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Fernando Meligeni fala sobre o momento do tênis no Brasil, carreira e a ausência de Roger Federer no US Open
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Estamos vivendo um momento em que o tênis brasileiro está sendo bastante noticiado. Nas Olimpíadas de Tóquio, Luisa Stefani e Laura Pigosi levaram a medalha de bronze na categoria de duplas. E recentemente, a mesma Luisa ganhou o WTP 1000 de Montreau jogando ao lado da canadense Gabriela Dabrowski. E para falar sobre essas conquistas e outros assuntos relacionados ao tênis, o Esporte News Mundo conversou com uma pessoa que entende bastante do tema: Fernando Meligeni.
Fininho, como também é conhecido, em 1996 foi semifinalista nas Olimpíadas de Atlanta, e 1999 foi o 25º colocado no ranking da ATP e também chegou a semifinal de Roland Garros, além de ter ganhado vários outros títulos importantes, como o ouro nos jogos Pan-Americanos de 2003. Atualmente ele é comentarista da ESPN, palestrante e dá aulas de tênis online.
Confira a entrevista na íntegra:
Esporte News Mundo: Fino, não tem como começar esse papo sem falar do bronze da Luisa Stefani e da Laura Pigossi em Tóquio. O que essa conquista representou para você e para o tênis brasileiro?
Meligeni: Foi super importante. Eu, o Guga, Jaime (Oncins), Bellucci corremos muito atrás de uma medalha. A Luisa e a Laura conseguiram um feito que traz uma visibilidade para o nosso esporte muito importante.
ENM: O que falta para o tênis se popularizar mais no Brasil? Você concorda quando falam que é esporte de elite?
Meligeni: Esse é um assunto muito, muito complicado. Eu acredito que o esporte brasileiro é de elite, e não o tênis. Ele pode ser um esporte um pouco mais caro que outros, mas eu acho que a gente precisa de uma política esportiva mais clara e mais atuante para poder fazer com que o esporte não seja visto só a cada quatro anos, e sim um plano de esporte brasileiro que contemple o ano inteiro os jogadores e os atletas e que possa deixar o esporte mais forte.
ENM: Agora falando em pouco da sua carreira, de todos os Grand Slams que você disputou, qual te marcou mais?
Meligeni: Sem dúvidas o Roland Garros de 1999. Eu adorava jogar, e ter tido a oportunidade de chegar em uma semifinal é um feito histórico para mim de muita relevância e muito importante que eu guardo até hoje.
ENM: Qual foi a melhor partida da sua vida?
Meligeni: O jogo contra o Sampras em Roma em 1999. Foi a maior vitória da minha carreira com um cara que foi número um do mundo durante muitos anos.
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ENM: Atualmente você é comentarista na ESPN, palestrante e dá aula de tênis online. Como foi que surgiu essa ideia de dar aula tênis pela internet?
Meligeni: Faz um bom tempo que eu venho trazendo informação. Escrevi livros, escrevia nas mídias sociais a respeito de dicas e maneiras de jogar. Foi aí que veio a ideia de fazer um curso online de tênis. Eu também vou fazer uma mentoria para tenistas juvenis que sai agora em setembro. É ideia de você facilitar a vida de quem gosta de jogar tênis com boa informação.
ENM: O Roger Federer anunciou que vai fazer uma cirurgia e não irá participar do US Open, e isso é uma notícia muito triste para quem ama o esporte. Você sente que a aposentadoria do suíço está cada vez mais próxima?
Meligeni: A gente está vendo os últimos momentos da carreira do Roger e temos que aproveitar. Não se sabe se ele vai conseguir (voltar a jogar), outra cirurgia aos 40 anos não é uma coisa simples. Mas a gente torce para que ele possa voltar no ano que vem e jogue alguns torneios em um nível legal para que possamos curtir ainda mais pouco dessa lenda do esporte mundial.
ENM: Nós vamos ter bastante brasileiros competindo no US Open ( Bruno Soares, Marcelo Melo, Marcelo Demoliner e Luisa Stefani nas duplas; e Thiago Monteiro no simples) qual deles tem mais chance de ganhar?
Meligeni: Eu acho que falar de Grand Slam é uma coisa muito distante. A gente teve três brasileiros a ganhar Grand Slam nos últimos anos, e isso é muito pouco. O Guga ganhou e o Marcelo e o Bruno ganharam nas duplas. No passado a Maria Esther ganhou. São poucas pessoas que tem a possibilidade de ganhar. A gente tem que torcer para que eles consigam ir bem e ganhar muitos jogos. Eu acho que o melhor momento que a gente vive do tênis brasileiro é da Luisa. Ela semana passada, junto com a sua parceira Dabrowski, ganhou um torneio (WTP 1000 de Montreau) e vem jogando bem toda semana. Então é o nome que parece mais próximo de chegar longe. Cada Grand Slam é um dificuldade pois lá estão os melhores jogadores do mundo. Vamos torcer para eles ganharem jogos para irem ganhando confiança.