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Dia dos pais na Colina: união Brasil-Portugal, o amor de Albino e seus filhos pelo Vasco

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Foto: Matheus Mattos/Esporte News Mundo
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Que o Vasco tem ligação com Portugal todo mundo sabe, a começar pelo nome da equipe. No nosso especial de dia dos pais contaremos um pouco da história de Albino Vieira, de 79 anos. Um português legítimo, como ele mesmo se denomina, nascido em Godinhaços, freguesia portuguesa do distrito de Braga.

Ele que saiu muito jovem de casa para vir ao Brasil ganhar sua vida. Por aqui descobriu sua paixão pelo Club de Regatas Vasco da Gama, sócio desde 1968, amor que passou para seus dois filhos: Alberto e Antonio.

CHEGADA AO BRASIL

Seu Albino partiu de Portugal ao atingir a maioridade, navegando por 11 dias até chegar no Rio de Janeiro de onde nunca mais saiu.

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ALBINO: Eu tinha dois irmãos aqui no país e a gente se comunicava sempre. Abel e José, que já faleceram. Lá em Portugal eu trabalhava em lavoura e vim para o Brasil porque aqui era o melhor lugar para ganhar dinheiro, para trabalhar. Cheguei em 1958, com 18 anos de idade.

Ele nos conta que saiu de sua terra natal por não querer servir ao exército local, além do sonho de ter melhores condições de vida.

ALBINO: Fiz todo o processo por lá. Me apresentei, fui examinado, fiz tudo. Não quis ficar por conta do que já tinha passado em meu país e também eu já estava com a documentação pronta para vir ao Brasil.

COMO CONHECEU O VASCO

ALBINO: Os meus irmãos que vieram antes para cá, já torciam para o Vasco. Onde nós morávamos eu ia a pé para São Januário. Ia sempre pra ver o time treinando. Tínhamos uma proximidade maior porque o Vasco era dirigido por portugueses.

SÃO JANUÁRIO SUA SEGUNDA CASA

ALBINO: Morava no Estácio e eu sempre ia em São Januário, estava sempre lá. Como era sócio entrava com uma facilidade danada e comecei a frequentar o estádio desde os anos 60, época que o Roberto Dinamite era dos juniores, eu gostava muito dele e ia lá e ficava mais por causa dele, acompanhei os treinos, basquete, natação, tudo.

FILHOS JOGANDO NO CLUBE

Antonio e Alberto quando jogavam no Vasco
Foto: Acervo Familiar

Albino quis realizar o sonho dos filhos de se tornarem jogadores e também o seu sonho de vê-los jogando com a camisa do Vasco. Os dois, ainda meninos, acabaram passando na peneira, mas não puderam permanecer no clube.

ANTONIO: Aos domingos de manhã tinha sempre uma peneira no campo de trás da arquibancada de São Januário, eles faziam ali e a garotada que era selecionada ia para o campo principal. Eram 100, 200 garotos para selecionarem 2 ou 3, então era muito difícil. Joguei na época do Willian, do Bismarck. O Willian participou da peneira comigo, ele já era do meio de campo. Eu queria jogar de atacante, mas eles me botaram de cabeça de área por ser mais alto. Eu até jogava bem, mas meu pai tinha que ter muita paciência e falou para estudar que era a melhor coisa que eu faria.

COMEÇO DO AMOR PELO VASCO

Alberto e seu pai Albino
Foto: Acervo Familiar

Alberto, seu filho mais novo, descobriu a paixão pelo futebol e pelo Cruz-Maltino numa final contra o Flamengo e o Maracanã tomado pelas duas torcidas.

ALBERTO: Eu fui com meu pai e meu padrinho, chegamos no Maracanã e dividiu, fiquei com meu pai na arquibancada. É muito emocionante pra mim que frequento São Januário, Maracanã, com meu pai, desde garoto, sempre fui mais apegado ao Vasco. Fiquei espremido, não tinha posição na arquibancada, estava muito cheio, jogo com mais de 100 mil pessoas. Dali mesmo que veio minha paixão porque a festa foi muito bonita na entrada do time. O Vasco ganhou com gol do Tita, um belo gol, daquele time do Flamengo que tinha Zico, um timaço que eles tinham. Vi que foi um jogo de alto nível, muita categoria. Aquilo ali me marcou muito.

Inclusive ele nos conta um fato curioso, quando estava na arquibancada e comemorou um gol dormindo.

ALBERTO: Fui em um jogo na social do Vasco com meu pai quando era pequeno. Roberto fez um gol de falta e eu estava dormindo, aí fiquei assustado e com o olho fechado batendo palma na hora do gol. Desde criança acompanho os jogos do Roberto e como vascaíno sou privilegiado de ver os maiores artilheiros do Brasil em sequência: Roberto, Romário e Edmundo.

Na época era bastante comum os torcedores acompanharem os jogos de seu time de coração pelo rádio. Alberto nos conta quando o seu avô só ficou sabendo da vitória vascaína bem depois do término da partida.

ALBERTO: Teve um jogo que eu também fui com meu pai, o Vasco pegou o Porto Alegre (hoje Itaperuna), estávamos perdendo por 1×0 até os 40 do segundo tempo e aí entrou “A Voz do Brasil” no final do jogo. Meu avô que era muito fanático estava ouvindo o jogo de casa pelo rádio. Quando cheguei de carro com meu pai, voltando de São Januário, ele estava triste lamentando o resultado, aí meu pai chegou falando que o Romário tinha virado o jogo pra gente e foi uma alegria só em casa.

ÍDOLO DO CLUBE

ALBINO: Os melhores que eu já vi foram Roberto Dinamite e Romário. Também lembro muito do Bellini e do Barbosa.

ALBERTO: A gente não pode esquecer do Romário, ele foi fora de série também. Só que ele não sabia bater faltas como o Roberto que fez mais de 700 gols só no Vasco.

ANTONIO: O Roberto é o maior pelo amor a camisa. Ele era muito inteligente e sabia conduzir o jogo, chamava a responsabilidade. O Romário nasceu para jogar futebol, mas não treinava e era dedicado como o Roberto.

FUTURO DO VASCO

ALBINO: A gente tem que ter esperança, mas pelo jeito vai ficar naquela de só participar.

ALBERTO: Já que é pra apostar eu vou falar, o Vasco vai campeão sul-americano nesse ano, me cobrem depois. O campeonato vai voltar e o Vasco vai levar a Sul-Americana nesse ano.

MENSAGEM DE DIA DOS PAIS

ALBERTO: Quero deixar um abraço pro meu coroa, ele é meu super-herói. Desejar muita saúde e que ele permaneça com a gente por muito mais tempo pra aproveitarmos mais juntos, tomando vários litrões ou latões.

Antonio e seu pai Albino
Foto: Acervo Familiar

ANTONIO: Pai é tudo. Muitas pessoas gostariam de ter um pai como a gente tem, o cara vai fazer 80 anos e nunca foi internado ou operado, nunca precisou ir para o hospital. Isso é uma alegria que ele tem e a gente tem também de ter ele conosco. Só desejo tudo de bom pra ele, que continue assim, feliz como sempre.

O Esporte News Mundo deseja a todos os pais um feliz dia!

Família Vieira
Foto: Acervo Familiar
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