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Clube norueguês propõe boicote da confederação nacional à Copa de 2022

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Taça da Copa do mundo sobre o gramado. Foto: Reprodução/Twitter FIFA World Cup.
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O clube norueguês, Tromsø IL, publicou uma carta aberta em seu site na qual pediu para que a federação nacional promovesse um boicote à Copa do Mundo de 2022, que acontecerá no Catar.

Na mensagem, o time diz que, por muito tempo, tentou dialogar e criticar as condições de trabalho nas construções dos estádios do Mundial, que envolvem mortes e escravidão moderna.

“Não podemos mais sentar e assistir às pessoas morrerem em nome do futebol. O futebol não pode controlar a política e os assuntos internos de todas as nações. O que podemos fazer é definir requisitos claros para os torneios de futebol que nós mesmos organizamos”, diz trecho da carta.

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Outros clubes mais tradicionais do país, como o Strømsgodset IF e o Viking FK, se juntaram à causa e passaram a apoiar o boicote da seleção da Noruega.

O time finalizou o texto pedindo para que a Federação retirasse a participação do Mundial em caso de classificação. “Acreditamos que, se a Noruega se classificar nas eliminatórias, devemos nos recusar a viajar para o Catar. O Tromsø IL também não participará da promoção da Copa do Mundo de 2022 em nossas plataformas de comunicação”.

ESCÂNDALO

Nesta semana, o jornal britânico “The Guardian” publicou uma reportagem na qual revelou que mais de 6,5 mil trabalhadores imigrantes morreram na preparação da Copa do Mundo no Catar.

Dados oficiais dessas nações mostraram que 5.927 trabalhadores morreram em território catari entre 2011 e 2020. A embaixada paquistanesa no país sede da Copa revelou, separadamente, a morte de 824 operários.

O escândalo revelado pelo jornal também mostra que as mortes são categorizadas em sua maioria, cerca de 80%, como “causas naturais” pelo governo do Catar dentre os trabalhadores imigrantes. Acidentes de trânsito representam 12%, acidentes de trabalho 7% e suicídio também 7%.

O comitê de organização da Copa lamentou as mortes ocorridas durante as obras no país, dizendo que “investigou cada incidente, manteve a transparência e questiona os números imprecisos dos trabalhadores mortos”. O porta-voz da Fifa afirmou que a entidade está comprometida em proteger o direito de quem trabalha diretamente nos projetos da federação.

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