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Em sua última coletiva, Victor conta como tomou a decisão de se aposentar e se declara ao Atlético-MG: ‘Deixei meu legado’

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Foto: Twitter/Mineirão
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A noite deste domingo foi de despedidas de um dos maiores ídolos do Atlético-MG, Victor, que fez sua 424ª e última partida como jogador profissional do Galo vencendo a URT por 3 a 0, pela primeira rodada do Campeonato Mineiro de 2021.

O goleiro, ídolo do clube alvinegro, recebeu várias homenagens no Mineirão após a partida, além de marcar suas mãos na calçada da fama do Gigante da Pampulha.

E, ao final, Victor concedeu a sua última entrevista coletiva como jogador de futebol no Mineirão. Apesar de ser uma noite emocionante, o goleiro conta que não se afetou emocionalmente durante a partida, mas fica feliz de encerrar o ciclo como jogador do Atlético-MG.

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— No jogo eu estava concentrado como qualquer outro jogo que eu fiz. Esse tinha um significado especial, mas o pensamento de festa ou homenagens ficou somente para depois dos 90 minutos. O sentimento é de dever cumprido, estou muito em paz, muito tranquilo para esse momento, acho que me preparei para isso também, passei um tempo refletindo sobre essa decisão. Fico feliz de encerrar o meu ciclo como atleta do Atlético Mineiro, mas sabendo que deixei o meu legado, cumpri minha missão e agora sigo minha vida fora de campo, buscando dar sequência dentro do futebol que é algo que eu amo e estou há 24 anos inserido.

Agora, como ex-jogador, Victor tem a possibilidade de continuar no clube com alguma função na gerência do Atlético-MG. Inclusive, o ídolo atleticano não descarta a possibilidade de se tornar treinador de futebol.

— Em relação a futuro, a partir de amanhã vou tentar começar a definir o que vai ser, acho que o momento é de desfrutar desse dia especial. Senti falta demais do torcedor aqui no estádio, é algo que deixou um pouco mais triste, mas foi um dia de me orgulhar por tudo que fiz e vivi com camisa do Atlético. O treinador nada mais é que um grande gestor de pessoas. Acho que o grande desafio de um técnico é conseguir gerir um vestiário, então não descarto essa possibilidade. Não atoa, fiz o curso de educação física pensando em ter essa abertura dentro do futebol.

Decisão

Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

Victor conta que a decisão de se aposentar aconteceu depois da última temporada, principalmente a partir do segundo semestre do ano passado, quando não foi muito utilizado e precisou desempenhar outras funções dentro do plantel atleticano.

— Tive tempo durante o segundo semestre do ano passado, onde as coisas não foram muito favoráveis à minha continuidade no Atlético. Fui trabalhando na minha cabeça, novas oportunidades e possibilidades. Eu não via a minha carreira sendo encerrada se não aqui no Atlético. Então, era um desejo que eu tinha, que sempre manifestei. Gostaria que tivesse sido de uma forma um pouco mais proveitosa, mas a gente tem que aceitar as escolhas dos treinadores.

Inclusive, Victor revelou insatisfação de ter ficado tanto tempo no banco de reservas, somado a idade, pesou para a decisão de se aposentar.

— Foi uma situação nova, que nunca tinha enfrentado na minha carreira, foram 15 anos que nunca tinha experimentado essa situação de ser reserva. Óbvio que a frustração existe, em oito anos de Atlético, foram mais de 400 jogos. Então, se eu aceitasse essa situação, seria totalmente covarde da minha parte. Mas entendi, assimilei, trabalhei, busquei fazer esse tipo de situação para que eu pudesse ajudar em outras frentes dentro de campo e principalmente de vestiário. Mas o dia que o atleta profissional se dá por satisfeito em ser reserva de sua equipe, é o momento dele repensar sua carreira, Então, com 38 anos e sem uma frequência de jogos, pesa no em virar a chave e buscar novos ares dentro da minha carreira.

Maior alegria e maior decepção

Durante a entrevista coletiva, Victor elencou qual foi o seu melhor momento no Atlético e o seu pior.

— É difícil falar só um momento de alegria tendo vivido tantos momentos felizes com essa camisa. Mas acho que o momento mais marcante para mim e todo torcedor foi aquela defesa do pênalti contra o Tijuana na Libertadores, fiquei igualmente feliz na conquista da Copa do Brasil em cima do nosso maior rival, então foram momentos marcantes. Decepções, graças a Deus não tivemos muitas, mas acho que no início de 2019 foi um ano difícil, a eliminação precoce na fase de grupos da Libertadores e depois a eliminação na Copa do Brasil. Mas eu prefiro encerrar o ciclo falando de alegrias e não decepções, tenho 80% de coisas boas a se falar dentro desses mais de oito anos vestindo essa camisa.

Atlético e Victor

Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

Por fim, Victor comentou o que o Atlético representa em sua vida, já que foi o clube onde teve suas principais conquistas e convocação para Copa do Mundo com a Seleção Brasileira.

— O Atlético me alçou num patamar incrível na minha carreira. Através do Atlético, eu pude ter as melhores experiências, sensações, alegrias e emoções que tive na minha carreira. Inclusive, ter aberto as portas para disputar uma Copa do Mundo. Então, devo muito ao Atlético. Espero continuar dentro do futebol, me preparei, estudei para isso, tenho curso superior. Claro que o aprendizado vai ser diário, porque agora a linguagem e o conhecimento são outros, a demanda é diferente, mas acho que dá para aproveitar muito bem esse tempo no futebol profissional e a experiência que vivi como atleta e de vestiário para colocar isso em prática em outras funções no futebol que venham a aparecer.

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