Athletico
Com o apoio de Petraglia, Felipão se redescobre no Athletico
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Luiz Felipe Scolari terá para sempre um lugar entre os maiores treinadores da história do futebol brasileiro e mundial. Bicampeão da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro, tetracampeão da Copa do Brasil e campeão do mundo em 2002, Felipão certamente tem um dos currículos mais extensos do futebol quando se trata de conquistas. Mesmo assim, aos 73 anos de idade, o treinador segue na ativa e vem transformando a realidade do Athletico Paranaense.
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Desejo antigo do presidente athleticano, Mario Celso Petraglia, Felipão chegou ao Furacão em um momento conturbado. Após uma janela de transferências de grandes investimentos, o Athletico não teve um grande início de temporada, com goleadas sofridas no Brasileirão e na Libertadores, estando próximo da eliminação na fase de grupos da competição continental e na parte debaixo da tabela do Campeonato Brasileiro. Depois da passagem relâmpago de Fábio Carille pelo CAT Caju, Felipão aceitou a oferta rubro-negra e parece ter se encaixado quase que automaticamente ao clube.
— A gente sempre teve esperança de contratá-lo, mas ele esteve fora dos nossos padrões de orçamento, era um técnico supercaro. Desde que ele chegou, mudou o ambiente, que estava meio conturbado. Ele transformou o time. – Disse Petraglia ao GE.
Felipão chegou ao Athletico para acumular as funções de treinador e de diretor técnico, função antes exercida por Paulo Autuori. Pela primeira vez na carreira em um cargo extra-campo, Felipão tem total confiança de Petraglia para trabalhar, seja do banco de reservas ou nos bastidores do clube.
Já familiarizado com Felipão e um dos responsáveis pela vinda do treinador ao Athletico, o CEO rubro-negro, Alexandre Mattos, explicou a escolha pelo experiente e multicampeão técnico.
— Até pela juventude do nosso time, a gente precisava de alguém que soubesse levar o ambiente. E ele é um mestre nisso. Preza o ambiente como poucos no futebol. Não quer ser maior do que ninguém, não quer ser a estrela de nada, faz o ambiente ficar o melhor possível. – Contou Mattos ao GE.
A temporada do Athletico mostra que a decisão foi certeira, Felipão tem seu nome ovacionado em praticamente todos os jogos na Arena da Baixada. Mesmo com uma equipe muito jovem, o Furacão mostra muita maturidade e consciência a cada partida, seja de mata-mata ou pontos corridos. Felipão trouxe com sua experiência e trabalho bem feito a “cara” que o Athletico sempre trabalhou para ter: uma equipe organizada e competitiva em cenário nacional e continental. Essa retomada de identidade é algo que Scolari comentava muito em seu início de trabalho.
— Pretendemos dar uma organização à equipe em que eles saibam o que queremos e que possamos mudar jogadores por lesão ou cartão. O que o Athletico mostrou contra Liberad e contra o Avaí é uma dinâmica que o time sempre tinha quando vinha jogar aqui. O CAP está retornando a essa característica. – Explicou Felipão em entrevista coletiva ainda no início de trabalho.
Felipão não tem se esforçado nem um pouco para esconder o quanto está feliz em trabalhar no Athletico. O treinador já explicou em algumas oportunidades o quanto está contente com o clube e elenco, e que espera marcar seu nome na história do Furacão.
— Fico feliz porque eu trabalho com meninos. Eu vejo que eles estão ansiosos por receberem algo mais, alguma coisa de conhecimento, e eles também veem em mim uma pessoa mais velha, que já vivenciou várias situações na vida e no futebol que pode lhes passar alguma coisa de benéfico. Trabalhar com essa meninada é muito bom porque eles te ouvem. Então as vezes exagero no linguajar mas eles ouvem, mas é pro bem deles. Eu quero ficar na história do Furacão sim porque o Furacão está sendo uma equipe que está me dando uma alegria muito grande na vida. – Disse Felipão em entrevista coletiva.
A princípio, o planejado é Felipão comandar o Athletico até o fim do ano, depois assumir de vez o cargo de diretor e encontrar um novo treinador para o Furacão. Após a classificação para a semifinal da Libertadores na Argentina, Scolari confirmou que o final de sua caminhada como técnico está próximo, mas pelo presidente, Felipão pode seguir o quanto quiser à beira dos gramados.
— Eu não sei como é a nova função. Tem uma série de coisas que eu tenho que aprender. Dificilmente eu vou continuar, porque se eu conseguir mais algum título com esse grupo, e nós vamos conseguir, tá na hora de terminar também. A família já está pedindo. Vou fazer 74 anos, não é que seja pesado, mas isso deixa a gente cansado demais ali naquele banco brigando com esse pessoal. Acredito que 95% de chance vai terminar no fim do ano e a gente colocar alguém da nossa comissão como técnico… Agora, nós e o palmeiras, seja o que Deus quiser. A gente vai pensar em três jogos até o final do ano. Só faltam três jogos para concretizar um grande ano e fazer tudo aquilo que foi solicitado. – Comentou Felipão.
— Agora, para o futuro, é uma decisão dele: se quiser continuar acumulando as funções, ele pode. Se quiser virar só diretor, ele indica o treinador. – Disse Petraglia ao GE.