maior do que a gente esperava. Desses R$ 440 milhões, R$ 130 milhões preferiram receber no curto prazo, foi o que liquidamos no mês passado. Sobram R$ 310 milhões, que vão ser no longo prazo, mas esses já têm 40% de desconto. Hoje, nossa dívida cível está em R$ 180 milhões – continuou sua explicação.

 – A terceira etapa é trabalhar o tributário. Estamos em andamento e a expectativa é finalizar até o final do ano. E aí vamos concluir o trabalho de reestruturação do passivo do Botafogo. Se somar de tudo, esperamos fechar o ano com o passivo de R$ 600 milhões. Ou seja, de R$ 1,1 bilhão para R$ 600 milhões em dois anos. E nossa receita saiu de R$ 120 milhões para R$ 530 milhões. A relação de 10 para 1 está quase de 1 para 1 – completou. 

Dívidas recentes

Mesmo tendo progresso com a quitação de dívidas, o clube já foi acionado na justiça por conta de novas pendências. No último mês de maio, a equipe foi denunciada por um escritório de advocacia com 13 processos sendo apresentados alegando que comissões para intermediários em negociações, participação em direitos econômicos, verbas rescisórias e trabalhistas, mecanismo de solidariedade não pago, direitos de imagem e luvas. Segundo o “GE”, esse montante é de cerca de R$ 20 milhões. 

Durante a entrevista, Thairo Arruda deu a versão do clube, explicando que nem todos os valores são reconhecidos pela diretoria da SAF do clube. 

– Nosso trajeto não é só rosas e flores. É muito difícil gerir um clube e o meio do futebol em si. A mídia tem um papel predominante no meio dos clubes. O papel da comunicação influencia muito no dia a dia. Esse caso, tivemos umas matérias ruins dizendo que o Botafogo não paga empresários. Aí veio o presidente da associação de empresários falando “não façam negócio com o Botafogo”, “eles não pagam”. É exatamente o contrário disso. Fiz um levantamento sobre disso semana passada. Até hoje, no começo da SAF, tivemos R$ 38 milhões de luvas para empresários e nós fizemos R$ 26 milhões.

– “Por que não pagaram tudo?” Temos alguns desentendimentos de valores com alguns empresários. A gente não reconhece 100% daquele passivo, temos problemas com um ou outro empresário que atuou contra a nossa instituição. Esses são os casos que levamos para o nível de discussão, tentando levar para um debate e conseguir um valor que seja bom para o clube. São justamente esses empresários que levam à tona o problema e generalizam. Eles trabalham contra o clube e prejudicam negociações. Eles cobram valores que nós não reconhecemos que existem. Pagamos bem e em dia, a grande maioria.

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