Editorial
Editorial: O mês do Orgulho LGBTQIAP+ e a representação de Richarlyson para a diversidade no futebol
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Na última semana, o futebol brasileiro recebeu a notícia de que Richarlyson havia se assumido como bissexual. No entanto, o que poderia ser um dos principais capítulos da luta por diversidade no futebol se tornou alvo de um preconceito baixo, nojento e criminoso de pessoas da mídia e torcedores nas redes sociais. O Esporte News Mundo, neste Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, reafirma seu compromisso com a sociedade em defesa de um mundo mais livre e com amor, também no esporte.
Não é de hoje a luta que o futebol e algumas modalidades vivem para respeitar a sexualidade de seus atletas e torcedores. Dentro das quatro linhas são poucos os que se assumem ainda enquanto estão atuando como é o caso de Joshua Cavallo, jogador do Adelaide United, da Austrália. Para a esmagadora maioria, manter a identidade secreta dentro de um vestiário é zelar pela própria segurança e saúde mental. Afinal, o que o torcedor, dirigente e a mídia falaria a respeito de um LGBT dentro de um meio completamente machista e homofóbico?
O que Richarlyson fez foi um ato de coragem e que merece todos os aplausos possíveis. Em um país que mais mata LGBT no mundo, ser quem é não é fácil e exige bravura para enfrentar preconceito até mesmo se você não é ou nunca falou abertamente isso. A luta diária será mais árdua do que nunca e exemplos não faltam. É preciso mudar a mentalidade, ensinar para as crianças o que é o certo e parar de acreditar em bizarrices que não há fundamento algum.
Ninguém escolhe sofrer preconceito. Ninguém quer ter que sair na rua e não saber se você vai ser agredido por apenas estar com quem ama. Ninguém quer ter que reprimir o sentimento por uma pressão que não diz respeito. Há muitas coisas que são simplesmente fáceis de compreender e que um exercício diário seria muito simples para mudar qualquer postura por aí. Se você é contra duas pessoas do mesmo sexo ficarem juntas, não fique com alguém do mesmo sexo que o seu. Se você se incomoda com alguém casando com alguém do mesmo sexo, só não case com alguém nestas condições.
Pessoas LGBTQIAP+ estão cansadas de terem que ensinar ou bater na mesma tecla sempre sobre o respeito. É cansativo e está mais do que claro que não há mais espaço para esse tipo de preconceito. O futebol como o principal produto de entretenimento no país poderia promover isso com muito mais do que artes montadas e publicadas no dia 28 de junho.
Ações, trabalhos sociais e incentivo à torcida são fundamentais para que a construção de um esporte mais inclusivo e diverso seja uma prática comum ao invés de ser comemorado como algo histórico. Fazer história é importante para os que estão e os próximos que virão, mas nenhum jogador virou manchete de jornais por se assumir hétero.