Futebol Internacional
Em meio a polêmicas, Catar comemora marca atingida pela Copa; confira
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O comitê organizador local através de seu secretário-geral, Hassan Al-Thawadi, anunciou que a carga de ingressos da segunda fase das vendas para o Mundial foi esgotada. Cerca de 1,2 milhões de bilhetes foram vendidos, a maior marca para a Copa do Mundo 2022 até aqui.
A informação foi divulgada durante o Fórum Econômico do Catar nesta quarta-feira (22), o Mundial vive rodeado de polêmicas mas tem se tornado um evento rentável para o emirado do Oriente Médio, que vem colhendo bons frutos do investimento.
Há uma semana, a Qatar Airways anunciou que obteve o melhor ano fiscal de sua história. No período de 2021-22, a companhia aérea do Catar teve 1.4 bilhão de euros (R$ 7.6 bilhões) de lucros, 200% a mais que sua melhor marca alcançada.
“Acredito que a demanda é recorde. As pessoas estão comprando ingressos e estão ansiosas para vir, não há dúvida sobre isso. Estamos tentando criar um ambiente em que a economia se beneficie, mas que também seja acessível para os torcedores, o que nem sempre é fácil de balancear” disse Hassan Al-Thawadi.
Esse é um ponto positivo para o setor ao redor do mundo, na avaliação do CEO, Luis Gallego, o ano de 2022 será fechado com a conta no azul, a primeira vez desde o começo da pandemia do Coronavírus. O volume de passageiros foi de 18,5 milhões de pessoas, um aumento de 218% em relação ao ano anterior.
E para o Mundial do Catar é esperado que o número seja ultrapassado. A companhia detém o monopólio das viagens para o país e em voos domésticos.
A expectativa para chegada de turistas no país é alta, cerca de 1,2 milhões de pessoas são aguardadas. Segundo o comitê organizador do Mundial houve 40 milhões de pedidos de ingressos (17 milhões na primeira fase e 23 milhões na segunda fase).
Serão três milhões de ingressos disponíveis para vendas, sendo 1 milhão reservados à venda exclusiva da FIFA e cortesias. O Catar espera que 17 bilhões de dólares (R$ 87 bilhões) sejam injetados na economia. O Mundial será realizado entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro.
Novas polêmicas não afastam turistas
No dia 21 de junho, o jornal inglês ‘Daily Star’ elencou motivos para os ingleses estarem atentos ao visitarem o Catar, os costumes do país árabe são mais conservadores e muitos deles estão escritos em leis e com punições. O governo local já avisou que as infrações serão julgadas sem distinção.
O Comitê Supremo do pais afirmou em dezembro de 2021 que “o Catar é um país conservador e demonstrações públicas de afeto são desaprovadas independentemente da orientação sexual” se referindo aos LGBTs que poderão estar entre os turistas no país.
Agora a instituição afirma que relações extraconjugais não serão toleradas e poderão acarretar em prisões de até 7 anos, segundo uma fonte policial, os encontros entre pessoas deverá ser evitado se o intuito for a realização de sexo casual. “O sexo está muito fora do cardápio, a menos que você venha como uma equipe de marido e mulher” afirmou a fonte.
A mesma fonte revelou que dentro das forças polícias do país árabe estão imensamente preocupadas com as atitudes que poderão ser tomadas pelos turistas, principalmente considerando a natureza festiva do evento, “deveria haver uma compreensão com os estrangeiros” em meio as polêmicas e ao embate cultural, respondeu.
O relacionamento extraconjugal não é o único delito polêmico no país, relações homossexuais e manifestações de afeto entre pessoas do mesmo sexo são terminantemente proibidas. “A homossexualidade não é permitida no país” afirmou Nasser Al-Khate, presidente do Comitê Organizador.
Em uma reportagem realizada em conjunto pelas emissoras de TV Noruega (NRK), Dinamarca (DR) e Suécia (SVT) revelou que alguns hotéis se quer permitem a hospedagem de duas pessoas do mesmo sexo por quarto.
Legado positivo para os trabalhadores estrangeiros
A Associação de Futebol da Inglaterra (FA) anunciou que quer produzir um legado positivo para os trabalhadores estrangeiros no Mundial do Catar. O tema é delicado, tendo em vista que o país-sede é acusado de não respeitar os direitos humanos relacionados ao trabalho.
Os apelos são para que a Seleção Inglesa de futebol e a diretoria continuem insistindo com as ONGs e o Sindicato Internacional dos Jogadores, o Fifpro, a apoiarem as ideias sobre a compensação financeira para trabalhadores e suas famílias e a criação de um Centro Permanente de Trabalhadores no Catar.
Para o recém-empossado presidente da FA, Debbie Hewitt, o trabalho no Catar não é simples por “Várias situações” mas insistiu que graças aos estrangeiros o Mundial será realizado, “Estive no Catar três vezes e diria que, se há algo positivo em uma Copa do Mundo, é a oportunidade de dar voz aos trabalhadores imigrantes e é assim que eles veem, sentando e conversando com eles”, afirmou.
O legado que a FA quer promover na Copa do Catar será debatido entre os dirigentes da entidade inglesa com outros representantes das seleções classificadas, e a ideia inicial é usar mensagens sobre a valorização dos direitos trabalhistas durante o torneio. A ideia, inicialmente, precisa ser aprovada pelo Comitê e pela FIFA e tem o apoio de personalidades como o volante Toni Kroos e o treinador Gareth Southgate.