Olimpíadas
Crise de ansiedade tira brasileira das Olimpíadas de Paris
Crise de ansiedade tira Izabela da Silva das Olimpíadas de Paris
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Crise de ansiedade de brasileira às vésperas de competir acende alerta sobre a saúde mental dos atletas
A atleta brasileira do arremesso de disco, Izabella Rodrigues da Silva, revelou que teve uma forte crise de ansiedade antes de competir na fase classificatória das Olimpíadas de Paris 2024. Ela, que terminou na décima sétima posição e não conseguiu se classificar para as finais, disse não ter conseguido dormir na noite anterior à disputa e ter tido até ânsia de vômito.
“Não sei nem o que dizer, realmente, eu estou muito desapontada. Eu tive muita crise de ansiedade durante a noite, pela manhã, e na hora da prova não consegui realizar o meu movimento que queria tanto fazer. Infelizmente não pude me dar esse presente de aniversário, mas vou treinar para a próxima, para chegar mais forte. Treinar meu mental também”, desabafou.
Mesmo pós-crise, ela foi competir. Izabela precisava arremessar o disco para 64 metros para estar entre as 12 que se classificariam à final. Mas os 61,68 metros que conseguiu não foram suficientes, deixando-a no 17º lugar no quadro classificatório. O episódio acende um alerta sobre a importância do acompanhamento psicológico e psiquiátrico a atletas de alta performance.
Cada vez mais atletas têm exposto incidentes relacionados à saúde mental. A ginasta estadunidense Simone Biles, por exemplo, sete vezes medalhista de ouro em Olimpíadas, também já relatou problemas de ansiedade. Em 2021, às vésperas das finais da ginástica olímpica dos Jogos Olímpicos de Tóquio, Biles desistiu de competir. Na ocasião, disse que iria focar em cuidar da saúde mental e posteriormente disse ter sido a melhor decisão que tinha tomado na vida.
Assim como Izabela e Biles, outro atleta de abrangência mundial que sofreu com problemas de saúde mental foi o atacante brasileiro do Tottenham, Richarlison. Após a eliminação do Brasil para a Croácia na Copa do Mundo do Catar, em 2022, o jogador relatou ter sofrido diversos ataques que intensificaram o momento delicado que ele vivia. Em depressão, ele pensou até em desistir do futebol, mas que a ajuda de um profissional da saúde o ajudou.
“No Google, eu só pesquisava besteira. Só queria ver besteira de morte. Hoje, eu posso falar. Procura um psicólogo. Você que está precisando de um, procura, porque é legal você se abrir”, disse em entrevista à ESPN.
Atletas de alta performance competem sob grande pressão. Vindo de vários anos de preparação, eles se defrontam com oportunidades que podem estar à disposição em apenas uma ocasião em toda a vida e que podem desencadear gatilhos. Izabela, por exemplo, mesmo tendo tido atendimentos com o psicólogo pessoal dela, com a psicóloga do Comitê Olímpico Brasileiro e com um preparador mental no dia anterior, não conseguiu dormir e teve o desempenho dela afetado.