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Coritiba, Athletico e Palmeiras repudiam auditor do TJD-PR por fala xenofóbica contra o técnico Antônio Oliveira

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Foto: Divulgação/Coritiba
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Nesta última quarta-feira (1), aconteceu o julgamento da briga do Athletiba e no momento onde o treinador Antônio Oliveira, do Coritiba, prestava depoimento um dos auditores, Rubens Dobranski, fez uma fala xenofóbica contra o técnico português.

Nesta quinta, Coritiba, Athletico e Palmeiras, por meio das suas redes sociais postaram uma nota repudiando o ocorrido.

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– Os clubes salientam que este ato preconceituoso direcionado ao profissional é inadmissível em qualquer situação ou contra qualquer pessoa. O Coritiba e o Athletico reiteram que atitudes racistas ou de qualquer outra natureza discriminatória são absolutamente inaceitáveis. Os clubes têm profundo respeito por todos os estrangeiros que atuam no futebol brasileiro, que foi construído por pessoas e profissionais das mais diversas etnias e nacionalidades, engrandecendo e trazendo diversidade ao esporte – afirmou a dupla Atletiba.

– O Palmeiras lamenta ter de vir novamente a público para repudiar mais um ataque de caráter xenófobo contra o técnico Abel Ferreira e os demais treinadores portugueses que trabalham no Brasil. Não podemos aceitar manifestações preconceituosas como a promovida na noite de ontem pelo presidente da 3ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná, Rubens Dobranski. De uma pessoa incumbida de zelar pela ética e avaliar condutas de esportistas, espera-se equilíbrio e isenção, em vez de intolerância – diz o Verdão paulista.

No julgamento, Rubens Dobranski enfatizou que “os técnicos portugueses, que estão trabalhando atualmente no Brasil, parece que estão querendo marcar território” e ainda citou outro técnico português, Abel Ferreira, do Palmeiras.

António Oliveira, que foi expulso no clássico e absolvido pela terceira comissão do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), não gostou e pontuou que “não olha as culturas, as raças e as nacionalidades”.

Cáritas Brasileira Regional Paraná, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), denunciou o suposto caso de xenofobia ao Ministério Público (MP-PR), que vai analisar se abre uma investigação.

Durante o julgamento, o auditor Rubens Dobranski tentou enfatizar que “não houve a intenção de ofender nenhuma nacionalidade”.

Xenofobia é crime, previsto na Lei nº 9.459 de 1997, que define “os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Em 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda decidiu que a xenofobia passou a ser considerado crime de racismo. Quem comete xenofobia é passível a reclusão de um a três anos e multa.

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Confira o diálogo

Rubens Dobranski: Já tive a oportunidade de assistir jogos em Portugal, no estádio da Luz. Fui ver jogos do Benfica lá em Portugal algumas vezes e estou preocupado porque os técnicos portugueses, que estão trabalhando atualmente no Brasil, parece que estão querendo marcar território. É o caso do técnico do Palmeiras, que chuta ‘balde d’água’, chuta microfone, sempre é advertido com cartão amarelo. E se não me engano, o senhor aqui quando chegou ao Coritiba, não sei se foi na quarta ou quinta rodada, já cumpriu suspensão por três cartões amarelos. Confere? Confere isso? O senhor foi suspenso por três cartões amarelos?

António Oliveira: Sim, senhor.

Rubens Dobranski: Não sei se foi na quarta ou quinta rodada, o senhor já cumpriu essa pena, correto?

António Oliveira: Correto.

Rubens Dobranski: Então, o senhor veja, um técnico de futebol, na quarta ou quinta rodada, já cumpre uma suspensão de uma partida por três cartões amarelos. O senhor não acha que está sendo, assim, muito reclamão com os árbitros aqui do país?

António Oliveira: Podemos expor o contrário. Eu, na vida, não olho as culturas, as raças as nacionalidades.

Rubens Dobranski: Nós também não. Só estou vendo que tem vários casos.

António Oliveira: O doutor acabou de dizer que os portugueses estão a tentar marcar território.

Rubens Dobranski: Porque está sendo comum isso acontecer.

António Oliveira: Mas isso é uma opinião do doutor. Não é a minha, respeito muito. Cada um é como cada qual. Não olho nacionalidade, não olho religiões, não olho cores. Para mim as pessoas, cada uma tem sua índole, sua educação e sua formação. Eu tenho a minha, a minha forma de viver o jogo.

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