Outro lado
Em CPI, Leila Pereira defende banimentos e rebate comentários de senadores
Dirigente também defendeu banimento de John Textor, dono do Botafogo SAF, caso o americano não comprove as denúncias sobre manipulação
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Em depoimento na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado nesta quarta (05), a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, defendeu o banimento dos envolvidos com operações ilegais no esporte. A empresária também rebateu comentários e piadas dos parlamentares.
Para a mandatária do alviverde paulistano, a impunidade incentiva que irregularidades, como a manipulação de resultados, aconteça.
— Sem punição você não vai chegar a lugar absolutamente nenhum. A impunidade é a semente do próximo crime. Não adianta advertência, uma carta. Se você participar desses esquemas, você vai ser banido do futebol, eu não tenho dúvidas disso — explicou.
Leila foi convidada para a audiência do Senado após acusações de John Textor, dono do Botafogo SAF, de que houve manipulação de resultados no Brasileirão de 2023, vencido pelo Palmeiras. Sobre o empresário americano, a presidente do Palmeiras foi taxativa.
— Se ele [John Textor] não comprovar absolutamente nada, porque até agora, objetivamente, eu não vi prova nenhuma. Eu desconheço. Eu não tenho dúvida nenhuma de que o John Textor deveria ser banido do futebol brasileiro. Com essas denúncias irresponsáveis e criminosas, ele não afeta apenas o Palmeiras, mas ele afeta a credibilidade desse grande produto que é o futebol brasileiro. Eu acho que as penas precisam ser duras e eficazes — disparou a dirigente.
Comentários inconvenientes
A audiência no Senado também foi palco para piadas e perguntas inconvenientes dos parlamentares, repetindo o comportamento visto em outros momentos.
Em uma frase de cunho machista, Jorge Kajuru (PSB-GO), senador que preside a CPI, dirigiu-se à senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) e afirmou: “normalmente mulher vai no estádio e pergunta quem é a bola. Não é o seu caso”. Leila Pereira, atenta, retrucou: “Hoje tem mulher presidente de clube, Kajuru”.
Em outra fala que fugia ao tema central da CPI, o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), em tom jocoso, tentou descobrir para qual time Leila Pereira torcia na infância.
— Qual time você torce? E na infância?
O parlamentar foi prontamente rebatido.
— Pera aí, né, senador? O senhor tem alguma dúvida? Meu sangue é verde. E o coração também.
A presidente do Palmeiras foi a terceira mandatária a participar das audiências no Senado. Antes dela, John Textor e Julio Casares, presidente do São Paulo, também foram ouvidos como testemunhas.
O presidente da comissão de arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme, e o diretor de governança e conformidade da CBF, Hélio Santos Menezes Júnior também serão ouvidos pelos parlamentares.