São Paulo
Especialistas explicam dificuldades que jogadores do São Paulo devem enfrentar na altitude
Pela Copa Sul-Americana, São Paulo enfrenta a LDU, em Quito, cidade no Equador que fica a mais de 2.800m acima do nível do mar
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Nesta quinta-feira (24), às 19h, o São Paulo enfrenta a LDU, em duelo válido pelas quartas de final da Copa Sul-Americana. Além de jogar fora de casa, o Tricolor terá um outro adversário no Equador, a altitude. A capital do Equador fica a mais de 2.800 metros acima do nível do mar, altura em que o corpo já começa a sentir os efeitos da elevação.
Diferentemente do Internacional, que jogou na Libertadores contra o Bolívar, em La Paz, capital da Bolívia, e chegou à cidade horas antes da partida para minimizar os impactos físícos, o São Paulo embarcou em voo fretado dois dias antes do jogo. Nesta quarta-feira, Dorival Jr. comanda um treino tático no Centro de Treinamento do Independiente del Valle, algoz da equipe paulista na última decisão da Copa Sul-Americana.
Em uma rotina normal, as dificuldades não são tão evidentes, mas para um atleta de alta performance os efeitos podem ser mais bruscos. Com o ar rarefeito, a pressão atmosférica é menor, o que faz com a bola fique mais rápida, podendo gerar perigos em chutes de fora da área, por exemplo.
– A altitude, como sabemos, afeta o comportamento dos atletas que não estão acostumados a jogar nessa condição, e no caso da bola, não é diferente. A bola, em níveis muito elevados, fica mais rápida e quica com mais intensidade, podendo afetar o controle e domínio dos jogadores – explica Alexandre Allgayer, gerente de P&D da Penalty, empresa brasileira com mais de 50 anos de atuação no mercado.
Na mesma linha, Sandro Orlandelli, diretor técnico com passagens por Arsenal, Manchester United, Internacional e Seleção Brasileira, ressalta que os impactos para os atletas que não estão habituados a jogar neste tipo de condição podem ser ainda maiores. Na delegação, o São Paulo conta com Arboleda e Jhegson Méndez, atletas equatorianos com diversas partidas na região com a camisa da seleção nacional.
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– O ponto principal na altitude é que ocorre uma baixa saturação de oxigênio nas hemoglobinas, que são responsáveis pelo transporte no sangue e vão até os músculos e cérebro. A sensação de cansaço fica maior. Mas a resposta vai de cada indivíduo. Ela pode não ser tão traumática ou também pode inviabilizar a prática do futebol. É um grande desafio. Não dá para iniciar com grande intensidade, é preciso poupar energia e fazer escolhas com inteligência, principalmente na segunda etapa. O ar fica mais rarefeito e a bola ganha mais velocidade do que o normal, viaja mais que o habitual, com mudanças de direção. Quem treina nessas condições e está adaptado tem maior facilidade – afirma Sandro.
Além da final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, a Sul-Americana é vista pela direção como um caminho interessante para voltar a disputar a Libertadores em 2024. Se avançar, o São Paulo enfrenta o vencedor de Botafogo e Defensa y Justicia-ARG. Do outro lado, Corinthians x Estudiantes-ARG e América x Fortaleza duelam por outra vaga na final, que será em Montevidéu, no Uruguai.
De acordo com algumas das principais plataformas do país, como PlayGreen, Esportes da Sorte, Casa de Apostas, Galera.bet, Odds&Scouts e Onabet, o tricolor paulista é o grande favorito para a conquista do título, à frente de Botafogo e Corinthians, mas é azarão para o confronto em solo equatoriano. A diferença no duelo é maior do que a cotação de América-MG e Fortaleza, mesmo com o clube mineiro na lanterna do Brasileirão e o cearense brigando por vaga na próxima Libertadores.